quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O melhor Post de sempre

Para não variar, tenho mais feedback do que escrevo fora do blog do que em comentários no mesmo.
Eu sei que este blog foge do seu intento inicial de ser um blog de tributo a uma das maiores vozes femininas contemporâneas que é inquestionavelmente a grande, a fantástica, a mágica... Sara Beirelles.
O texto  - O meu amante gay e a sua esposa - foi qualquer coisa de surreal na reacção que recebi após a sua publicação.

Recebo pela hora de almoço a seguinte mensagem de uma pessoa já por aqui citada no blog:

" Meu Estupor, Excluindo todos os teus post sobre mim, acho que foi o teu melhor post de sempre... mas perdeste um seguidor... devia ser o teu seguidor filipino que não achou graça à piada no texto"

É por isto, que o post anterior é meu mais melhor bom de sempre.

Esse ou aquele Post em que conto quando passou por mim no balneário do Holmes Place onde andava o Cláudio Ramos só de toalha e...

Pera, eu nunca publiquei essa história...



Oh porra...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Meu Amante gay e a sua esposa.

A primeira vez que vi o gajo foi há coisa de um ano, num domingo em que chovia. Ele não era daqui.
Entrou-me pelo bar e sentou-se ao balcão. Tirou as luvas, sorriu e perguntou-me se apanhava o canal onde ia passar o jogo do clube dele.
Levou-me a meter o bar em polvorosa, quase em motim quando fazia zapping à procura do jogo.
Voltou cá no fim de semana seguinte, e depois voltou no outro e o outro a seguir até que passou a vir também durante dias de semana. Tínhamo-nos tornado amigos.
Engraçado recordar que, a certa altura eu reparo que no bar estava tudo a torcer pela equipa dele durante os jogos, a certa altura reparo que me tinha conquistado a clientela.
Muitas vezes ficou a ajudar depois da hora de fecho, umas vezes a acabar o barril da cerveja, outras a limpar mesas e clientes alcoolizados de frente da porta.
Ninguém percebia o que fazia atracado à gaja que vivia com ele.
Estavam juntos há pelo menos dois anos, ele evitava falar dela, dizia até por piada que durante os jogos descansava a cabeça, afinal, podia desfrutar do silêncio...
Ninguém gostava dela, eu cá pensava que se ele gostava, alguma coisa ela devia ter para ainda estar com ela.
Algo que nunca encontrei.
Ele naquela noite olhou para o ecrã e mandou abaixo o resto da cerveja  - Cheira-me que vão adiar o jogo assim como está, é da maneira que vou mais cedo para casa hoje e durmo umas horas extra...

Tentei demovê-lo mas nada feito, meia casa foi embora quando perceberam que não haveria jogo.

- O teu amigo hoje deu-nos cabo do negócio!- disse-me a verdadeira dona da casa, que me tinha posto uma aliança no anelar, não para eu não ter ideias, mas para demover qualquer aventurosa cliente que gostasse demais da minha cerveja.

- Ele não bebe assim tanto...

E calei-me, ele estava de volta, com um cacto debaixo do braço.

Sentou-se e colocou o cacto sobre a mesa.

-Então? saudades minhas? - digo e coloco-lhe uma cerveja à frente

- Antes fosse... preciso de um sítio onde por aqui o Miguel - apontou para o cacto - a dormir esta noite, isso e talvez que me ajudes a encontrar onde ficar nos próximos dias.

Fitei-o.

Contornei o balcão, sentei-me na cadeira ao lado da dele. Acenei-lhe que falasse.

- O que queres que diga?

- Somos amigos não? é natural que pergunte o que se passa

- Cheguei mais cedo a casa, apenas isso.

- Apenas?

- Isso e Ela estava lá a ser comida por um gajo qualquer.

Fitei-o em silêncio, ele nada disse.

- FODA-SE! filha da puta! - disse a dona da casa do outro lado do balcão.

Ele riu-se e levou a cerveja à boca, não respondeu.

A dona da casa inclinou-se sobre o balcão e beijou-o no rosto.

Ficámos em silêncio, ele terminou a cerveja e ofereci-lhe outra.

- Só se me fizeres companhia, não tem graça beber sozinho.

- Tenho um sofá estupidamente confortável, está vazio, podes ir para lá com o Miguel.

- Não coloco nenhuma objecção. - disse a Dona do bar e foi atender um cliente n'outra parte do balcão

- Se ela não coloca objecções está feito, ficas lá hoje em casa, acredita, o sofá é confortável... lembras-te da Checa que tava aqui quinta?

- A que era designer ou lá o que era?

- Essa mesmo, a gaja deu-me uma gorjeta 5 estrelas e começa-me a fazer conversa... ali a patroa ficou toda fodida com ciúmes e meteu-me a dormir lá... ah ah ah... o giro é que passados 5 minutos veio-se enroscar no sofá e... ela vem aí, age naturalmente.

- Olha lá, isto é estúpido... mas tenho que te perguntar...

- De gatas

- Ah?

- Tava a comê-la de gatas

- Eewww, não bebes mais... o que eu quero saber é isto... mas que raio tá aqui a fazer o Miguel? tu chegas a casa, apanhas a Puta a fazer de Puta... e... vens-te embora com o cacto?

- Foi a minha Mãe que me deu o cacto, há que respeitar certas coisas...

Estranhamente, fazia sentido.

Chegados a minha casa diz-me que lhe ia enviar uma mensagem só para não meter a policia à procura dele.

- As tuas coisas? como fazemos?

- Fazemos?

- Estás a pensar que vais lá sozinho, é muita coisa?

- Importante? não, roupa que cabe numa mala, uns cd's, livros, talvez uma ou duas coisas realmente importantes, o resto que se foda.

- Quando queres ir lá?

- Vou amanhã quando sair do trabalho... mas não sei onde colocar as cois...

Vejo a mulher com quem me casei arrastar o móvel, abrindo-lhe os braços como um mágico para o espaço vazio.

- Tens uma semana, depois ponho-te a mexer que não gosto de partilhar o meu homem e vocês são demasiado cúmplices, agora .. vou dormir.

Abraçou-o, beijou-o no rosto e despenteou-lhe o cabelo

- Conheço tanta porca que te vai querer comer... tu com esses olhinhos de estrangeiro perdido a  pedir colinho...

- A sério? não achas que é cedo demais? - digo-lhe

- Elas já o queriam comer antes, tás a ver a Anita? imagina agora que ele tem esta história de cachorrinho para contar... vou ter que passar a desinfectar as maçanetas cá de casa para não apanhar nada de tanto sexo que lhe vão fazer... vais ver

Ficamos a olhar um para o outro estupefactos.

- Onde é que tu arranjaste uma gaja destas?

- Ikea...

- A sério?

- Não, quer dizer, ela trabalhava numa loja, mas não era o Ikea, era de informática, porra, a quantidade de ratos que comprei só para ir lá refilar com ela e meter conversa...

- Sempre dá mais jeito que ires lá trocar um roupeiro... tinha sido impossível, assim... foi o destino!.

Colocou o Miguel em cima da mesa da sala, afagou as orelhas do Maldini, o meu gigantesco cão de Montanha dos Pirenéus.

 - Bem, vou dormir, o Cão fica onde?

- Depois descobres.

O cão ficava no sofá, independentemente de quem lá também estivesse.

-

Eles já estavam à minha espera, bem dispostos.

- És sempre a mesma merda, só não chegaste atrasado ao nosso casamento porque és um cagão com o meu Pai.

- Também te amo muito meu anjo, olha, antes de subirmos...

- Eu acho que ela cabe no tapete da sala, bem enrolada, já estacionei o carro no beco e a tua mais que tudo tem uma pá...

- Não, quero saber se estás ok para isto, não é fácil...

- Já vês, só vos peço que aconteça o que acontecer... eu não me demoro mais do que 30 minutos lá em cima, combinado?

- Já me viste a arrastar gajos com o triplo do meu tamanho do bar, gajos que aqui o meu querido marido acha giro ficar a ver-me ter o trabalho todo sem me ajudar...

