quinta-feira, 14 de junho de 2012

Qualquer coisa

Um fardo, que esmaga no silêncio de quem o carrega.
Um gato entediado com a conversa dos seus humanos.
Ficar parado era algo a contragosto.
Não enfrentar o seu monstrengo e quedar-se por ali, na inacção, era confortável talvez, mas demasiados anos sobre si... camadas e camadas de pó acumuladas.
Chega um ponto que se cria na temerosa criatura uma certa inquietação...
Que cresce...
Que esmaga...
Que devora até saturar e não haver outro rumo que não aquele que se evitou durante tanto... demasiado tempo.

Não é um acto de coragem, mas sim de não haver mais nada a fazer.

Em vão...

E por ser em vão... é que é belo!

E tão inútil, diria até que chegava a ser um pouco parvo... como eu.

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