domingo, 31 de julho de 2011

F**k Everything





"...And fuck my nostrils and my senses now I breathe through my mouth..."


Ri-me, bué, como se fosse uma foca muda a bater palmas.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

E agora?



" So if i say save me... save me, be the light in my eyes"

-

A primeira imagem que me recordo é do meu téni esquerdo, castanho de sola branca, meio sujo na ponta.

Olho em meu redor, à esquerda o passeio em rampa, diante de mim o jardim e para a direita vejo uma rua inclinada e a estrada depois do passeio.

Sinto o sol filtrado pela folhagem das árvores que me rodeiam, está quente com um pouco de vento.
Lembro-me de chegar ali pouco depois do dia nascer mas o tempo passou depressa, vejo o sol bem no alto, iluminando tudo em meu redor.

Tiro uma fotografia de sombra sobre o verde no relvado diante de mim, rodo o corpo para a direita procurando nova imagem para fotografar quando ela surge contornando a esquina.

Calças pretas e aquela alça cinza descaída expondo-lhe o ombro, cabelo solto em redor do rosto meio tapado pelos óculos mosca que lhe cobrem os olhos castanhos.
Viro-lhe costas e concentro-me atrapalhado no que finjo estar a fazer com a máquina, começo a andar como se fosse essa naturalmente a minha intenção.
O piso inclina e encontro-me a subir a rampa para a rua na cota superior.

Avanço mas não estou só.
Olho para a minha esquerda e vejo-a caminhar ao meu lado, mesmo passo, coincidência do acaso.

Contornamos ao cimo da rampa o muro e viramos para a mesma direcção, duas ruas depois estou em silencioso desconforto.

Ela ainda não me reconheceu.

Giro sobre a perna esquerda e fico à sua frente, sem parar de andar.

Fito-a nos olhos e chamo-a pelo nome, pergunto-lhe se acertei.

Ela sorri e diz-me que lhe falha a memória...

Eu respondo-lhe que é natural, foi há imenso tempo.

Ela enrosca o seu braço no meu e diz-me que vamos primeiro para baixo, que ela tem que se encontrar com alguém que a espera e depois logo se vê.
Coincidência irmos ambos para o mesmo lado.

Eu digo-lhe qualquer coisa com piada, inteligente e perspicaz, ela devolve-me a graça e supera.
Entramos em parada e resposta e ela arrasa-me todas as vezes.

Não sei como lhe responder, é desconfortável na surpresa e capacidade de reacção.

Caminhamos entre dois prédios altos, eu disperso-me dela para o edifício, peço-lhe desculpa quando me chama à atenção a minha ausência da conversa, digo-lhe que é defeito profissional.
Ela encosta a cabeça no meu ombro, abraça-me o braço e avisa-me que chegamos.

Deixamos de estar sós.

Caminho à sua frente, em conversa, ela por vezes interrompe, foge da sua parelha para a minha para me atiçar e recordar que não foi a lado nenhum, ainda está ao pé de mim.

Paramos diante de uma enorme porta de madeira. Um muro alto de pedra cinza desgastada pelo tempo marca o momento que nos despedimos de quem por momentos nos acompanhou.

Ela atravessa a porta primeiro, eu fico retido numa educada despedida.

Atravesso a porta e deixo de a ver entre a multidão.

Para a esquerda uma rua que desce onde não a vejo, diante de mim uma rua que sobe ladeada por uma grade metálica... há algo no local que me lembra o miradouro de São Pedro de Alcântara...
Gente, muita gente à minha volta e não a consigo encontrar...

Desespero, esconjuro-me.

Vejo-a de braços abertos exasperando pela minha lentidão ao cimo da rua em frente.

Serpenteio pela multidão que me atrapalha a distância que nos separa intrometendo-se no caminho- mas de onde apareceu esta gente toda?
Concentro-me em não a perder de vista até conseguir segurar-lhe na sua mão com a minha.

- E agora? - Pergunto-lhe

- E agora? agora vens comigo... - responde, puxando-me atrás de si.

Avançamos, chamam-a pelo nome.
Ela apresenta-me e diz que também vou. Não vamos estar sós, mas eu gosto da ideia, da ideia de ser uma desculpa para estar mais tempo com ela.

Já não sei há quanto tempo estamos ali.
É indiferente.
Ganho confiança, arrisco uma piada, depois outra... e outra... e outra
Quando ela pára de rir pergunto-lhe se abusei, ela suspira, gira a cabeça para trás e responde:

- Achas??

Subitamente...
Subitamente estou confiante, está tudo bem.
Tenho-a nos meu braços, minha.

Acordo.


Nota - Criatura reincidente, nem consigo dormir descansado.

Fod****

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sweep the leg




Já andava para por isto aqui há meses...

... mas hoje ao perguntarem-me:

- "O que achas que faça em relação ao meu namorado?"

- " Onde é que achas que leve o puto para ele ficar quieto?"

- "Já levaste a cadela à rua"

- " o que vais comer?"

-"qual foi a cota que te deu?"

- " já me estás a irritar... O quê que essa merda quer dizer?"


A resposta que eu dei foi apenas e somente...


Sweep the leg johnny... Sweep the leg.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um homem com azar.

Já namorava com a Miss há coisa de 3 meses mais coisa menos coisa desde que lhe enfiara um beijo de surpresa no miradouro de nossa sra do monte quando tropeçaram no Pai dela ao saírem do café onde se encontravam ao pé de Sto. Amaro.
Era a primeira vez que se viam ele e o sogro, o que é sempre um evento interessante e marcante na relação com uma namorada.
Esticou a mão, atirou-lhe um bacalhau e um sorriso na dúvida de como abordar o Pai da moça.
O Pai dela fitou o caramelo que andava atracado à filha de cima abaixo, a trazer a sua menina tarde más horas a casa... logo a mais nova que ele gostava tanto.

Devolveu-lhe o cumprimento - então este é que é o famoso...

Convidou-o para jantar lá em casa com a família nessa noite, já agora conhecia toda a gente e a irmã mais velha ia lá jantar também e aproveitavam, sempre podia conhecer melhor o "Sr Arquitecto".

Tremeu, Sr Arquitecto? wtf? só faltou dizer-lhe que tinha uma pá e uma caçadeira e tinha um descampado muito isolado onde o ia levar a passear...
Ainda se sentia meio sem jeito para dar um belo de um palmadão na namorada quando os gluteos dela pediam e ia agora passar a noite no convívio sobre o escrutínio familiar...

E ele sabia que o Sogrão tinha estado no ultramar...

E tinha uma arma em casa.

Respirou fundo e recompôs-se - Claro! tenho todo o gosto, já podia a sua filha ter-me convidado antes e...

E ficou por ali, não se esticou, tinha toda a noite para se espalhar ao comprido.

-

Entrou em casa da Miss a Matar. Confundiu por sincero e genuíno acidente a Mãe com a irmã mais velha- o que era um excelente sinal caso sobrevivesse ao evento, antes de assumir um compromisso de longo prazo há que conferir primeiro as ancas da mãe, é que os genes...