- Ficas tão sexy a bater em homens grandes...

- Vem cá seu canalha- disse e puxou-me para o seu corpo

- Vamos lá? já vi demasiadas pessoas que não eu a fazerem o sexo este mês e ainda estamos a 16...

- Vamos! isto se tiveres as chaves, era tão lindo...

Ele tinha as chaves, subimos.

Entramos e ela estava sentada no sofá. Levantou-se.

- O que aconteceu? o que se passa? não vieste para casa depois do jogo...

Ele olhou para ela e sorriu

- Este é o meu amante Gay e a esposa dele.

- Confere - diz a minha esposa.

- Não tem piada - disse ela - fiquei preocupada...

- Por eu ter arranjado um viking alto grande e musculado e tu teres... aquilo parecia-me um filipino ou sei lá, um hobbit...

 - Estás parvo? foda-se, estás a dizer o quê?

Vejo-o retirar o telemóvel do bolso do casaco, tactear, encontrar e mostrar-lhe o ecrã.
Os olhos dela abriram-se, o rosto corou, levou a mão ao telemóvel sem sucesso.

- Eu apago a foto, foi só mesmo para evitarmos uma conversa desnecessária...

- Eu amo-te, não! NÃO! não faças isto! não...

A patroa apertou-me o braço, estava a ficar irritada

- Posso-lhe bater? posso? deixa lá... não sejas assim...

Ele foi ao quarto, eu entrego a lista que nos fizera à minha impulsiva mulher e começamos a retirar das prateleiras os livros e cd's que ele tinha escrito no papel.

Ela no quarto gritava, implorava, ameaçava, argumentava com chantagem e dele não ouvimos uma única vez a voz.

- Olha lá, não tá na lista, mas este poster do Casablanca é qualquer coisa de mágico, é teu?

Ele sai do quarto, olha para o poster e para a minha mulher - não, é teu agora, fui eu que o paguei o mês passado.

A minha mulher olha para mim, olha para ele, levanta a mão e diz - jackpot!

E ele devolve-lhe o pedido de um hi-5.

- NÃO! NÃO! NÃO! tu não vais a lado nenhum!

- Já fui, fui ontem, e fui embora.

Acabou de arrumar as coisas já me doía a cabeça de a ouvir, percebi então o que ele queria dizer com estar num bar apinhado de gente a ver futebol ser o seu "momento de silêncio".

Descíamos as escadas pela última vez e ele volta para trás, ela tombada num drama cénico na porta entreaberta.

Ele chega ao pé dela, ela estende-lhe a mão

- Eu sabia que voltavas...

- Não foda-se, achas?  - e tira do porta chaves a chave da porta, atirando-a de seguida para o chão.

Entramos no carro, arranco.

Fazemos uns quilómetros em silêncio.

Minha esposa tira o cinto e atraca-se nele, dá-lhe um beijo no rosto.

- Estou tão orgulhosa foda-se, foste simplesmente épico... até fico com remorsos de... de...

- De? - perguntamos os dois ao mesmo tempo.

- De ter gamado este vaso com malmequeres que encontrei...

- Não fiques, eram dela!

Semanas mais tarde, já depois de ter comido a Anita meio por acaso - há quem diga que a Anita aproveitou uma noite de comemoração excessiva após uma vitória por 3-2 no último minuto que me deu cabo de duas mesas na celebração do golo... há quem diga que a Anita o violentou no WC dos homens e é por isso que o autoclismo não funciona bem às segundas feiras...

Dizia, semanas mais tarde estávamos sentados num sábado de manhã a comer bolos sobre a relva ao pé do rio, ele acompanhado de uma Sueca que não o largava a tentar saltar-lhe para cima em público, uma gaja tão boa que a minha fantástica esposa afirmou e passo a citar -"se me traísses com esta gaja até te dava os parabéns foda-se! aliás, eu é que te vou trair com esta gaja, olha-me bem para aquele cu!" - quando vemos ao longe a Ex dele.

- Tu foge, ela deve andar à procura dos Malmequeres!

- Oh pá... diz-me, a sério... como é que não lhe chamaste nomes? como é que fizeste aquilo tão... tão cool, tão controlado?

- Como? olha, a vontade, óbvio, era chamar-lhe nomes, berrar com ela, era muita coisa que me ocorreu mas depois pensei... Eu tinha-me acabado de livrar dela... e ela ia e vai-se aturar eternamente.

Levantei-me, minha esposa levantou-se, a Sueca levantou-se sem perceber bem a coisa.

E demos-lhe uma salva de palmas.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

The Hobbit, An Unexpected Journey.


De Peter Jackson, com Martin Freeman, Ian McKellen, Richard Armitage, Cate Blanchett, o grande Christopher Lee e o simplesmente extraordinário Andy Serkis.

Baseado no livro The Hobbit, or there and back again de J. R.R. Tolkien.

Vou fazer como o Peter Jackson e vou dividir isto em três partes.

Como filme, esquecendo que existe um livro, esquecendo que existe um filme de animação já feito (the hobbit de Ralph Bakshi que também fez uma versão animada do Senhor dos anéis, elementos incontornáveis para analisar os filmes de Peter Jackson pois ele claramente veio beber muito destas duas animações), esquecendo que existem três filmes do mesmo realizador sobre este universo ou que este é o primeiro de uma trilogia, ou seja, analisando o The Hobbit como peça única e isolada...é dos melhores filmes de acção  /aventura deste ano - e do género até agora feitos.

Como adaptação do Livro de Tolkien - estranhei e compreendo a exclusão do Tom Bombadil da trilogia do Senhor dos Aneis, um livro é um livro, um filme é um conceito totalmente diferente, e funciona de um modo totalmente diferente.
Assim sendo, todos os elementos extra neste filme- sejam flashbacks a momentos que no livro podiam ser uma frase ou nem sequer são referidos - parecem-me pertinentes para solidificar o filme e este assentar a sua narrativa em algo que não obrigue quem vê o filme a dizer - não percebi, era suposto ler o livro? - elemento que falhou de um modo gritante no the hunger games por exemplo.
O humor deste filme é simplesmente... mágico, e parece-me colocado na dose certa para não se perder a tensão e a seriedade da narrativa que estão a contar.

Como filme enquadrado com a trilogia do Senhor dos Anéis...  o filme começa com Bilbo e Frodo a falarem de uma festa, a mesma com que começa o Senhor dos Anéis, há também ao longo do filme toda a uma série de amarras que caso os dois filmes que sucedem o Hobbit sejam ao nível, teremos 6 filmes ligados entre si, perfeitos para sentar um futuro puto que o leitor tenha no sofá e dizer - vou-te mostrar uma história...

E deixar a criancinha absorver a magia, ganhar o gosto e crescer a sonhar com dragões e personagens misteriosas de barba cinzenta com um chapéu ponteagudo.

Gostei mesmo muito deste filme, não lhe darei pontuação como é normal nas reviews de cinema aqui no blogue.



Nota - Para não falar de ziliões de cenas que podia fazer referencia... vou falar de uma que não podia deixar em claro e que de certeza que daqui a muitos anos - quando tiver o futuro puto no sofá ao meu lado - vou estar deliciado a rever, provavelmente a olhar para a cara do puto para lhe ver a mesma reacção que tive quando...

O Gollum, o Gollum a esforçar-se desesperado com força a tentar descobrir uma adivinha do Bilbo...

Oh pá...





quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Velório

Já passava da meia noite quando nos pediram para rir mais baixo, isso e para fecharmos a porta da Igreja onde decorriam vários velórios quando fossemos embora.

Dos ainda vivos, Eu e minha Mãe éramos claramente os mais chegados, com mais afecto ao meu Tio, o falecido em questão.

Por vezes à noite, quando em insónia me perco num Zapping exasperante e tropeço num qualquer torneio de ténis, que era tão normal fossem 02h, 05h ou meio dia, eu e o meu tio trocarmos msg's sobre o jogo, na certeza que o outro estaria a ver, fosse o Nalbandian, o Federer ou a minha favorita - Elena Dementieva.

