Já passava da meia noite quando nos pediram para rir mais baixo, isso e para fecharmos a porta da Igreja onde decorriam vários velórios quando fossemos embora.
Dos ainda vivos, Eu e minha Mãe éramos claramente os mais chegados, com mais afecto ao meu Tio, o falecido em questão.
Por vezes à noite, quando em insónia me perco num Zapping exasperante e tropeço num qualquer torneio de ténis, que era tão normal fossem 02h, 05h ou meio dia, eu e o meu tio trocarmos msg's sobre o jogo, na certeza que o outro estaria a ver, fosse o Nalbandian, o Federer ou a minha favorita - Elena Dementieva.
Minha Mãe, Irmã do falecido afirma convicta que o melhor negócio a fazer era abrir um lar de terceira idade e uma funerária.
A conversa desenvolve até se engalfinharem todos contra mim, e eu, não me ficando quieto afirmo que no meu velório, de caixão aberto para as senhoras, bar aberto para os homens.
As minhas Ex's, carpideiras desoladas sobre o meu caixão fazer-me-ão o luto.
E vocês saberão que uma delas foi a assassina.
A Irmã Lina, freira que se manteve amiga da família todos estes anos após a morte da minha Avó, interrompe-me e diz- No teu caso, o mais provável é não haver uma Assassina, o mais provável é serem todas cúmplices...
E as horas passam, fechamos a porta, ficamos mais um pouco na rua a conversar, demasiada gente para a hora da noite, demasiados bem dispostos para o evento que nos juntou.
E na despedida oiço a minha frase favorita de sempre num velório, e se algo que eu gosto é de frases inconveniêntes...
- " Isto foi muito giro! temos que fazer isto mais vezes..."
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