Adiante.

Estava na operação de charme com a mãe quando leva um pisão no pé.
Vira-se e encontra diante de si o sobrinho de 6 anos da Miss de punhos no ar desafiando-o - queres andar à porrada?
Agarra no puto pelos colarinhos, eleva-o até ao nível dos seus 1.80m - Tu é que és o João?

Abanou a simpática criatura até esta se rir, atirou-o ao ar e segurou-o atravessado apenas com um braço, virou-o de pernas para o ar segurando-o pelos calcanhares e antes que a criança tivesse tempo de se organizar para nova investida sugeriu- queres ir roubar os chocolates da tua tia?? eu digo-te onde estão!

Seguiu a miniatura de gente pelo corredor, ao passar diante da porta da sala segurou o puto pela camisola e levantou-o no ar - deixa-me ir falar à tua mãe e ao teu avô...

Entrou na sala com o sobrinho da namorada a trepar-lhe pelas costas - é suposto não lhe dar de comer depois da meia noite certo?

-

Esboçou a intenção de ajudar a levantar a mesa do jantar. Acabara de colocar dois pratos sobre a bancada da cozinha quando sentiu a mão da namorada nas suas costas e os lábios dela no pescoço.

- Juro que me apetecia rasgar-te a puta da camisa e... na bancada...

- heeey, caaaalma mulher...a tua mãe está a vir para a cozinha... fala baixo!

Afastou de si as mãos que o "molestavam", uma perdida debaixo da camisa e outra já lançada entre a sua barriga e os jeans quando a mãe da Miss entrou de travessa nas mãos pela cozinha adentro.

- Tá quieta! - rosnou entre dentes procurando dar um travo a não-se-passa-nada dentro do possível.

- oh filha , porra, comporta-te!

- Já não se pode fazer nada nesta casa...

Puxou-o pela mão para fora da cozinha, guiou-o até à sala onde o seu Pai se encontrava sentado no sofá.

- Já te disse que não levantas a mesa! - refilou quando o viu fazer olhinhos ao jarro por recolher - ficas ai com o meu Pai que eu trato disto, és convidado... ficas ai e já vou para o pé de ti...

Merda. Tentou acenar-lhe que não, ela respondeu-lhe que sim, esbugalhou os olhos na direcção do sofá, esbugalhou outra vez mas mais abertos para sublinhar que não tinha escolha, colocou as mãos nas ancas e apontou-lhe com o dedo para o sofá.

Resignou-se e sentou-se no sofá singular ao lado do sofá grande onde se encontrava o patriarca da família.

Acompanhou o zapping em silêncio até o Pai dela parar no resumo da jornada.

- A minha filha diz-me que você torce lá pelos gajos do norte...

- Confere... mas olhe que gosto muito do seu clube... - Atirou a ver se pegava a simpatia - é o terceiro clube que mais gosto de Lisboa...

Viu o Pai dela girar de sobrolho franzido o rosto para si

- O terceiro?

- Bem... - porramerdafodase, bastava ter dito que simpatizava com o clube e tava despachado, mas nãaaoooo - eu gosto muito dos seus vizinhos ali de cima... os carroceiros...

- Só há um clube que nos chama isso...

- O meu segundo clube... os carroceiros são o terceiro...

- Quando diz são...

- Quero dizer que muito fim de semana vim eu ver jogos para o Restelo... a Tapadinha... só uma vez, que para ai é mais difícil arranjar companhia e...

Um sorriso, no rosto do monstrengo, um sorriso!!!

- Atão você gosta do Atlético? e do Belem? já podia ter dito, olhe, eu e o meu irmão, o filipe... eu jogava na ponta esquerda e o filipe era no meio, estivemos coisa de 4 anos no Atlético, tenho um outro irmão, o mais novo, esse jogou mesmo a titular no Belenenses, mas esse já não apanhou a guerra...

- A sério? eu estive no Belém um ano antes de me atirar a sério à faculdade...

- Jogou no Belém?

- Joguei pois... ainda levei com um calhau na perna quando viemos fazer um amigável com o Atlético, estávamos na época do natal... e eu estava a fazer o aquecimento!!!

- eh pa, granda história, eu uma vez... espere um pouco - chamou a filha à sala - olha, trás-me ai duas cervejas, mas para mim trás-me daquela preta sem álcool

- super bock? então são duas pretas! ia a dizer...

- Uma vez ... não me lembro do ano... devo ter isso escrito numa fotografia... num ano o meu irmão marca um golo, eu faço-lhe o passe do lado esquerdo e... ele estava tão fora de jogo que até fiquei envergonhado... você conhece... óbvio que conhece, está a ver o topo norte do restelo?

- Que não tinha cobertura nessa altura presumo... fazia uma ventania... o meu Pai costumava ver os jogos dai sem pagar... depois ia lá a GNR...

- Com os cavalos!! correr com o pessoal! eh pa... isso é que era... mas dizia-lhe... obrigado pela Cerveja... mas estás-te a sentar porquê? estou a falar com o teu namorado... vai ver da tua irmã ou da tua mãe que agora estamos a por a conversa em dia... o meu irmão faz o golo e vai comemorar para o topo norte onde tava a ... olha, a mulher dele hoje, a minha cunhada era daquelas belezas de alfama... ele vai comemorar e esqueceu-se que no topo norte estava tudo cheio de gajos do belenenses, começam a atirar-lhe com garrafas... mas não era daquelas de plástico, vidro mesmo e o esperto do meu irmão... atira as garrafas de volta!

- Hahahaha está a falar a sério?

- A minha cunhada é testemunha! o que vale é que ela não era moça para se assustar com essas coisas... acha que é este ano que o Atlético sobe?

- Está a correr bem, têm lá um puto bom... do lado esquerdo, olhe, vai começar o Blackburn com o Liverpool...

- Então vamos pedir à tua namorada para nos ir buscar mais cervejas!!!!

-

A situação era complicada.
A família era simplesmente gigantesca.
O Pai dela vivia sufocado no convívio familiar, nos primos, irmãos, filhos e netos que todos os fins de semana lhe enchiam a casa, e ele como anfitrião, não podia esquivar-se ou ausentar-se duas horas e uns descontos correndo o risco de a desfeita ter a paga de no fim de semana seguinte ter que acordar no sábado ás 05h para levar a patroa a ver os primos lá para os lados da guarda... já que não ajudara em casa ao menos fazia a gentileza de a levar, gente tão amiga e simpática gostavam tanto deles e nunca lhes faziam uma visita...

- Estás lixado com a minha filha que ela sai à mãe - disse-lhe o pai dela a meio de uma cerveja, usara a desculpa de irem ver o esqueleto em construção do novo museu dos coches que se via da varanda para fugir dos 15 membros da família que lhe tinham acampado na sala naquele domingo depois almoço - já deves ter percebido isso tão bem como eu...

Suspirou-lhe e sorriu em resposta.

- A minha filha é um anjo, mas quando lhe dá na telha que é suposto fazeres uma coisa... ui, se não fazes... a mãe dela esteve um ano chateada comigo quando namorávamos, mal me falava e eu não percebi muito bem o porquê até hoje!