Minha Mãe, Irmã do falecido afirma convicta que o melhor negócio a fazer era abrir um lar de terceira idade e uma funerária.

A conversa desenvolve até se engalfinharem todos contra mim, e eu, não me ficando quieto afirmo que no meu velório, de caixão aberto para as senhoras, bar aberto para os homens.

As minhas Ex's, carpideiras desoladas sobre o meu caixão fazer-me-ão o luto.

E vocês saberão que uma delas foi a assassina.

A Irmã Lina, freira que se manteve amiga da família todos estes anos após a morte da minha Avó, interrompe-me e diz- No teu caso, o mais provável é não haver uma Assassina, o mais provável é serem todas cúmplices...

E as horas passam, fechamos a porta, ficamos mais um pouco na rua a conversar, demasiada gente para a hora da noite, demasiados bem dispostos para o evento que nos juntou.

E na despedida oiço a minha frase favorita de sempre num velório, e se algo que eu gosto é de frases inconveniêntes...



- " Isto foi muito giro! temos que fazer isto mais vezes..."



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Eu - Edição filhos

A pergunta é se irei mostrar a um filho que tenha um dia no futuro as prequelas do Star Wars.

A minha resposta é a seguinte:

- Quero ter dois filhos, biologicamente meus. Digo a um dos filhos que o irmão dele é adoptado e que tem que manter segredo, digo ao outro o mesmo e depois... a pergunta correcta é se mostro primeiro o Hobbit ou o a trilogia do Sr dos Anéis pela ordem com que saíram... obviamente que  não lhes mostro as prequel... porquê que estás a fazer essa cara? sempre é melhor do que lhes dizer que comi a mãe deles de gatas!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Indie

São coisa de 03h de sexta feira quando desço do Eixo Norte-Sul para a telheiras.
Estou bem disposto, overdose de pipocas após uma noite de cinema, Argo pela segunda vez.

Aproximo-me do cruzamento para a rua das Esplanadas de Telheiras e reparo que por muito pouco, por duas vezes um cão que se encontra no meio da estrada não é atropelado.

Faço a curva para a rua das esplanadas, encosto o carro.

Engraçado que nem por um instante hesito, por um instante penso em fazer diferente mesmo sabendo de tudo que pode implicar o gesto de sair do carro.

Lembro-me agora, quando penso no evento que vos descrevo disto:

"What sort of man goes by" - da Minha música favorita*

Eu decididamente não sou esse tipo de homem .

Dou uma corrida ao ver que o cão está confuso e assustado e ninguém pára.

- HEY! andas a fazer ai?

Digo-lhe firme para me ouvir.

A criatura ensopada corre na minha direcção, parece o Uggie, o cão do Filme The Artist.

- Anda, bora - digo-lhe e volto para o carro.

Abro a porta do carro do lado do passeio e ele salta para dentro do carro.

Dou a volta, Sento-me e ele salta para o meu colo.

Dali a minha casa são uns 3 minutos.

Estaciono, deixo-o sair e tranco o carro.

Ele olha para mim na dúvida se é para ir ou ficar.

Quando abro a porta da rua do meu prédio ele entra, como se fosse normal entrar no prédio.

Tenho uma preocupação em mente - Buca.

Como é que vai reagir a minha cadela a este elemento estranho?

Chegado a casa, lembro-me de levantar o cão para saber se é macho ou fêmea, é fêmea.

Dou-lhe de beber, de comer, deixo dormir numa manta sobre a minha cama- saltou e aninhou-se assim que abri a porta do meu quarto.

Passou a porra da noite a ajeitar-se em mim, a suspirar profundamente.

Pelas 09h acordo, meio a dormir procuro o telemóvel sobre a mesa de cabeceira e num toque de mágica vou ao site http://www.encontra-me.org/

Ainda por acordar encontro numa foto desfocada colocada no site pelas 02h da madrugada anterior uma imagem do que me parece ser a Cadela que está a fazer-me olhinhos pelos lençóis.

Salto da cama, confirmo que é a mesma cadela com o Meu pai.

Ligo ao contacto no site.

30 minutos depois está à minha (nossa) espera o dono.

- Presumo que este seja o teu cão - digo e estico-lhe a cadela que trazia ao colo.

Os olhos dele esbugalham, quase a chorar.

- INDIE!!!

Entrego-lhe a cadela, o amigo que o acompanha diz:

- Este gajo nem dormiu! eh pá! que cena!

- Bem, a cadela dormiu bem, comeu bem, passeou, brincou com a minha cadela...

- Mas isto foi... há alguma recompensa que...

Levanto-lhe a mão para parar - nem se põe em questão.

Despeço-me e vou-me embora.

Eu tinha requisitado a ajuda da Miss MJ para comigo procurar na zona onde tinha encontrado a cadela qualquer coisa que nos ajudasse a encontrar os donos.

No intervalo de tempo de ela se meter no metro e chegar a Telheiras eu encontrei o dono.

Olho para o relógio e vou a pé para o metro, para a ir buscar.

A caminho, desde as Esplanadas ao metro tenho a minha recompensa.

Os donos da Indie tinham-a procurado noite fora, e colocado cartazes com foto e número de telefone por Telheiras.

A minha recompensa foi a cada cartaz saber que, com 100% de certeza, aquela pelo menos, estava de volta ao dono.







* A minha música favorita é desde que a ouvi a #41, Dave Matthews Band

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ela não está bem

Chego a casa e a cadela não vem ter comigo à porta.

Entro na sala à sua procura e encontro-a na sua cama ao sol, perto da varanda, meus pais estão sentados no sofá.

- Atão pá? não me vens falar? - pergunto para a cadela.

Ela sai da cama devagar, abatida.

- Ela não está bem - diz-me a minha mãe.

Aproximo-me da cadela, ajoelho-me e afago-lhe as orelhas.

- O que tens Buca?

Ela coloca a pata sobre o meu braço, lambe-me o rosto.
Faço-lhe festas em resposta, ela anima-se e morde-me a mão, lambe-me a mão, salta para cima de mim e lambuza-me avidamente a cara.

Levanto-me feliz por a ter animado e digo - Queres um biscoito?

Ela salta de alegria com a ideia...

E é então que os meus pais me dizem:

- Não lhe dês nada que ela esteve a vomitar à coisa de 15 minutos...




 (onde é que tu vais? ainda não tirei o sabor da boca!!)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Maxine

Estava a olhar para o telemóvel com a certeza que ia dar merda.
Estava a olhar tentado cheio de ganas e vontade mas sabia, tinha a certeza que ia ser um erro.

Depois visualizou uma hipotética lápide onde estaria escrito - "Aqui jaz um homem sábio e ponderado" - e isso não era minimamente o que queria deixar de legado aos netos e filhos.

- Que se foda! - disse e marcou o número da Ex.

Tinha a convicção que não lhe ia atender.
Tinha também a convicção que ela era capaz de não resistir à tentação e atender.

- O que me queres? - ouviu, atendeu.

- Olá, estás boa?

- O que me queres?

- Olá para mim também...

- O QUE ME QUERES?

- Saber de ti, lembrei-me de ti...

- Porquê que queres saber de mim? nem sequer me deste os parabéns...

- Também não me deste os parabéns a mim...

- Eu fiz anos primeiro! e responde-me, o que me queres?

- Lembrei-me de ti, só isso.

- Porquê que te lembraste de mim?

- É uma história relativamente comprida, diz-me só se estás bem...

- DIZ-ME!

- Estava no café onde te levei quando fomos à baixa, sentado na mesa de canto que gostávamos porque ficamos perto um do outro, a meio caminho a estarmos de frente e lado a lado.

- ...

