sexta-feira, 15 de agosto de 2008

idiota.

“-percebeste?

- sim, percebi…

- percebeste mesmo?

-sinceramente não, mas já não tenho paciência…

 - eu vou-me embora… queres saber porquê?

- e continuares a falar? Não… eu confio no teu julgamento… e tendo em conta o que eu acho… era como uma bufa durante um furacão

- vai para o inferno… de certeza que já deves ter lá um lugar reservado…

- ena! Óptimo, odeio ficar à espera em filas…

-metes-me nojo… nojo! Diz-me – colocou as mãos nas ancas – tas à espera que eu te faça alguma coisa agora? Tas à espera de alguma coisa?

-  estar à espera não estou… mas podias-me ir buscar uma cerveja que tá quase a começar o Porto…

- vai à merda… tou farta… vai à merda…e achas que ficaram do teu lado porque tinhas razão…

- ficaram do meu lado porque primeiro tenho razão e segundo, nunca se sabe quando podem precisar de um rim… coisa que sempre fui é ser um gajo generoso… e tirando ires buscar a cerveja tu não serves propriamente para muito…

 

ficou calada, boca meio aberta, queixo ligeiramente para o lado.

Aproximou-se. Cerrou o olhar procurando intimidá-lo

- se achas que eu vou engolir as merdas que…

- se não queres engolir… preferes em supositório?

- tu vais ficar sozinho… vais ficar sozinho muito tempo…

- por algum motivo Deus presenteou os homens com polegares oponíveis…"

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