Estava a estranhar o desabafo, mas percebeu que era uma introdução a onde realmente queria chegar.

- De hoje a 8... sabes o que há no Restelo não sabes...

- Sei...

- Eu quero... eu tenho que ir ver esse jogo... e tu vais comigo

- Tá combinado!

- Não, o problema... é que há o baptizado da porcaria de um puto, um primo em segundo grau da minha filha.

- Oh ca porra...

- Tu desculpa-me a linguagem, mas eu quero é que o baptizado e o puto se fodam! tou farto de baptizados, é uma seca na porcaria da igreja! e depois é o almoço e a tarde toda a levar com aquela gente e... e eu não vejo o Belém ao vivo desde... desde que era treinado pelo Marinho Peres!

- Fogo... o Marinho... o Tuck no meio campo, o Wilson na defesa... o Marco Aurélio na baliza... jogava o Vidigal do lado direito, o Filgueira ao lado do Wilson, havia o Rogério no meio campo...

Suspiraram saudosistas a fitar o rio...

Virou-se para o futuro cúmplice - nós vamos ver este jogo, o Belenenses não pode cair para a segunda B! nós vamos ver este jogo dê por onde der... mas preciso da tua ajuda...

-

Era sabido no seio familiar dela que o Sr Arquitecto seu namorado tinha quatro projectos na zona envolvente à sua casa, dois na freguesia de Alcântara, um ao pé da antiga sede do Atlético no cruzamento de Alcântara mas já na freguesia dos Prazeres e um outro trabalho na Ajuda.
Quis o "acaso" de seu Pai se ter "esquecido" do Baptizado e combinado levar lá o homem - que homem e fazer o quê não interessa minimamente à questão - para ver o que podia fazer e já tinha combinado com o Sr Arquitecto e o Pai deste e o homem ia para fora e ninguém o avisou senão tinha combinado para o Sábado, mas como fazia questão de ir ao Baptizado, ia ver se despachava tudo cedo, deixava a família na igreja, ia só apanhar o homem, deixava-o com o Sr Arquitecto e ia veloz e sem desvios para o Baptizado, era coisa para perder uns 20 minutos se tanto!

A filha revoltada ligou ao namorado.

- Olha lá, tu combinaste alguma coisa com o meu pai para este domingo?

- Olá para ti também...

- Responde-me que isto é importante!

- Calma porra, gosto quando me falas bem...

- Eu gosto quando me respondes...

- Sim, combinei, falei com ele há uns... 2 meses que precisava de um Homem para me ir resolver uma coisa ali num prédio ao pé de tua casa...

- Que prédio? diz-me.

- Rua prior do Crato... calma...

- Fazer o quê? não pode ser adiado?

- Oh, o Homem vai lá resolver um assunto que me está a encravar o Licenciamento... é uma merda, preciso daquela porra aprovada e isto tem que entrar até terça... o teu pai, digo-te, tá-me a fazer um favor do caraças...

- Não pode ficar para outro dia?

- Preciso de entregar isto terça... mas há algum problema?

- Há, há o baptizado do meu primo e tou a ver que com isto o meu Pai vai-se atrasar e já viste o mau aspecto que dá? se somos o eixo desta família temos que dar o exemplo...

- Eu não sabia! achas que eu era capaz de combinar alguma coisa com o teu Pai se achasse... mas parece que o Homem só pode neste Domingo, mas deve ser rápido...

- O Homem vai fazer o quê mesmo?

- Vai... ah, vai resolver uma situação que preciso de ver pelo licenciamento que tenho que entregar terça, não é nada complicado mas preciso que ele... é uma coisa, olha, ainda bem que me falas disso, deixa-me ver com o meu Pai se ele tem os desenhos prontos, dá-me só um minuto...

Tapou o telemóvel com a mão e contou até vinte e dois- gostava do número.

- Falta imprimir os desenhos... sempre vamos ao cinema domingo à noite?

- Tou irritada contigo, não sei se quero.

- Estás irritada comigo porquê?

- Porque não me disseste que tinhas combinado coisas com o MEU Pai.

Apaneleirou a conversa até ela mudar o tom de voz e poder desligar tranquilo. Estava a correr um risco tremendo, mas era isso ou perder o jogo da permanência...

Há que ter prioridades.

-

Estacionou o carro na Rua da Junqueira. Ainda pensou em por no Parque da Antiga FIL ou até mesmo ao pé do campo das Salésias e não correr o menor risco de ser apanhado.
Era suposto andar por aqueles lados, mas mesmo assim... mesmo assim trouxe o carro da Mãe para não o reconhecer à primeira.
Por declamação da Mãe da namorada, em vez de o Pai andar de um lado para o outro a perder tempo iam de táxi para a igreja, ele despachava-se e ia lá ter depressa e bonitinho.
Elas estavam na zona... devia ter vindo de boné e óculos escuros... e um bigode...

Viu o Pai dela descer do Alto de Santo Amaro a passo de corrida.
Aguardou por ele diante da Carris.
Cumprimentaram-se com o olhar e seguiram rapidamente para a Junqueira.

Abriu o carro e entregou ao Sogro o cachecol do Belém que este lhe dera com uns dias de antecedência para não correr o risco de o verem sair de casa "artilhado" para o jogo. Retirou para si o de lã azul-branco-azul que tinha desde que nascera - que fora do seu Tio, adepto do Belenenses.

O sogro reparou no poder old school do cachecol, invejou-lhe ao mesmo tempo que aumentava o respeito pelo cúmplice.

Estacionaram perto do estádio - estamos a falar do Belenenses... há sempre onde estacionar.
Descontraíram quer no passo quer na conversa. era altura de falar de bola.

Como combinado, no intervalo enviou a mensagem abonatória à namorada- " o teu pai já se tá a passar com o homem, o gajo nunca mais lhe aparece, nunca o vi assim tão irritado"

O telemóvel vibrou com a resposta que partilhou o visionamento - "irritada tou eu a ficar, eu sabia que isto ia acontecer!! achas que vai demorar muito?"

Respondeu que não fazia ideia, e concentrou-se no começo da segunda parte.
Era só preciso a porcaria de um golo, fazer o 1-0 e garantir a manutenção...

A meio da segunda parte num remate colocado... Golo do Belenenses, loucura nas bancadas.

Valia a pena, tudo valia a pena por aquele momento de euforia...

A incapacidade técnica do adversário para passar do meio campo levou à descontracção, ao clássico esponjar na cadeira e saborear o Belém a vencer no relvado e ao fundo o rio... num domingo à tarde... isto sim é vida.

- Olha, está-me a ligar a sua filha...

- E a mim a Mãe dela... isto tá o quê? 2 minutos para acabar? digo-lhe que estou a caminho?

- Não sei se é boa ideia atender...- Olharam para o jogo, substituição para queimar tempo

- Isto já não dá nada, ela pensa que tou na rua - atendeu - Olá, eh pá, ia para ai agora, só me despachei agora... mais à merda do hom...