- Entra-me pelo café adentro... alta como tu, morena como tu, digo-te, não eras tu mas podias ser mesmo tu...
Devias ter visto, a maneira como ela bamboleava as ancas como tu... como parava a sala ao passar dentro do seu  blusão preto como o teu que te comprei...
E ela vinha com o namorado atrás, sentou-se e cruzou os braços como tu.
Devias ter-lhe visto os olhos, o cabelo, o sorriso, juro-te que não eras tu... mas podias ser mesmo tu...
E quando ela  afastou a chávena dos lábios e lambeu devagar a espuma com a lingua... eu digo-te, não eras tu... mas porra, podias ser mesmo tu...
E depois ela esticou-lhe o dedo, ao namorado, bem diante o nariz, como tu...
Oh, devias ter visto, ela começou a dar-lhe na cabeça empolgada, por isto, aquilo e mais qualquer coisa que atirou para o meio da confusão e caramba, parecias mesmo tu...
E devias ter visto, a sério, ele tão confuso como eu, sentado naquele café a levar nas orelhas de uma mulher que eu digo-te... podia não seres tu... mas parecias mesmo tu...
Estou? estás ai? foda-se, desligou-me...

Sorriu, encolheu os ombros e retomou os afazeres que o ocupavam pré-chamada para a ex.

Vibrou-lhe o telemóvel sobre a mesa avisando-o que recebera uma mensagem.

- ok, isto pode ser interessante... - disse ao ler o nome da Ex no cabeçalho da mensagem.








- "não queres ir tomar um café quinta?"




sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Nariz

Estava desconfortável.
Tropeçou na fotografia dela e ficou.
Ficou a olhar para a imagem dela durante meio minuto, mais segundo menos segundo e nada.

Ficou à espera de uma reacção, de uma resposta qualquer e... zero, nada, vazio.
Aguardou e começou a estranhar-se, caramba, era suposto... anos depois ao rever quem durante tantos anos... mas não.

Irritou-se, irritou-se pela sua indiferênça.
Era uma criatura teimosa, o resultado foi procurar sôfrego uma outra imagem dela, quiçá um resultado diferente.

Encontrou, era uma imagem diferente... mas teve o mesmo efeito.

- Bem, e se for outra pessoa?

Remexeu e encontrou, uma outra, também distante, também anos atrás.

E novamente, irritante, a mesma não reacção, a mesma indiferença.

Procurou outra e o mesmo efeito.

Procurou uma outra e decidiu-se a mudar de conceito.

Vasculhou um álbum antigo de família, revendo quem perdeu de morte, quem perdeu porque simplesmente a família se afastou.
Melhorou, encontrou uma melancolia nos que lhe morreram, mas não era o suficiente.

Levou as mãos pelo cabelo, frustrado, quase em desespero, mas lhe remoía a sua não reacção.

Experimentou com música de fundo, experimentou com aquele livro antigo que uma delas lhe dera para talvez com o cheiro...
Talvez isso lhe acordasse o subconsciente e o levasse a reagir como um ser humano normal...

Mas também não.

Desistiu, rendeu-se e voltou ao quarto.


Tacteou pela parede, procurando trazer luz ao quarto que o fim de dia deixava vago.

Ainda não era noite, perto.

E foi então...

Distraído...

Que tropeçou na sua imagem e lhe viu o nariz...

E Sorriu, sorriu e riu e deu por si finalmente, para sua surpresa perante tão inesperada imagem dela, perante um simples detalhe no rosto que era o que o fazia reagir, emocionar-se, sentir-se vivo e um ser humano inteiro...

(mais ou menos normal)

Perante tão majestoso nariz, finalmente, uma reacção.

Oh... e que nariz!


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Tal

Compramos o jantar no supermercado, procuramos arroz.

Chegados à secção, pego em dois pacotes e pergunto: - "Preferes Carolino... ou Extra longo?"

A Tal, porque é a tal... rodeia-me o pescoço com os braços e sorri sedutora e insinuante enquanto diz- "André... tu sabes que eu gosto mais dele Extra Longo..."

E a Tal, porque é a tal, de seguida larga-me o pescoço e num misto de desanimo e confusão: - " o que me leva a questionar o porquê de eu estar aqui contigo..."


















E depois vai o André corredor fora atrás dela com o troli das compras a justificar...







"Eh pá, estava frio! nunca me aconteceu antes... "

"Eu juro!"

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Irmão Esquimó

Anos atrás, não estranhei quando a namorada na altura me perguntou se a sua antecessora no cargo tinha o peito maior..

Anos depois, a titular do cargo na altura perguntou-me se a sua Antecessora era mais gira...

A que a sucedeu perguntou-me se a Ex era mais Alta...

No sentido inverso, sobre os meus antecessores sem fazer perguntas apenas me referi aos mesmos como " o meu irmão esquimó".



Irmão Esquimó - Quando dois homens tiveram sexo com a mesma mulher.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Pensamento do dia

Algures na Suécia, estão neste momento um grupo de gajos Suecos sentados numa esplanada a ver gajas e a conversar dizendo: "fan, här finns det inget sätt för brudar..."

O que em português quer dizer:  "porra, aqui não há gajas de jeito..."




O que me revolta.


Nota/Dica da semana- há dois sítios no mundo que um homem nunca, em circunstância alguma, seja por que motivo for leva a Mulher/Namorada:

Suécia e Buenos Aires.




segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Empatia

Empatia.
Não se foi, não se perdeu, simplesmente não havia.
Fez um esforço danado e o melhor que conseguiu foi uma dor de cabeça, isso e o desconforto de que podia estar a fazer qualquer coisa melhor, como passear o cão à chuva.
Mentiu(-se), repetiu para si mesmo que tudo estava bem. Passear o Cão à chuva não lhe parecia assim tão mau, mesmo quando era demorado e ficava ali parado a ensopar.
Até o cheiro a cão molhado lhe parecia cativante.
Empatia, não havia.

Não estava a fazer sentido nenhum, mas era teimoso.
Suspirou a situação sem dar muito nas vistas, concentrado na ideia de não desviar do outro lado da mesa a atenção, por mais e melhor que a envolvente pudesse ser.
Oh... e como era melhor a envolvente...
Mas já não interessava, já tinha deixado de ser importante.
Tinha a determinação de ficar ali até ao fim, Mentiu(-se) e disse a si mesmo que era importante.
Mas não tinha nada onde se agarrar, Ela não lhe dava nada onde se segurar.
Empatia, não havia.





sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Woof Woof This MOTHERFUCKER!

Finalmente, após estes anos todo de incompreensão encontro o vídeo que explica - e de onde surgiu- a mítica expressão por mim muito usada (principalmente quando é inconveniente) que dá titulo a este post.




Façam como eu, da próxima vez que o vosso cão ladrar...

Esperem que ele termine e rematem com o belo do Motherfucker.

É um estilo de vida...


E considerem-se com sorte, que a minha outra frase clássica com coelhos é  a "deves-te peidar como um coelhinho..."

Mas era incapaz de a públicar aqui.

(é a segunda vez...)


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Argo


Tinha as expectativas mais do que elevadas depois do grande grande "The Town".

Tinha o receio dessas mesmas expectativas influenciarem negativamente Argo, não foi minimamente o caso, Argo começa e diz-me "It's Argo, go fuck yourself" e o resto é puro prazer cinematográfico.


Simplesmente um grande filme.

Nota - 9,5 em 10.




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Após...

...a surreal e heróica vitoria do Celtic contra o Barcelona para a liga dos campeões...

http://img803.imageshack.us/img803/5520/1352326178851.gif 



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Eu...

Anos atrás, entrei pela enésima vez na cozinha de casa de uma Ex que estava a tentar fazer o jantar para o aniversário do pai dela para gamar comida.

Ela vê-me entrar e manda-me um berro, que eu igrnoro.

Ao passar por ela apanho com o que ela tinha à mão para me bater no braço.





Era um peixe.

Foi um grande amor.


domingo, 4 de novembro de 2012

Legendary

Após um chorrilho de reclamações (e zero comentários!!) sobre o último post, que era batota não escrever nada e colocar apenas e somente a música, que não fazia sentido colocar a música sem uma justificação - como se fosse preciso...

Decido-me a publicar num gesto da mais pura imaturidade - classic André de Sousa - um video que faz as minhas delicias pela sua beleza, emotividade, simplicidade e exagero.




