sábado, 28 de junho de 2008

Tango a Bella Charis


Ah nome pomposo para um texto...
difícil manter a expectativa... afinal... és tu soma das expectativas que carrego Charis, soma e total, modelo e juiz...
Vento... que alguém de ti um pouco desdenha, vento fresco - imagem que tanto adoro desfilhar em texto- rodopia em meu redor, como um doce que se sabe irá desfazer na saliva até se perder... efémero mas mais real que a tua dolorosa ausência... teimosa ausência. mas afinal... sois mulher.
em comparação temo ser injusto, ao reconhecer somente traços do teu rosto, do teu nariz fino mas vincado, na tua tez pálida mas prestes a encher-se escarlate das tuas exaltações.
muito sexy essa tua imagem.
como se estivesse ausente durante o concerto do Galliano, ninguém sentado ao meu redor, nem ninguém em palco senão tu, em forma de melodia.
flutuando como o tal já citado vento até mim, sobre mim, puxando-me para um espaço qualquer onde somos mais que matéria, somos... espaço.
Não sei se foi ao pintar-te em quadro, ao escrever-te em livro, ou somente ao reconhecer-te no sorriso de alguém que até gostava que fosses tu... não sei se foi quando a senti tão perto do meu peito, o seu calor, a tensão do baloiçar ao som da música, a ideia de que ao menos tentar não lhe pisar os sapatos era simpático, e depois, num futuro não muito distante, esse breve lampejo teu na terra, na minha terra, ela fosses tu.


quando os teus itens - sim porque tive que criar itens de aproximação, há que ter critério rapariga - se vão preenchendo em minha surpresa na perfeição, da-se o fenómeno da retracção, da dúvida, ou mesmo da pura cagufa de quem receia simplesmente saltar e mergulhar para a onda sem receios, desconforto da sensação que é a onda certa, é deitar na prancha e remar remar até levitar-mos e dar-mos por nós de pé... é a dúvida que se instala após uma tão longa espera... ah charis, mulher, femea... ou simplesmente tu.


para quando sentir aquela imagem que tenho tua, o teu cabelo dourado entre os meus dedos da mão esquerda - porquê esta imagem não sei, mas tenho-a.
ou então aquela outra fugaz de um qualquer acordar ao teu lado - ou tu em meu redor- e a meio do teu corpo fitar-te ao saber-te sorrir.

sentir-te sorrir.
(principalmente se isso fosse a meio de um beijo...)

(daqueles demorados e badalhocos)

(badalhocos porque sou um romântico...)

a musica termina, ou sendo neste caso um tango, explode para o seu épico final - e para nos prostrarmos em abraço majestosos numa posição Tangueira....

não há palavras, mesmo que as invente presunçoso, que descrevessem tal imagem... não há telas onde descubra essa mesma imagem.

só fragmentos teus que apanho aqui e ali, a espaços, pequenos gestos teus para não desanimar na minha demanda pela tua pessoa, gestos generosos as vezes, frustrantes todas essas mesmas vezes... de tão perto e nunca um todo.... só os fragmentos que vós bela senhora na sua bondade... ah caraças...

tanto tempo na ausência que na presença sou um estranho.
peço-te que todas aquelas pequenas partes - os tais itens - se expandam, se confirmem e engrandeçam para ser mais facil acreditar, mais facil tanta coisa que agora é dificil senhora...

rodopiamos em abraço, acelaramos o movimento, e subitamento com a melodia encontramo-nos imóveis num qualquer salão - quiça aquele da fotografia em milão...

fim de música.