Golo do Belenenses.

Estavam no meio dos Ultra, não da Fúria Azul, mas sim dos velhos do tempo do Matateu que se esmifraram todos a gritar o 2-0.
A ideia inicial era sentir o jogo e o calor humano.

O resultado final foi a Mãe da Namorada responder ao golo com um seco - falamos logo à noite.

Fitaram-se sem dizer nada, sorriam.

- Estou tão fodido...

Sentiu vibrar o telemóvel.

- Estamos, estamos o dois... é uma mensagem da sua filha, é suposto estar em sua casa quando elas chegarem logo à noite.



Nota - No dia 21 de Agosto, na primeira jornada da segunda divisão...

Belenenses - Atlético CP, o Derby Ocidental de Lisboa.

( e eu vou ver...)

True Story #9


Isto vai ser aleatório, muito.



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E pronto, mas antes de me ir embora...



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Hoje já não dá.

Estava à dois minutos a rir-me do desespero dela em encontrar o ticket do parque dentro da mala.
Tinha tentado avisar mas não deixou, teimou que tinha o ticket na mala e..

... e esqueceu-se que estava na minha carteira desde que compráramos os bilhetes do cinema.

Recebo uma mensagem quando caminhamos para o carro, ela ainda a recompor-se não só da arrumação da mala como da resolução do misterioso desaparecimento por sua teimosia do ticket dentro desta.

- Olha... tu queres ver que... este gajo... este gajo enganou-se a mandar a mensagem... isto .... isto só pode ser para a namorada dele...

- Como é que sabes? - pergunta-me.

Coloco-lhe o telemóvel nas mãos, ela lê a declaração de intenções sobre o que presumo ser o cú da namorada na mensagem e de queixo caído devolve-me o telemóvel acompanhado do comentário - caaaa noooojo!

Chegamos ao meu carro.

- Dá-me um minuto... - digo-lhe, enquanto respondo à mensagem.

- Oh meu deus! tu vais responder à mensagem???? o quê que tu vais dizer numa situação dessas? ca granda vergonha!!!

- Vou-lhe dizer que hoje já não dá... mas... vou-lhe perguntar o que vai fazer na sexta feira...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Eu? eu sou de telheiras...

É suposto virar à esquerda mas estou distraido com a franja da MJ.
Sou obrigado a continuar para a basílica da estrela mas deixo de ver a faixa do BUS, entro em contra-mão por 2 segundos por causa de um peão e paro o carro na passagem de peões.
Tudo ok?
Nope.

Olho para o lado e tenho um sr agente da autoridade de mãozinha no ar a dizer- ò faxavor...

Encosto o carro, viro-me para a MJ e digo- isto... mandarem-me parar...é a minha primeira vez!
Ela ri-se, diz-me que vou ser mega multado pela infracção que cometi.

...

Abro o vidro, respondo educado ao comprimento do sr agente da policia.

Pergunta-me se bebi, eu nego tudo, um homem nega sempre...
Pede-me os documentos e para sair do veiculo.
Abro a carteira, acendo a luz no tecto e a MJ ri-se do peidinho de iluminação e volto a desligar o botão.

Um camarada policia verifica-me o seguro no vidro que estava colocado ao contrário.
A MJ descobre nele um amigo a gozar com a nabice da minha pessoa a por o papel do seguro no vidro- Tag Team contra o André como costume - e o meu amigo que me pedira os documentos pede-me que o acompanhe à chaimite.

Tenho escolta policial atrás e à frente.

Paro, abro as mãos e digo - pera...

Fitam-me confusos e eu aponto para o téni.

Ato o atacador, com uma calma e lata do caraças para a merda que acabei de fazer com o carro.

Encho os pulmões de ar para abocanhar o teste de alcoolémia.

(no homo)

Tou tranquilo, tou confiante.
O meu BPFF (Best Policia Friend Foreva) mostra-me o resultado...

0.00

Like a boss.

Mas agora vem a parte chata, a parte da justificar o momento à Fangio.

Ele pergunta-me se sei o que fiz...

Eu respondo que sim e explico- ia virar à esquerda mas meteu-se um carro e fui em frente, depois vi o peão e o BUS está apagado.

Ele pergunta-me se costumo passar ali, respondo-lhe que não.
Ele pergunta-me de onde sou, eu respondo...

-"Eu? eu sou de Telheiras..."

Desejou-me boa noite e mandou-me embora.


Nota - é deprimente quando somos mandados parar pela policia e a pessoa ao nosso lado a primeira coisa que nos diz é - "hahaha vais apanhar uma granda multa!!"

Podia afirmar que assim que disse que sou de Telheiras ele piou fininho mas foi claramente perceptivel que a infracção que cometi batia certo com a minha justificação e que eu tinha tudo totalmente controlado - e parei na passagem de peões para deixar passar uma sra. que por mero acaso tinha um cu 5 estrelas, coincidências.

(não vi que tava na faixa do BUS porque tava a olhar po cú de uma gaja, sinto-me mais do que justificado!)

Enfim, foi a minha primeira vez, não estava minimamente nervoso e correu bem, só não gostei de ele me mandar embora assim... sem dizer nada... senti-me... usado.
(era isso mesmo, queria que me passasse uma multa king size... )

Por outro lado, esta passou a ser a minha nova frase de engate- Eu? eu sou de telheiras...

Mesmo que não me perguntem nada.

domingo, 17 de julho de 2011

Levantamento II

Fiz três levantamentos - com um intervalo para uns pasteis de Belém pelo meio - num sábado de manhã após umas curtas 03h30 de sono.

Pior do que isso despachei-me pontualmente e a horas e fui o caramelo que ficou à espera...

(ok, foram 10 minutos, mas porra... 10 minutos que não volto a recuperar... ever.)





Preparava-me para ir embora quando reparo num monte de pelo enroscado no logradouro abandonado.

Estico o pescoço e vejo 3 gatos - que presumo que tenham apenas uns 2, 3 meses - aninhados uns nos outros.

Fofo.



No segundo levantamento, num terreno adjacente ao Hospital Egas Moniz- onde qualquer masoquista... ah... leitor assíduo do blog sabe que eu nasci- encontro assim que entro...

Outro gato de poucos meses também.

Como os anteriores... é daqueles que já vem com as vacinas todas...




Seriam apenas fotos de um levantamento.
Seria apenas uma coincidência felina.

Um levantamento sem história... mas não.

O que vou partilhar de seguida... é que eu já faço levantamentos desde os meus 14 anos.
Já rastejei de fita métrica por um sotão decrépito e periclitante - tipo filme do indiana jones- num prédio arruinado no bairro alto.

Já tive cobras diante de mim- vivas.

Já dei um pontapé num rato a pensar que era um plástico retorcido do qual saíram - só podia- um incontável numero de larvas...

Foi fofo.

Já tive ziliões de situações catitas e a todas digo... meh, trocos.

É que hoje meus amigos, hoje no meio do primeiro levantamento do dia que fiz...

Encontrei uma Granada.