E pensem positivo... tinha sido tão fácil fazer piadas com o vídeo sobre os Coldplay, mas não fiz!








(Acabei de fazer...)


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Segredo

Chego pelas 22h ao El Corte Inglês para uma noite de cinema.

Calhou escolhermos o Skyfall, calhou a sessão ser apenas e somente às 00h15.

Pelas 22h e 40 e qualquer coisa vou ao wc.

Estou no urinol da ponta, um urinol de distância como manda a regra de etiqueta masculina em casas de banho públicas.

Subitamente o urinol de intervalo guincha, chia, e semi-explode num jacto de água sem aviso para efectuar a higienização do mesmo.

Acabo o que tenho a fazer mais ou menos ao mesmo tempo que o gajo que estava a um urinol de distância, lavamos as mãos ao mesmo tempo e ele diz:

- Apanhei um cagaço do caraças foda-se...

Ri-mos e vai cada um à sua vida.

Pelas 00h deixo a Miss encarregue de comprar as pipocas e vou ao WC.

(para não ficar com aquela cena psicológica que devia ter ido...)

Estão todas as cabines ocupadas e só há um urinol vazio, numa ponta.

O urinol do meu lado que estava ocupado fica vazio.

Acabo, guardo o Almirante nas calças e reparo que...

Do outro lado do urinol vazio... o mesmo gajo que encontrei na casa de banho anterior...


- Eh pá... isto foi um bocado gay...- diz-me enquanto lava as mãos ao meu lado.

Eu respondo:

- É o nosso segredo...






















(no homo)



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Byron

 
Afirmou que "a Recordação de felicidade já não é felicidade, A recordação de Dor ainda é Dor".


Lord Byron estava claramente equivocado.




Continua a dar-me um gozo do caraças...

É o vídeo acima e sempre que vejo isto...




Goggie Gif: Pug Photobomb!  



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Eu...

Ajeito o casco com um copo de café (tipo Starbucks) na mão e digo.

- Vamos embora, eu bebo isto enquanto ando...

Ela responde-me:

- Mas vais-te sujar...

E eu remato:

- Estas a subestimar o meu poder!!

200 metros mais à frente.

- FODA-SE!!

- O que aconteceu André?

- Sobrestimei o meu poder...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Peixe...

 Minha Mãe, Advogada de profissão exasperava com a impressora, com a qual perdia uma luta titânica que lhe durava todo o dia.
Vejo-a levar as mãos à cabeça em desespero quando eu passava ao seu lado

- Estou-me a passar! tenho o prazo a acabar, já é quase meia noite e isto está a imprimir uma folha de cada vez...

Paro, aguardo que olhe para mim

- Mãe... peixe que sobe o rio depressa chega à catarata cansado...

E ela tem um ataque de riso...

E sentiu-se mal...

E Eu não estou a tentar matar a minha Mãe! juro!  mas é a terceira vez que fico no - chama-não-chama - o 112 porque ela simplesmente não aguenta o poder das minhas piadas...

( e neste caso, acho que a observação até fez todo o sentido...)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Escócia - Loch Ness

E como combinado no dia a segu...

Ok, quase uma semana depois... mas também a mim nunca me levaram à Euro-disney como me prometiam portanto não me lixem.

O combinado era o Loch Ness, fotos do monstrengo...

O André cumpre! o André promete e... pera, este post começou como mesmo?

Anyway, ir à Escócia e ir ao Loch Ness é como ser do Porto e ir ao estádio da luz e não sair de lá com um sorriso e mais uma alegria.. mais uma vitória... É como...

- Aqui estava uma piada sobre uma ex-
(Ela sabe onde moro porra!)


Isto foi parar num lugar estranho...

Onde primeiro se estranha, mas depois... devagar, com cuidado...

...

Foda-se André...

Primeiro as fotos do Loch...


( O Belo do Loch Ness )

(Urquhart castle visto do Loch Ness)


 
 (Eu a olhar para o Loch Ness a pensar que havia uma Rua em Edinburgo chamada Cockburn Street)


( Loch Ness visto do Urqucnohosquer Castle )


(Foto só para sublinhar o quanto aquilo é verde)


( Quando digo verde é verde, até dá vontade de ser vaca...)

História aleatória - Estava a dirigir-me para a torre do castelo-  a ruina que sobra dela- e uma Sra Amaricana refilava com o Marido - também Amaricano - que ele estava a abusar do esforço e já não tinha idade.

(ambos aparentavam estar acima dos 60 mais para os 70 assim a olho sem lhes ver o BI)

Ele responde-lhe- No problem, this nice young men can carry me to the top if something happen - apontando para mim.

Eu aceno com a cabeça sério e com um travo a profissional empenhado que sim, que o farei quando necessário e o Sr Amaricano atira-se às escadas como se fosse jovem outra vez.

A esposa do Sr passa por mim cerrando o olhar na minha direcção por lhe ter estragado o refilanço e ter alinhado como o marido.

Uns 15 minutos depois, cruzamos-nos n'outra parte do castelo, ele lançado à frente da mulher que lhe dizia para ter calma a andar e eu digo quando ele me vê e sorri:

- It's Ok, no problem, I'm Still on duty madame.

E fiz um amigo para a vida.

Mas...

E agora o momento pelo qual todos esperavam ansiosos... e não, não é uma foto  aqui do Je de Babydoll...

Muito menos a piada sobre a Ex...

(quem é que acham que tem a foto em Babydoll?? acham que ia agora louco... para ela depois de vingança...)

...

As fotos do Monstrengo...





A sério, o Pato fitou-me de um modo visceral e porco, deixou-me totalmente desconfortável...


 Agora a sério...













(...Cockburn Street)


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Escócia IV

Vou ser poupado no texto e generoso nas fotografias.

 ( North Bridge vista dos West Gardens - Edinburgo )



( Regen Gardens/Calton Hill - Edinburgo )


( Edinburgo ao fim do dia de Calton Hill )


( National Museum of Scotland - Edinburgo )



 Sra Dona Dolly, no National Museum of Scotland




A caminho de Inverness





 


Amanhã, Loch Ness

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Escócia III - Edinburgo

Falemos de Edinburgo, capital da Escócia.

Cidade de lendas, fantasmas e grandes escritores como Sir Walter Scott, Robert Louis Stevenson, Arthur Conan Doyle ou Sean "I like women. I don't understand them, but I like them 007"Connery

( Os Proclaimers nascerem em Perth, tive que encher chouriços com o Bond para dar piada à coisa)




A principal rua de Edinburgo dá pelo nome de Royal Mile e liga o Castelo de Edinburgo ao Palácio de Holyrood e mede...

Exactamente...

Bem contada...

Uma milha Escocesa!!!!

 Uma milha escocesa consiste em 1800 metros.

A Royal Mile tem 1800 metros.

Espertos.

Adiante,




Na Royal Mile encontramos o Heart of Midlothian sobre o qual vou partilhar uma bonit... uma história.

Ajoelhado, perante o ar surpreso e chocado por quem passava na Royal Mile nesse dia, um turista ajoelhou-se sobre o Heart of Midlothian diante da sua  namorada e pediu-a em casamento...

(Pausa para o aaawwww da plateia...)





Heart of Midlothian simboliza o sítio onde se encontrava um antigo edificio  que servia como centro administrativo da cidade- onde se pagavam os impostos, prisão e era também aqui onde se executavam as pessoas.

É aqui, para o centro do coração que os Escoceses - ou qualquer outra pessoa a quem apeteça - COSPEM para mostrar o seu desagrado com a autoridade, impostos o a fantástica temporada do Sporting.

Voltem atrás e carreguem na foto...

(pausa para o eeewwww da plateia...)

Descubro uma free tour que arranca do Starbucks da Royal Mile e por pouco perco o começo da mesma porque...

O André de 14 anos estava do outro lado da rua a tirar uma foto do nome de uma rua...




(Viram? podia ter feito uma piada a relacionar o nome da rua com a ex e não fiz!!!)

(e... acabei de fazer)

Voltando à tour...

