terça-feira, 25 de março de 2014

Uma ex na esplanada do café.

O cabelo dela ondulava sobre os ombros, um jeito diferente de lhe enquadrar o rosto, por pouco não a reconheci.
Não ajudou estar distante da mesa e de óculos escuros, ainda por graduar.
Não ajudou a carência de café e as poucas horas de sono, reconheceu-me ela primeiro, sentada com o namorado na esplanada do café, o meu sucessor no cargo.
Chego, sento duas mesas ao lado, coloco carteira e telemóvel sobre a mesa, os óculos esses, ficam onde estavam, no nariz.
Reparo-lhe no vulto ainda sem a reconhecer, silhueta de mulher tão perto, à minha frente.
Olho para a esquerda, para um bulldog branco de manchas castanhas que se lançou em fuga de cú pesado à dona pelas mesas da esplanada onde estou.
Aguardo o momento, o timming certo, o cheirar inevitável que os canideos me fazem ás pernas, afinal, cheiro a cadela Sharpei totalmente sexy e de personalidade carismática.
Levanto o pé no encaixe, com cuidado para não assustar cão e dona, fica o bulldog de patas traseiras e rabo elevado aos deuses, fica o bulldog de boca e lingua pendente na fuga que interrompi, de frente para quem não reconheci.
Espirra-me a criatura - o cão, o nariz da ex manteve-se sereno.
Ri-se a criatura - a ex, o cão espirrou segunda vez.
Chega a dona do cão, agradece, o meu pé regressa ao chão e despeço-me com um coçar simpático e afável atrás das orelhas, uma palmada na xixa do lombo e estou a falar do cão, não da dona deste.
Olho para a mesa ali mesmo à minha frente, perguntou-me se reconheço riso ou é apenas semelhante.
Ela sorri, o namorado não me mostrou os dentes.
Ela ajeita com a mão o cabelo, afastando do seu rosto o capricho do vento e das minhas dúvidas a incerteza.
Levanto-me, ajeito o casaco.
Avanço um passo e tiro do rosto os óculos escuros.
Encosto o joelho direito no chão, aos seus pés, seguro-lhe a mão com as minhas.
Atiro-me de olhos cheios de saudade ao moreno dos olhos dela
Ela sorri, conhece-me bem demais.
Ele não sorri, conhece-me bem demais.
Não hesito, não espero, pergunto:

- Mamã?, mamã és tu?

quinta-feira, 13 de março de 2014

Boas novas - Paolo Nutuni

)

Primeiro single oficial do novo álbum (sai a 14 de abril)

Amanhã, também aqui, novidades dos The Baseballs.

sábado, 8 de março de 2014

Um novo amigo.

Descobri depois da mudança de instalações do Atelier.
Descobri depois de me atrever a olhar pela janela...


Ele estava ali, à minha espera, chamou por mim, chamou-me pelo nome, apresentou-se e descobri-lhe o nome: Shane McGowan.
Ele pediu-me força e acreditar, pediu-me para partirmos os dois, para longe.
Eu sentado fiquei.
Ele regressou no dia seguinte e pediu-me o mesmo, eu continuei quieto na cadeira.
Voltou no dia seguinte e no outro depois, falou-me de terras distantes, lá para norte, onde faz mais frio e há sol pela meia noite.

Dia após dia, eu descobri-me em sonho, ambicionando voar para onde não estou.
Ele falou-me dos bolinhos em Amsterdão, mas mulheres devassas em Outubro na Alemanha, suspirei-lhe as palavras sobre a Cerveja e o calor das coxas das mulheres da Noruega, aquele cheirinho a bacalhau salgado...

Ele hoje não voltou, não me apareceu, fiquei no silêncio, sentado na minha cadeira e peço-lhe que volte amanhã, anseio-lhe o regresso.

Um dia, no mais belo e corajoso dos meus dias vou-lhe dizer que sim...
Subirei para o seu dorso, livre das amarras da terra e da minha roupa.
Ele levar-me-á (todo nú) nas suas costas, a mim e aos meus sonhos lá no alto até essa terra de mulheres devassas onde seremos reis e sultões...

Para sempre...


Para sempre!.




Nota 1 - O sacana do pombo aparece-me todos os dias, todos os dias!, hoje falhou, senti falta.

Nota 2 - Eu não devia misturar remédios com cerveja nem tomar os remédios da cadela só porque são coloridos...

Nota 3 - " Sometimes crawling, sometimes walkinh, a hungry sound came acroos the breeze... So I gave the walls a talking..."



sexta-feira, 7 de março de 2014

Living the dream...

Ou la vida loca, como lhe quiserem chamar. É o que eu faço, agora, neste mesmo instante.

São 00:20, estou sentado na minha cadeira, no meu atelier a trabalhar forte e feito.
Estou a preparar-me mentalmente para mais umas horas na faina da Arquitectura, horas que não sei quantas serão. Apenas sei que serão as necessárias até ao trabalho estar pronto e apresentável ...

O que é normal.

A particularidade de hoje é que...


É que tenho a Let it go entalada na cabeça.

Yay!.































Leeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeet it go...
LeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeettttIiiiitttttGoooooooooooooooooooooooo...