Best Levantamento Story, ever.

Até encontrar o cadáver...

(pera, quando digo o cadáver, quero dizer um cadáver... um qualquer, não me refiro a ninguém que tenha namorado comigo em partic...)

Ah... Já viram os gatos nas fotos? fofos! é só carregar nas imagens...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Adenda ao texto anterior

Às 06h30 do dia de hoje acordo com a vibração do telemóvel sobre a mesa de cabeceira.

Tento ignorar e voltar a concentrar-me no que estava a fazer à Joss Stone no meu sonho...

(Também envolvia natas e a renovação do contrato do Falcao...)

(Falcaaoooo... )

O telemóvel vibra novamente e estou acordado, demasiado para voltar a adormecer.

Leio a primeira mensagem:

-" Desilusão, estes anos todos a gozar comigo por causa da minha unha e esqueceste-te da tua frase favorita desse dia. É triste"

Wtf? qual frase?

Leio a segunda mensagem:

- "estás-me a matar!!!!"

Respondo-lhe:

- "correcção... Estás-me a matar foda-se!!!"

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Unha

Apertava a camisa quando a ouviu gritar.
Sem hesitar lançou-se na direcção da casa de banho e viu-a sentada sobre a sanita agarrada ao pé.

- Sai daqui, ainda não estou arranjada!

Desviou-se da escova que voava contra si e voltou-se para o quarto

- Espera... putademerdafoda-se, ajuda-me a levantar... eu queria fazer a entrada com impacto no quarto...

- E acabaste por fazer o impacto na casa de...

Sentiu as unhas cravarem-se pelo tecido da camisa no braço.
Calou-se.
Rodeou-lhe a cintura e levantou-a. Virou-lhe o corpo para o espelho e sorriu.
Beijou-a na face e deslizou a ponta do nariz dai para o cabelo.
Beijou-a no pescoço e levantou-a pela dobra dos joelhos, segurando-a ao colo.

- Estás a fazer??

Não respondeu, actuou. Levou-a ligeira e determinado para o quarto, deitou-a suave na cama e afastou-se. Ficou de pé.
Via-a sobre a cama recheando o vestido preto.
Apoiada nos cotovelos projectando o peito na sua direcção... e o decote a pedir convívio, o cabelo negro solto sobre os ombros, o tecido em pregas sobre as pernas...
Ela gemeu, dobrou uma a perna e manteve a outra esticada na cama levando o tecido a deslizar, a cair devagar, descobrindo-lhe a carne...
Não resistiu.

Atacou.

- Saaaaaaaaai de cima de mim! não temos tempo... eu quero chegar... não, sai!! sai de cima de mim porra!

Afastou-o com o pé e deixou cair a cabeça na cama. Levou as mãos ao rosto e desabafou um - o meu pé...

Sentou-se na beira da cama e devagar, com ternura, levantou-lhe a perna colocando-a sobre a sua.

- Isto está... doi-te muito?

- O quê que tu achas sua besta foda-se, tinhas que querer fazer sexo comigo quando estou debilitada??? quando estou magoada...

Levantou o tronco da cama e ficou sentada, afastou o cabelo do rosto e fitou-o.

- Há que aproveitar as fraquezas e incapacidades de fuga para... oh, desculpa...

Limpou-lhe a lágrima com o polegar, devagar e com cuidado para não borrar o rosto com o preto da maquilhagem.

- Não te queria aleijar...

- Não aleijaste... está-me é a doer... bati com a merda do pé na puta da quina da puta da bancada foda-se.

- Adoro quando falas assim... classy.

- Vou ter que cortar... isto lascou... está a enfiar-se na carne merda... e os sapatos são abertos à frente... já não vou, não quero ir, quero... foda-se, que estúpida! já não vou, podes tirar os sapatos.

- Não sejas parva, óbvio que vais, cortas isso e...

- NÃO FODA-SE, DOÍ-ME E VAI-ME DOER SE CORTAR!

Voltou a levantar-lhe a perna e colocou-a sobre a cama, levantou-se.

- Onde vais? não me deixes!! não vais sem mim! anda cá foda-se que tou com dores dar-me mimo!

- Já vais ver.

Percorreu a distancia da cama até à sua mochila. Vasculhou os seus pertences e encontrou o que procurava. Retirou a bolsa preta e sentou-se novamente na cama.

- Estás a fazer???

- Já vais ver...

Abriu a bolsa, tirou o gel para a barba, a gilete e o pente, remexeu e tirou uma tesoura de ponta curva.

- Não sei para quê que trazes as coisas para a barba se nunca a fazes ooooOO que é isso????? estás a fazer o quê? estás louco? guarda essa merda! já te disse que não vou...

Rodeou-lhe um pouco abaixo do joelho a perna com o braço, puxou-a para o apoio da sua perna.

- Pára! nem te atrevas! não te atrevas foda-se, eu mato-te, eu juro que te mato!

Rodou ligeiramente a cabeça para trás, por cima do ombro e desabafou-lhe um sentido- gosto de ti.

Firmou o braço quando a sentiu fugir, não lhe deu espaço para floreados e manteve-se firme.

- NÃO!NÃO NÃO! TÁ-ME A DOER! TÁS-ME A ALEIJAR!NÃO!MERDA!NÃO! PÁRA NÃO FODA-SE! NÃOOOoooo me estas a tocar...

Girou novamente a cabeça para trás sem conseguir falar ou parar de rir.

- Se tu me magoas... eh pá André, se tu me magoas... foda-se, eu juro que se me magoas... não magoas pois não? eu gosto de ti, não me ias magoar... se gostas de mim...

- Eh pá, mas tu tás calada? posso fazer o que tenho para fazer e resolvermos o problema sem ameaças e tantos palavr...

Aproximou-se e puxou-o para si pela camisa até ficar perto o suficiente para ter a certeza que lhe recebia a determinação das suas palavras

- Se tu me aleijas eu juro que dou cabo de ti foda-se...

Beijou-a no nariz e deixou-a indignada pela sua indiferença...

- Se tu me aleijas... não dormes comigo hoje, nem amanhã e juro que não me tocas até... até...

- Não preciso de dormir contigo para ter sexo... e não, não tou a falar de ter sexo com outras gajas, não precisamos é de o fazer na cama...

- olha foda-se, larga-me a perna... deixa-me sair...

Virou pela terceira vez a cabeça para trás e sorriu- eu não te aleijo, prometo.

Afrouxou o braço e não a sentiu fugir. Aninhou-lhe a perna para que ficasse mais confortável e suspirou.

- Ai... Ai... AI!!! tá a... ainda não estás a tocar? eh pá, corta isso de uma vez porra! não, espera, devagar... oh foda-se... isto não me está a acontecer!!!

Ignorar-la, era a melhor opção. Firmou-lhe o pé e reconheceu 7 dos 10 palavrões que ela gritou.
Era fofo alguém ir a passar no corredor do hotel e assustar-se na ideia de que estariam a fazer um sexo muita estranho.
Ao menos estariam no anonimato de... ok, acabara de o ameaçar pelo nome todo misturado com dois foda-se pelo meio.