A partir do momento que ela aceitou viajar comigo eu só podia esperar que ela não estivesse bem, pelo menos no que toca ao seu descernimento e capacidade de tomar decisões correctas.

Não esperava que ela... chamemos-lhe Bernardo, só porque sim.

Ok, Bernardo era idiota e um pouco gay - no homo! - chamemos-lhe Miss que já é um habitué aqui no blog.

Ela primeiro diz-me quando vê os guias - quero ir na tour com o pirata! e aponta-me para um sr que tinha aspecto de pirata - observadora a miúda!

Começa  a tour - My name is Alan, I was born in the land from where the scottish pirates...

Jackpot...

Paramos diante do marco onde eram afixadas as declarações - pertinho do Heart of Midlothion.




- and I'm gonna need a volunteer.

Sinto duas mãos bem abertas nas minhas costas e sou empurrado com força, empenho e convicção para a o centro da conferência em redor do Guia Pirata que estava diante do marco - foto acima

Ele diz-me:

- You've been a very very bad boy...

O meu primeiro pensamento é - Ele sabe! ele sabe que sou de telheiras!

Aceno que sim e respondo-lhe que não me arrependo.

Ele diz-me que como me portei mal, fui pregado de orelha na porta de madeira atrás de nós.

(os Escoceses eram proporcionalmente criativos em infligir dor ao contrário da sua capacidade de dar nome às coisas)

Estava preso pela orelha e iam-me atirar excrementos, cuspo e comida podre, iam-me bater, urinar em cima...

Neste momento retiro os óculos não fossem passar à prática - pelo menos duas chinocas na fila da frente atiçadas pela Miss estavam a pensar seriamente no assunto.

Diz-me ele que eu tinha a opção de sair dali, ficar sem orelha e ir ser pirata porque mais ninguém me ia dar trabalho - ao verem que eu não tinha orelha sabiam que não era de confiança.

Eu pergunto- isto quer dizer que agora sou oficialmente um pirata?

Ele diz-me - sim, és oficialmente um pirata!

E pronto, a partir de agora são obrigados a referirem-se à minha pessoa pelo cognome de  " O Capitão"

-André... isto tudo para te chamarem "O capitão?"

- Vocês conhecem-me tão bem...








quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Escócia II - Bobby

É das minhas histórias preferidas de toda a viagem, mas como hoje é o dia do animal, partilho-a agora.

John Gray era guarda nocturno em Edinburgo no ano de 1856, profissão de risco e coragem.
John decidiu arranjar um cão para o ajudar no seu trabalho, e como tal...

Arranjou o maior...

O mais feroz...

O mais temível e  intimidante...





























Skye Terrier que encontrou.



Chamou-lhe Bobby, e durante dois anos foram inseparáveis.


No ano de 1858 John Gray morreu de toberculose.

No dia seguinte ao seu funeral, Bobby aguardava à porta do cemitério.
Quando este abriu, Bobby entrou e encontrada a campa do seu antigo dono, deitou-se sobre esta.

Bobby fez isto todos os dias durante 14 anos.


(Gravura de Bobby encontrada na Galeria nacional da Escócia)


No cemitério em questão - Greyfriears Cemetery - foi colocada uma placa na impossibilidade religiosa de enterrarem lá o Bobby homenageando o mesmo.


Acontece que...



Nesta mesma placa é feito tributo à lealdade do cão, quer no gesto de deixar lá um pauzinho de madeira para o Bobby brincar - como eu fiz questão de fazer, biscoitos, brinquedos- como na foto que tirei podem ver ao pé da placa.

Anos atrás foi encontrado ao pé da placa um saco cheio com bilhetes de comboio com a seguinte nota- se passaste 14 anos no mesmo sítio, aproveitas agora para passear!

À saída do cemitério encontramos:



Sento a fonte de cima para as pessoas de Edinburgo que tiverem sede, e a fonte de baixo para os cães de Edinburgo que tiverem sede.





Nota- há como em muitas histórias cujo tempo foi acrescentando versões e teorias, na história do Bobby factos difíceis de provar, fáceis de especular e facilmente encontram escrito por ai que não foi bem assim.

Tendo em conta os inúmeros casos de histórias que se repetem ao longos dos anos de Bobby's pelo mundo fora, de raças diferentes em culturas diferentes- cada cultura trata os animais de um modo diferente, mas os animais tratam cada cultura diferente da mesma maneira - que longe de mim a ideia de não achar mais do que possivel a história do Bobby como ela é contada...


Ou não me encontrar satisfeito de ter tido o prazer de fazer uma festa na Estátua do Bobby.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Escócia - I

É proporcional a arrumação do meu quarto pela positiva com os dias que me ausento... e o mesmo acontece no sentido inverso no atelier.

Como tal, uma semana depois ainda não disse ou partilhei nada da viagem e como me sinto em falta...

Ficam aqui umas fotos para meter nojo a quem teve que trabalhar todos os dias na minha ausência.

Loch Ness - Urquhart Castle

Loch Ness

 Pub Em Glasgow a mandar abaixo uma Pint às...








 Da manhã..


(porque me ficava mal não alinhar nas tradições locais, estive o tempo todo no pub contrariado!)


(e o resto do dia muito alegre, o que presumo esteja relacionado)


domingo, 16 de setembro de 2012

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Em breve


E quando digo em breve é já neste domingo...



Edinburgh, Inverness, Loch Ness- yep, vou ser eu o gajo que vai sodomizar* o Nessie... - Glasgow, Stirling, etc...

*(talvez esteja relacionado com ele andar fugido... ele saber que tenho planos para ele e para aquele pescoço enorme...)

Mas o melhor meus amigos e amigas... o agente motivador da viagem é acima de tudo...

Este:





Exactamente, Glasgow, Escócia... VAN MORRISON !!!!


Só me resta então despedir...




Nota- Calma, é provável que publique por aqui algo antes de partir...



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A casa.

Abriu o portão da casa que anos atrás fora sua.
Arrastou o metal sobre a pedra, entrou.
Olhou à sua volta, não sorriu.
A tinta gasta do muro então branco, que pintara durante o verão depois da praia, agora meio tapado pela erva alta do que fora então... relva verde.

Olhou para a casa, paredes sujas, portadas gastas, um alpendre que fora seu conforto em tantos dias, no silêncio, no respirar pesado dos seus cães aos seus pés enquanto se deixava ficar no embalo do mar ao longe.

Entrou na casa.

Sem surpresa, era continuação do exterior.

As paredes descuidadas, as madeiras pálidas sem cor, o tempo de silêncio que sentia ter dominado todo o espaço até se tornar a sua natureza.

Era uma casa com luz, sem brilho, sem alma.

Não se deixou vencer pelo sentimento triste que o invadia, subiu as escadas a correr para o seu antigo quarto, como antes.

Um cheiro suave a velho pelo corredor até ao quarto.
Abriu a porta e irritou-se.

O mesmo desolamento, a mesma sensação de vazio em algo que se perdeu.

Estava a ficar revoltado.

Entrou no escritório, agora sem livros, agora sem cor.

Sentiu-se a explodir.

Confrontou-se, perguntou a si mesmo se ia ficar revoltado, se ia ficar ali arruinado numa casa que tantos anos... tantas recordações...

Desceu as escadas, recolheu os livros, os poucos que ainda lá estavam seus, tudo o que ali lhe pertencia.
A sua última material ligação aquela casa.

Fechou a porta, avançou para o portão.
Saltou sobre este, como antes, quando novo, quando fazia ali sua casa nos Verões em família.

Entrou no carro, arrancou.

Não mais - sentia como certeza inquestionável - não mais voltaria ali.

Finalmente.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Fodi-me

Publico o posto anterior e aguardo...

40 minutos depois recebo a primeira mensagem de revolta, o meu plano começa a funcionar...





Everything is proceeding as I have foreseen...

Pelas 01h40 recebo uma msg da Miss J. onde sou prendado com o seguinte texto:

"és um merdas, não meteste o nome da Riddle e fui ver a música ao Youtube e agora...porquê que me fizeste isto? "

 E estou pronto para ir dormir tranquilo, com aquele aconchego bom de quem vai dormir sossegado com o dever feito.

