quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

WC Lusíada, uma reflexão

após um longo interregno por obrigação laboral, heis-me de regresso todo pimpão numa manha de nevoeiro pelas 19h ao ar-liquido - nome proveniente da anterior função do espaço que consistia numa fabrica de oxigénio, segundo reza a lenda...

surpreendido mas agradado com as notórias remodelações do espaço, quiçá para dissimular para onde vai o dizimo mensal que todos juntos pagamos à cooperativa...
voluntariamente eu sei...

mas...

DOI!

subitamente, precisei de urinar...
encaminho-me para o wc, a cerca de 10 metros da casa de banho vejo a luz dentro desta desligar, acender e ficar deste modo por uns bonitos 10 segundos até se apagar novamente

entro, de pé no urinol, um individuo- que manterei anónimo para protecção dele e da família do António Resende do Barreiro BI nº 1032...- ergue o braço para o ar, desliza as ancas de um lado para o outro até se fazer luz.



coloco-me no urinól- no extremo oposto obviamente...

ele parte...

fico só.

o vazio... o silêncio rodeia-me.

liberto The Kraken e começo, começo até não poder mais parar e...

trevas.

Trevas em meu redor...

- FODA-SE

abano-me para a direita...


nada


abano-me para a esquerda...

nada

abano-me da direita para a esquerda e puff...Luz

10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
...


BAM

levanto o braço, direita esquerda, é impóssivel segurar a fera com as duas mãos, por vezes só o abanar do corpo não é o suficiente... o sensor só reconhece movimentos do Moonwalk para cima - e sacar o Moonwalk sem molhar os sapatos...

desço do urinol - que se encontra num pequeno pódio, elevado uns 40 centímetros do nível do chão, o que acresce a dificuldade da operação na penumbra

lavo as mãos e ...BAM

Levanto os braços... nada.

passo ao lado, nada, passo para o outro e nada também...

desisto, deixo cair os braços e trufas...luz.

filha da pu...

está frio, está muito frio perto do Tejo à noite.

uma neblina húmida entranha-se pela roupa, um vento canalha incomoda também levando-me a espirrar uma, duas vezes.
preciso de me assoar, preciso de voltar à casa de banho...

a saga continua...

Entro...luz, entro na cabine, agarro no papel e...BAM

levanto-me- estava ligeiramente inclinado para puxar o papel - e luz, fruto de um gesto curto e muito menos abrangente que os que fizera na aventura anterior
será que dentro da cabine é diferente? será que aqui dentro deste cubiculo mágico podemos ser livres, ver, ver o que nos rodeia...

respirei fundo porque ia divagar do ser livre e ver para cores e cheiros, sabores...

texturas...

estamos numa casa de banho!

fico hirto- o corpo... não "o Mastodonte", braços ao longo do corpo.

direita esquerda... luz, mantenho o movimento basculante e consigo manter a luz acesa com intervalos de 2 segundos- o tempo que demora a reiniciar - de um modo quase ...quase constante... como pornografia codificada num hotel de Buenos Aires (estava a fazer zapping ok? e juro que quase que consegui ver um seio!!!yay!)

é este o truque, é este o segredo... ritmo, um balançar gingão permanente dentro da cabine...

sim!

I

AM...

MINE!!!

pera...


e se tiver que me sentar???



fuuuuuuuuuuuuuaaaaaaaaack!!!


Nota - deixo aqui uma proposta de símbolo de casa de banho masculina para Universidade lusíada de Lisboa...

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