Fitou o problema que tinha nas mãos e fazia algum sentido, tinha a unha a cravar-se na carne, era natural que lhe estivesse a doer imenso... coisa de 10% do drama que estava a fazer estariam justificados...

Com o polegar da mão esquerda invadiu-lhe o intervalo do dedão do pé direito com o adjacente, aproximou e abriu a tesoura, afocinhou-a na unha e aguardou que se debatesse...

Nada.

Fincou o metal e não a sentiu espernear, nem um coice.

Será que lhe desmaiara? era tão awesome... assim, cortava-lhe a unha e podia aproveitar para uma rapidinha... ela nem precisava de acordar...
Ou mexer...

Virou para trás a cabeça e encontrou-a apoiada novamente nos cotovelos, olhos bem abertos a olhar para si. Cabelo solto a cair para trás destapando-lhe os ombros, o decote que se amarrava atrás do pescoço...

- Então? corta lá essa merda, tás à espera do quê? não tenho o dia todo...

Fechou parcialmente a tesoura sem desviar dos dela os seus olhos

- OLHA PARA O QUE ESTÁS A FAZER ESTÚPIDO!

Demorou à volta de cinco segundos, não teve uma única reclamação.
Levou a tesoura à mesa de cabeceira e com a mão esquerda debaixo da perna dela declarou-lhe a intenção de se levantar após o sucesso da contenda.
Re-sentou-o, puxou-o para baixo para a cama

- Mas onde é que tu vais? faltam os outros dedos...

- Tás a gozar não estás?

- Achas que vou para lá de sapatos abertos com uma unha cortada e as outras todas por cortar?

- E cortares tu?

- DOI-ME O PÉ E O JOELHO E Já estás ai... e tens jeitinho... sempre compensava a besta que foste... porra, eu em sofrimento, foste um monstro comigo, não percebo porquê... não me afastes a mão! estava-te só a fazer uma festa nas costas... ficas tão sexy de fato... vá lá, não sejas assim!!! é rápido... se fores rápido eu... pode ser que dê tempo para...

Mordeu o lábio, fitou-o de baixo para cima e deslizou o pé esquerdo sobre a perna dele.

- Vá lá! estás a ser mau... já estamos atrasados meia hora... faz logo o que te estou a pedir! que gaja!


Abriu-lhe a porta e deixou-a passar, estavam uma hora atrasados.
Ela sofria de violentas cocegas psicossomáticas nos pés.
Cada dedo foi primeiro uma luta, depois uma negociação para não desistir e atacar o dedo seguinte e depois uma luta novamente.
E uma negociação e uma luta e uma negociação dentro de uma luta e ainda estava confuso para perceber porquê que não fora mais do que a sua obrigação e era um momento romântico entre os dois que iam guardar e reter...

A anfitriã levantou-se para os ir receber, estranhando-lhes a falta de pontualidade perguntou-lhes o motivo do atraso

Ele abriu a boca para responder

Ela antecipou-se

- SEXO! desculpa, empolgamo-nos e... foi isso, que vergonha, nem acredito que te estou a contar... mas perdemos noção do tempo... já começaram a comer?



Nota - tenho a politica de nunca partilhar ou usar um evento - acontecimento meu com outra pessoa - a não ser que o objectivo seja enxovalhar-me obviamente- sem autorização da pessoa envolvida.
Principalmente quando é algo que recordo com gosto.

Eu no fundo só quero dizer que a sra em questão no texto deu menos luta física mas disse o triplo dos palavrões.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Quem marcar ganha.

Onze anos atrás...

O pessoal estava empenhado no treino.

Já era de noite e há coisa de duas horas que era suposto estarmos a caminho de casa.

Aconteceu que na "peladinha" depois do treino, que era suposta terminar sempre aos 10, o resultado ficou entalado num épico 6-6 e no espírito de antes quebrar que torcer, ninguém aceitava perder o jogo.

O génio do treinador lembrou-se da mítica frase - "quem marcar ganha."

3 Segundos depois há um remate do meio campo.

Golo.

Fez-se silêncio por uns segundos.

Coloquei as mãos nas ancas, respirei fundo, desviei a franja dos olhos.
Virei costas e fui-me embora do campo.

Entro no balneário, estou repleto de lama - chovera durante coisa de uma hora , o campo era pelado.

Tiro as chuteiras e ato os atacadores de uma nos da outra para as levar sobre o ombro.

Agarro na minha roupa à civil e coloco-a no saco do equipamento, calço os ténis e viro-me para partir, para ir para casa.

Desvio e despeço-me de um colega de equipa e fico diante de mim, em reflexo no espelho.

Estava ensopado, sujo, tinha a t-shirt com a mancha king size do sangue do nariz que limpei à roupa, estava violentamente despenteado e estava ainda a tentar acertar o passo com o fôlego.

Aproveito a porta aberta e vou-me embora.



Nota - neste treino fiz um golo, uma assistência e atirei uma bola à barra, oficialmente de cabeça... na realidade foi mesmo de nariz.

Sim, estou mesmo é a falar de relações no texto, mais do que uma recordação, é para mim um exemplo a seguir- há momentos em que devemos mesmo aproveitar a porta aberta... e ir embora.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Pensamentos Aleatórios



Sinto-me no auge da preguiça quando noto que tenho as lentes dos óculos sujas e penso:

- "caga nisso, amanhã vais buscar os novos..."


-


Estou descalço no atelier.
Levanto-me à rasca para ir ao WC e ocorre-me o pensamento: - " é melhor não ires descalço..."




-


Sentado na cama depois do banho, corto as unhas das mãos.
Levanto-me para me desfazer dos restos da "operação" e reparo que apenas tenho nove das dez que era suposto ter comigo.

Horas mais tarde, deitado na cama para dormir... encontro a décima e sinto que aprendi algo importante sobre a vida, sobre o sentido do homem aqui.



-


Hoje um amigo pediu-me uma opinião sobre a sua relação com a namorada, devi às infelizes semelhanças com a minha última relação... coloco-lhe a mão no ombro e digo: "gafanhoto...






segunda-feira, 11 de julho de 2011

Win-Win!



Hoje vou falar de uma modalidade que me é muito próxima...

Futebol feminino.

Decorre neste momento o mundial da modalidade na Alemanha, estando nesta altura que vos escrevo nas Meias finais- Súecia vs Japão e USA vs França.

A equipa do momento é sem dúvida os USA... - Despacharam o Brasil, outro favorito a vencer a prova


Hope Solo

Para começar a Hope Solo, não só pela piada fácil de ser muito boa a não deixar passar as bolas...

Ou que logo à noite com ela ... vai ser a "Solo"...

Mas também porque é uma excelente guarda redes ou em inglês... Great Golie...

uma GILF...

Mas temos também a jovem Alex Morgan (22 aninhos...)





Alex Morgan

Que joga a atacante... anda portanto no ataque.

(gramei à brava a defesa esquerda dos USA mas era mesmo para suplente do Álvaro Pereira no Porto, era só um Win... não que deitasse fora a moça...)