Às 02h35 recebo outra mensagem da mesma Miss J. que dizia apenas e somente:

" Fode-te, a sério, fode-te"

E eu respondo:

 "Let the hate flow through you"




E volto a dormir o meu soninho fofo todo regalado quando...


Pelas 03h50 recebo uma mensagem ainda da mesma Miss J.

"My power... my pleasure, my pain, baby... - pensa nisto, espero que tenhas um dia de merda amanhã, beijos"

E fico obviamente a rir.

Mas que raio? isto não é a música do Seal? esta gaja anda a ver Community a mais...

But did you know... when it snows... my eyes become larger...

Porra, é que ao menos tentava com uma música que eu gostasse...


Baby....

I compare you to a kiss from a rose on the gray...



Eu acho que o video - viro-me para a direita na cama - até era com o Batman, que isto aparecia num filme...


Ooh, the more I get of you


The stranger it feels, yeah...

Now that your rose is in bloom...



Enfim, ao menos... espera... já são 04h30? porra, isto deu-me espertina...

Baaaaaaaaaaaaby...


I compare you to a kiss from a rose on the gray...

Ai o caralho...

 A light hits the gloom on the gray...

Ok André, tu nem sabes a letra da música, não forces o refrão...

My power... my pleasure my pain... baaaaaaaby...



Foda-se André, ao menos muda de frase que já são quase 05h... oh não...


I've been kissed by a rose
I've been kissed by a rose on the gray,

I've been kissed by a rose
...been kissed by a rose on the gray.


There is so much a man can tell you,
So much he can say.
You remain...


My power my pleasure my PAIN!!





Conclusão? fodi-me.


Nota -eu odeio tanto aquela música... e havias tanto de apanhar uma infecção urinária...



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pergunta

Parva que me fizeram, sendo a resposta tão óbvia que fico meio ofendido por ter estado em questão o assunto:
Entre ficar preso num limbo intemporal a ouvir eternamente - forever and ever - apenas e somente uma música entre:





E a:




Parece-me ridiculo por mais awesome que seja a primeira música alguém não escolher os Proclaimers...



Agora perguntam- tu só meteste as músicas para entalares uma delas na cabeça de alguém que venha ao teu blog... admite

E eu respondo - que pergunta tão parva quando sabem que a resposta é obviamente que sim!

Enfim...












Take...













on....












me...












Take...







Me...






ON!





Ill... be..,





Gone...



(vocês sabem que querem...)





In a ...  day or...


TWOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOooooooooooooooooooooooooooooooooo...



De nada, um bom dia para vocês todos.





Near a tree by a river...

there's a hole in the ground
where an old man of aran
goes around and around
and his mind is a beacon
in the veil of the night
for a strange kind of fashion
there's a wrong and a right
but he'll never, never fight over you...



Near a tree by a river...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

I know

Sentia-se idiota por ter tanta fome.
Era suposto ter arrancado de casa há pelos menos duas horas atrás, mas perdera-se na preguiça e conforto do sofá enquanto teimoso, tentava pela enésima vez terminar o livro do Julio Verne que estava simplesmente... a odiar.
Lembrou-se ao colocar os óculos escuros no rosto que tinha que os mandar graduar, sorriu no pensamento de, com óculos escuros ter a vantagem de olhar sem verem para onde estava a olhar...

Mas no seu caso... também não via para onde estava a olhar!

E saboreou o pensamento idiota rua abaixo.

Enfiou as mãos nos bolsos das calças e entregou-se ao sol.

Chegou à rua que procurava, onde a oferta de cafés e restaurantes com esplanada era imensa e variada...

E gajas, esplanadas apinhadas de gajas à hora do almoço.

Já ia tarde, estava pouca gente, menos gajas mas mais lugares onde se sentar.

Avançou pelo meio das mesas e cadeiras, não sabia o que lhe apetecia comer mas sabia que não era nada relacionado com saladas, e sim, devia ter planeado melhor a coisa, o que ia comer antes de chegar às esplanadas.
Decidiu-se a manter a postura que tinha tudo controlado e continuar a andar como se fosse sua intenção inicial sentar-se na esplanada com as cadeiras pretas lá para o fundo da rua.

Ouviu o seu nome, virou-se

-Heeey! não vás... espera!

Ela engasgou-se quando o viu, conseguiu dizer o nome dele levou as mãos à boca a tempo quando se engasgou para não cuspir o almoço sobre a mesa.

Respirou e levantou o indicador, pedindo-lhe um segundo.

Ele riu-se e baixou-se para lhe dar um beijo, ela rodeou-lhe o pescoço com os braços e beijou-o no rosto.

- Atão... andas a fazer?

- Não te parece óbvio? que estou a almoçar? tenho comida na mesa...

- E nos dentes...

- Onde? aah que... estás a fazer...

Levou a mão ao rosto dela, disse-lhe para deixar acontecer, que estava a acontecer e enfiou-lhe um dedo na boca entre o lábio superior e os dentes, sem classe, charme ou nível, exagerando o gesto num toque extra de badalhoco.

Ela esbugalhou os olhos, incrédula mas não o impediu.

Tirou o dedo e sorriu, perguntou-lhe se tinha sido bom para ela também...

- Eu... isto... isto aconteceu? diz-me que isto não aconteceu...

- Sinto-me... sujo... foi bom, mas sinto que fizemos algo... errado, com pessoas a ver... eu gosto quando me estão a ver...

- Já chega!- riu-se, meio alarva com gosto, meio engasgada. Controlou-se e abraçou-o ternurenta.- já não te vejo há demasiado tempo meu anormal, e estás bronzeado... posso-te mandar à mer... olha, queres almoçar comigo? ainda estou a meio...

- Já que estou sentado... tenho uns 40 minutos que tenho que voltar ao trabalho mas pera, isto é uma cena de gajas... tou a ver muita salada no ménu...

- Estás de óculos escuros... ninguém te reconhece...

- E não era retardado comer de óculos escuros?

- Enfiares-me o dedo foi o quê?

- Consentido... mais ou menos... sinto-me molestado...

- aaah, vá lá! não me vês há pelo menos 3 anos, faz-me a vontade... espera... "enfiares-me o dedo"... isto soa tão porco...

- Bom, o que me vale é que estás ultra gira, ao menos se for visto por alguém que me conheça aqui vão pensar que ando a ter sexo contigo e este é o meu sacrifício para o acesso às zonas de recreação do teu corpo... o que faz sentido

- Aww... estás a dizer que estou ultra gira ao ponto de acederes a ser visto numa cena de saladas para gaja?? sabes mesmo como fazer uma mulher sentir-se especial e única...

- É um dom...

Abraçou-o novamente.

- Já escolheste? posso pedir por ti? prometo que não peço nada com rúcula...

- Boa memória...

- Eu lembro-me de muita coisa sobre ti... já concretizaste o teu sonho de colocares uma suspensão hidráulica na sanita?

- Tens que concordar que era uma ideia 5 estrelas...

Fitaram-se em silêncio, sorrindo.

- Tu não me vais perguntar por ela pois não?

- Não, era estúpido perguntar-te pela ex, só porque ela era tua amiga, eu acho, sinto que a minha relação contigo, o meu afecto por ti ou a minha simpatia... é porque gosto de ti, não porque eras amiga da namorada... o que foi?- parou de falar quando a viu largar os talheres com ruido sobre o prato, fitando-o com vontade de lhe bater

- Então porquê que me privaste e ti este tempo todo? porquê que passaram quase três anos desde que estive contigo?? foda-se, se é toda essa merda que me acabaste de dizer porquê que não foste aos meus aniversários? convidei-te sempre e tu...

- Porque não era correct....

- Enviares-me postais das tuas viagens? foi correcto? não estás comigo e envias-me postais lá da puta da Patagónia... ou pior, porque és um cabrãozinho hilariante... um postal da costa da caparica... QUEM É QUE ENVIA POSTAIS DA COSTA DA CAPARICA FODA-SE!!! eh pá, a sério, só me apetece mandar-te embora da minha mesa ou...

