- You've got your chance now boy... - ela disse e sem pestanejar sorriu docemente - é agora ou nunca.
Levantou-se da cadeira, vestiu o casaco, fitou-o novamente- tu sabes que eu já sei, eu sei o que andaste a fazer ou presumes tu que os meus "feelings" que te disse que tinham vinha do ar? por geração espontanea? não, os meus feelings são baseados numa atenta observação factual, que tu, distraido, presumes sempre eu ser incapaz de te perceber...
Eu chamar-lhe um feeling foi digamos... uma cortesia em pré-aviso...
E tu agora...
Vais abrir essa boca e dizer direitinho o que sabes que tens para me dizer, que é feio... é feio e ruim, mas é a tua oportunidade de ouro para diante de mim... reconheceres o teu erro, emendares a mão e talvez, se te perdoar... talvez ainda se possa dar um jeito nesta coisa estranha que era mais ou menos um nós...
Se me fitares feito parvo, se mantiveres a tua não acção sobre este assunto... ou ousares sequer insinuar que divago e devaneio... ver-me-ás sair por aquela porta, garanto-te meu querido, minha deliciosa criatura, coisa ruim que és...
Que parto, vou-me embora bonitinha e tu... tu sabes porquê.
Diz-me, diz-me agora - aproximou-se - diz-me, conta-me o que tens para me dizer sobre o que fazes aos fins de semana quando não estás comigo... ou melhor, não é o que fazes, é quem...
- Eu não... - ele abriu a boca, sentiu o ar deslocar-se à passagem dela pelo quarto, porta fora.
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