Adiante.

Apesar do impacto das Amaricanas, eu, fiel e leal a uma das minhas equipas de sempre, estou pela Suécia.

(Estranhamente, por coincidência eu torço sempre pelas equipas nórdicas no que toca a competições femininas...)

(gosto muito.)

Voltando às Suecas...

Temos duas Johannas:


Johanna Almgren


Johanna Frisk

E todas as outras convocadas...



Havia de ser eu o treinador e era um abraço de grupo a cada passe certo ou errado...

E o balneário... o balneário no final dos jogos a cheirar a Sueca suada... e depois um duche colectivo, a chicotearem a toalha no rabo umas das outras e...
e...
descontos no ikea.

Fica este meu desabafo sobre o assunto e uma menção honrosa para Noruega...


Para a Solveig Guldbrandsen e a Pedersen neste caso...


E para a Maren Mjelde, Cecilie Pedersen, Marita Skammelsrud Lund e a Emilie Haavi por proporcionarem a melhor imagem no mundial.

Gosto muito.

(Era uma sanduíche de André com manteiga ali no meio)




sexta-feira, 8 de julho de 2011

Corneto



Por mais actividades periféricas que esteja a fazer ao mesmo tempo, estou sempre.... SEMPRE!! concentradíssimo no trabalho.

Posso estar a ouvir música ou um podcast, conversar por escrito em 3 línguas diferentes enquanto organizo mentalmente o plantel da equipa de Juniors do FC Porto para a próxima temporada e nunca perco a noção, concentração e raciocínio dos trabalhos que estou a executar.

Hoje foi diferente.

Sento-me a comer um gelado, um corneto.

Minutos depois...




Não fazia ideia de onde estava, o que tinha para fazer, que música estava a ouvir, onde tinha os sapatos- costumo descalçar-me no atelier.

(uma vez passei um fim de semana com uma ex namorada e após a primeira noite descobri ao acordar que não fazia a menor ideia onde tinha as calças, passei o fim de semana de calções de banho.)

(Em novembro.)

(e passei o fim de semana com a família dela)

(de calções e chinelo de praia...)

(Like a boss)

Voltando ao assunto...



Foi basicamente isto.

(Foi tão awesome.)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Momento de Pausa #3

(Go ahead go ahead throw your arms in the air tonight)


Tinha sido uma péssima ideia ir correr.

Estava demasiado rebentado do esforço da noite anterior.

Doía-lhe primeiro o pé direito, não quando o apoiava, mas quando empurrava o chão para trás num novo passo, em esforço.

Tinha um certo prazer masoquista de se superar quando era suposto já ter parado há muito tempo.
Ia sorrir com a ideia mas estava demasiado cansado.
Não que apreciasse a dor, mas sim a ideia de não se deixar vencer por ela, pela voz que lhe gritava que já era o suficiente, ninguém o ia julgar, ninguém o poderia chamar de fraco.

Para além disso... estava a correr sozinho.

Depois do pé chamava-lhe à atenção - com uma certa urgência - a ausência de fôlego.
Vincou a vontade e teimosia, obrigou-se a respirar com força, com ritmo.

Sabia que após a curva que se aproximava teria uma subida, coisa de 80 metros de forte inclinação.

Acelerou.

Sentiu a dor ficar para trás, distanciou-se do lamento que gemeu da falta de pulmão e empurrou-se mais depressa para a frente.

Não sentia as pernas, não sentia que estava ali.

Era como um espectador transportado pelo seu corpo.

Debaixo dos seus pés o caminho começou voraz a tornar-se íngreme, perdeu velocidade mas não o "momento".

Um pé, depois o outro. Por vezes evitou cair empurrando o chão com as mãos e manteve-se em corrida...

Combinou tréguas quando no topo, era só aguentar um pouco mais...

Cerrou os dentes e os punhos, era só um pouco mais...

Mais um passo, mais uma queda, mais uma vez era o pé que lhe fugia e o levava a projectar as mãos ao chão.

Faltavam as escadas...



Ergueu-se e respirou.

Limpou o suor do rosto e sorriu.

Avançou devagar e levou a palma da mão à porta do prédio.

Apeteceu-lhe carregar na campainha como anos antes e com sorte ela abria-lhe a porta, sentava-se ao seu lado umas duas, três horas a contar-lhe histórias sobre a sua Avó e piadas dos anos em que trabalhara ali ao pé, no hospital onde não por acaso ele nascera e ela morrera.

Tinha saudades dela.

Afastou-se da porta e esperou até respirar normalmente, até não ser um acto de desafio e coragem encher os exaustos pulmões de ar.

-"Travessa do conde da Ribeira... que deus!"

Pensou sobre o seu feito, a sua conquista.
Depois lembrou-se onde tinha estacionado o carro e o quanto teria que andar até ao mesmo.

Sim, andar, que correr... fora de questão.
O que lhe passara pela cabeça? era simples e estava controlado, corria ao longo do rio até à Torre de Belém e voltava para trás.

Inspirou, com força e avaliou-se. Expirou o ar e com este as baixas no seu mundo desde Setembro, a Avó , a Irmã, o tio , a cadela e a namorada.

Era gente a mais.

Desceu os degraus e atravessou.
Voltou para trás e para cima o rosto para a janela onde ela habitualmente se despedia de si.

Avançou o pé direito.
Este doía-lhe selvaticamente.
Avançou o esquerdo e embalado pelo passeio a descer... ganhou um pouco de velocidade, nada de loucuras, iria depois pela Junqueira até ao carro em passo tranquilo que ainda tinha um dia inteiro de trabalho pela frente...

Fez a curva e acelerou...

Sorria.


(Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.)



Notas :

-a primeira citação é da letra da música Runaway dos The National.

-A segunda não admito que não a reconheçam como sendo do Fernando Pessoa- pontos extra a quem a ler na voz da Maria Bethânia.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Pertinente.

Conhecer amigas de uma amiga é sempre uma experiência... diferente.

Quando a minha amiga faz questão de me pedir para me comportar, ser compreensivo - ao qual respondo "são mulheres tadinhas" - e não abrir a boca em momento algum para uma tirada inconveniente, nasce em mim o pressentimento que vou acabar por levar nas orelhas...

Mas terei material para o blog.


Uma das amigas de Miss J, casada há pouco mais de um ano partilha com entusiasmo que pretende engravidar e que anda a tentar e anda a pensar em afrodisíacos e em toda a uma série de coisas que aumentam a fertilidade.

Eu lembro-me do Jimmy Carr e pergunto- "já experimentaste pénis de homem?"


E depois o André é que apanha por fazer uma pergunta pertinente.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quase... - Parte II

Vou tentar despachar o enquadramento da história o mais rápido e eficiente que me for possível.

Estava no terminus da relação com a Ex que originou a criação da personagem Marta neste blog.

(Ia dizer com a crazy Ex mas já são tantas que depois o leitor mais assíduo misturava as coisas, assim sabem de quem estou a falar.)

Ela, a moça em questão, tinha uma casa na costa, piscina e terraço para banhos de sol.
Nesse verão, estávamos mal e numa fase de afastamento.
Em julho acordo com uma mensagem dela a perguntar-me se não queria ir ter com ela e ficar pela piscina ou pelo terraço.

Já sabia que a relação mais dia menos dia oficializava o seu fim mas disse-lhe que sim.

Levei o meu carro, Toyota Carina E cinzento. - isto é pertinente para a história.

Estacionei ao sol, não havia a porra de um lugar à sombra ou debaixo de uma árvore e acabei por ficar com o carro estacionado - isolado - à porta de casa dela, diante do carro dela - que estava estacionado de frente para o meu - no sentido contrário, gajas a estacionar... enfim.

Toco à porta, ela abre de bikini, descalça.
Pede-me que a ajude a encontrar os chinelos enquanto ela procura o telemóvel.
Elogia-me a barba por fazer, rodopia os caracois quando se vira de costas para mim pelo meu rosto.
Snifo-lhe o cheiro, ela puxa-me pela mão para fora de casa.

( Its sooooo on... )

Subimos para o terraço, a piscina pode ficar para depois.

Passaram-se aproximadamente 10 minutos, não tanto desde que estacionei até por os pés no terraço.

Já não nos víamos há umas semanas, ela estava impaciente e horny e eu... eu estava normal.
Ela estende a toalha, deita-se e sorri para mim. Eu ajoelho-me na toalha dela, puxo-a para baixo de mim e beijo-a.

e...



(para quem não percebeu...funkytime!)

(...)

(sexo porra!)


Três meses depois - é agora que vou ao Quase desta história - explicava pelo google earth a uma amiga como ia para a Trafaria se viesse da costa e...

E diante da casa da Ex vejo o meu carro, ao sol.
Diante do meu carro o carro dela, estacionado de frente o dela, em sentido contrário.
Faço as contas.
A única vez que levei o meu carro até lá foi... foi em julho... quando fomos para o terraço e estivemos durante quatro deveras agradáveis horas a "por as contas em dia", até escurecer...

Estive vestido apenas 8, 10 minutos até me desnudar no terraço dela.

Deslizo a imagem até à casa dela, zoom no terraço e...

Desilusão... o terraço está vazio.

Estive a minutos de ter o meu cu no Google Earth.

Foi quase...


Nota- conferi a data também pela praia e pelos restaurantes que nesse verão ainda não tinham sido varridos pelo mar.
O meu carro tem uma peculiaridade no capot que o torna... digamos, único.

domingo, 3 de julho de 2011

Tosquia


Vou podar a juba... informação que partilho como desculpa para publicar esta imagem da mais pura awesomeness.

Graças a esta foto já não preciso de dizer pela enésima vez a piada - " pedi para me fazer o corte de cabelo outono parisiense e sai de lá com o lésbica de meia idade."

(acabei de o fazer...)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quase... - Parte I


Isto esteve quase a ser uma edição do segmento- tu é que perguntaste.
Esteve porque aconteceu o clássico, Ela, miss J, sentou-se diante de mim e perguntou-me que filme é que eu fora ver no dia anterior e eu em resposta fiz questão de partilhar a história que uma simples e inocente pergunta avivou nos meus pensamentos e recordações.

É meio traumático...

Acontece que em seguida a conversa desenvolveu-se para outros fantásticos eventos protagonizados por mim em que quase...

Enfim, adiante...

A inocente pergunta foi: - "esta gaja não se parece com a outra loira que tu sacaste no arraial do técnico???..."


Rosie Huntington-Whiteley, a gaja em questão.


Para esta pergunta há uma resposta, que é sim.
Inclino a cabeça para o ombro analisando as diferenças e oiço a mesma conclusão a que chegei: - " eh pá, a tua Rita era bem mais gira que esta mula aqui no filme."

Dito isto, vamos às duas histórias em que quase...

-

Estava meio tocado e os Blind Zero (Miguel Guedes forever) ainda estavam longe de subir ao palco.
Cabia-me ir buscar mais cervejas quando me dão um encontrão e um banho de cerveja na manga esquerda.
Solto um foda-se e ela um desculpa e começa a rir-se à parva, senta-se no murete e diz-me que me paga uma cerveja.
Pergunto-lhe - outra? deixa tar...

Volto à minha quest por imperiais para aplacar a sede aos animais que me esperavam quando oiço atrás de mim: - "eu não tou buba, tropecei ok? deixa-me pagar-te uma cerveja! não sejas assim!!!"

Ela (ainda) não estava buba.

Paga-me a imperial que queria para minorar os remorsos, volto para a discussão pertinente sobre qualquer coisa de futebol em que para não variar o gajo do FC Porto acaba sempre a rir-se dos outros todos...

Vejo os caramelos da minha Entourage a esbugalharem os olhos e puxam-me a manga, viro-me e era a sra dona Rita com outra imperial- "ficaste chateado?..."

Não me recordo do resto do dialogo até aos Blind Zero, na trace ela aparece para minha surpresa nas minhas cavalitas, ainda pensei em atirar a moça ao chão, se é para Flashar o Miguel... também quero ver! e um gajo em baixo não vê nada!
Felizmente duas músicas depois inspeccionava a situação a modos que táctil, e... e estava feliz, o Miguel a cantar para mim, a Rita a...

pera... a parte que acabei de escrever do Miguel... ah...No homo!

Continuando.
Após o concerto, estávamos aninhados do lado esquerdo de quem sobe as escadaria da alameda, empolgados e fortemente alcoolizados.
Ela sentada ao meu colo meio de costas, meio de lado.
Gluteos encaixados na dobra das minhas pernas para o tronco e eu à procura do Wally no top da simpática e muito afável rapariga.
Beijo-lhe o pescoço e demoro, ela curva as costas, pressiona-se contra mim.
Afasto-lhe o cabelo e beijo-lhe o rosto ao pé da orelha, ela promete-me coisas que obviamente vou censurar aqui- porque também não me lembro de tudo, assim que ela explicou onde punha a boca e CENSURADOCENSURADOCENSURADO e as natas eu pronto, estáva ok com o plano.

Ela torce o corpo para trás, fita-me bem nos olhos e diz-me - "beija-me foda-se"
Eu avanço, ela foge e vira-se para o meio das pernas, abre as dela e as minhas por arrasto.
Vomita durante uns agradáveis 2 minutos e eu penso para mim mesmo- realmente, rapariga muito simpática esta Rita - enquanto lhe seguro o cabelo como o Gentleman que sou.

Lembro-me que estava muito bem tratado e comprido- sem pontas- devia usar um bom amaciador.

Ela volta a levantar-se, limpa a boca com a mão, fita-me nos olhos e repete- "beija-me foda-se André"

E quase... quase que me dá um beijo... com a língua...





(Hey! não me julguem! eu estava alcoolizado ok? demorei a processar mas evitei a língua...)

(pensando bem nisso, já não valia de muito... se calhar devia ter aproveitado... )

Looooovitt!!! #4