- Não encontrei nenhum do Parque de campismo da costa...hey! baixa a mão! já falamos sobre isto da outra vez que me bateste!!

- Qual delas?

- Vês o problema? plural...

- Todas as vezes que te bati foram justificadas... todas!

- Só aceito a vez que te comi uma caixa de barras de cereais... mesmo sendo um pouco exagerada a tua reacção...

- Exagerada? faz lá o filme da cena.

- Portantos, eu, querido e fofo fui a tua casa entregar-te o teu saco que tava em casa da quem nós sabemos...

- A tua conjugue na altura

- Exacto, eu chego buéda simpático, tipo panda ao domicilio e como te ia dar boleia e a madame não tava arranjada fiquei no teu quarto à tua espera...

- De onde vinhas? diz-me de onde vinhas

- De uma futebolada com o pessoal

- Estavas portanto... cansado e suado...

- E cheio da fome, e as barras tavam mesmo ali... e tu demoraste.. e...

- E tu tiraste os ténis, atiraste-te para a minha cama, suaste-me a coberta da cama toda, deixaste um cheiro a téni suado no quarto, comeste-me  5 barras de cereais numa caixa de 6 que comprei para levar para o trabalho...

- Mantenho que só tinhas provas circunstânciais...

- E depois foste contar a toda a gente que te tinha batido, e chamaste-me Ana Leão e a merda da alcunha pegou e até o meu Pai já me chamou isso!

- Como é que chegámos ao Leão?

- Quando tavas a contar a história no café a TODA A GENTE começaste a fazer um gesto com as mãos como se fosses um gato a arranhar, que pareço ser fofa como um gatinho... como se eu tivesse problemas em te bater de mão fechada, e quando disseste que não era um gatinho, era um leão e que até sou do sporting e devia ser a minha alcunha e ... pára de te rir, odeio-te, não tem graça... sempre que levanto a voz começam todos "aah leão! aah leão! é fera! é fera!" ca raiva porra!

- E no entanto... já admitiste que tinhas saudades minhas.

Fitou-o irritada.

- Eu não falo com ela há quase 7 meses.

Ela cruzou os braços e encostou-se na cadeira, fitando-o, aguardando a sua reacção.

Ele abanou a cabeça negativamente, respondeu:

- Estás-me a encurralar, eu não quero saber dela! quero saber se estás bem, se estás realmente bem... porquê que me estás a dizer isso?

- Porque tu entraste na minha vida por ela, estás fora da minha vida por ela... agora não há ela, nem na minha vida, nem na tua...

- Porquê que me estas a dizer isso tudo?

- Tudo? se eu te dissesse tudo... ah.. o teu trabalho?

- Tarde demais, diz tudo.

- Não, e não teimes, vamos falar de coisas importantes e pertinentes, como está o teu trabalho? os teus pais? o teu cão? como é que está o grande Diego Mateo? o teu cão é tão awesome, ainda tens o cacto que te dei? tu ainda...

- Óptimo, Óptimos, Preguiçoso e dizes que é awesome porque lhe davas buéda comida e festas e ele é uma pega e tava sempre atrás de ti, o cacto está vivo e de boa saúde, agora diz-me, diz-me o que está por dizer...

- Não... por favor...

- Como quiseres.

Fechou os braços e encostou-se na cadeira, fazendo dela espelho.

Ela remoeu o silêncio, descruzando os braços, lançando as mãos ao ar na sua direcção estrangulando-lhe a imagem.

- Esquece o assunto, falamos de outra coisa, sempre trocaste de carro? ou continuas com o...

- Ok, eu falo, mas encurralaste-me... e não é assim, não tão assim agora sem aviso... ter esta conversa contigo...

- Se te der mais jeito n'outra altura...

- Vai à merda ok?

- Sinceramente, prefiro que me batas...

- Eu também prefiro quando te bato.

Mexeu na pulseira, remexeu no relógio, desviou dele os olhos, fitando o prato à sua frente.

- Tu disseste uma vez uma frase armado em machista idiota sobre as mulheres...

- Foram tantas...

- Não me interrompas! que isto não é fácil.

Fez uma pausa para reencontrar a ideia, passou as mãos pelo cabelo e afastou-se da cadeira, colocando os cotovelos sobre a mesa fitando-o nos olhos.

- Disseste que, quando um homem vê um amigo com uma namorada muita gira ele pensa que quer uma gaja daquelas para si e uma mulher quando vê uma amiga com um gajo muita giro ela quer o gajo da amiga para si.
Eu a começo pensei que eras um idiota mas tinhas um certo charme e a outra anormal estava sempre a rir.
Eu depois pensei que queria um gajo na tua onda para mim.
Eu depois dei por mim a arrancar cabelos porque queria o gajo da minha amiga para mim.

Levantou a mão para esperar quando o viu abrir a boca para falar.

- A começo achei que era apenas química, que tínhamos alguma química mas depressa percebi que não era apenas isso.
Era impossível ser apenas isso. Ficava ansiosa por te ver, por estar contigo.
Mas isso também depois começou a magoar... muito, e até te digo, foi no dia dos meus anos que percebi, estavam todos lá dentro a comer a minha comida e eu fui para a varanda porque me estava a irritar com a minha prima...
Tu apareceste lá na varanda e disseste- "Ana! a beber cerveja da garrafa? não pode!" e sentaste-te ao meu lado, deste um toque com a tua cerveja na minha tipo brinde e disseste que estávamos velhos, eu disse que tu é que estavas velho que eu ainda tinha direito ao cartão jovem e tu puxaste-me para ti, abraçaste-me com o braço que estava do meu lado e deste-me um beijo na testa... e de seguida disseste que eu estava em negação... mas eu fiquei ali, meio enroscada em ti.com o coração aos saltos a sentir-me uma porca por tar a gostar e comecei a sentir-me uma merda porque ia acabar a qualquer instante... e fartei-me de chorar no Concerto dos The Cure no alive quando tocaram a In Between days porque me lembrava de ti e depois para me foder mais a cena de tar a chorar à frente de toda a gente tocam a Just like heaven... mas não foi só isso, foi tu na minha cama como se fosses meu quando me comeste as barras, tu ali como se fosse comigo que estivesses, como se fosse normal e mais um dia eu entrar no meu quarto e tu estares ali... e sim, bati-te também por isso, por ter essa raiva... e diz qualquer coisa foda-se!

- aah... tu disseste para não falar...

- E tens a cena na praia que quando eu fui apanhar ar na tromba porque já me tava a irritar a cena que ela te tava a fazer e tu cheio de paciência e eu tava ali de sandálias na mão e tu apareces-me do nada, levantas-me ao colo e deste duas voltas comigo no ar...e sim, foi por isso que te abracei de seguida e fiquei a olhar toda parva para ti a rir... a pensar em coisas... e tu quebraste-me o momento com " elas foram cantar amarguinhas no Karaoke... salva-me" e eu sentei-me no chão, tu sentaste-te ao meu lado... e... eu comecei a atirar conchas para a areia assim sem sentido... não te rias! tou a falar de um momento importante entre nós.. e... e eu atiro uma concha e acerto na carola de uma gaivota não me perguntes como que estava escuro! e gaja fica a olhar para mim com um ar toda ofendida, memo magoada e sentida e ficamos 5 minutos a rir os dois... e... já chega, já falei demais... vamos mudar de assunto? diz-me, como vais salvar os Pandas?

- Não acho que tenha sido demais... acho que foi um pouco... não estava à espera...

- Os pandas! diz-me!

- Simples, viagra no panda macho, álcool na panda bitch...

- AHAHAHAHAA, oh meu deus! explica isso

- Atão, o panda macho fica todo cheio de vontade, a panda bitch fica toda pega e fácil tipo gaja do norte, mas voltemos ao outro assunto... que não esperava...

- Foda-se, eh pá, deves-me achar deprimente não é? grande looser eu sei

- Não...

- Mas depois, há coisa de ano e meio, eu até que conheci um gajo... mas ele não eras tu e não funcionou por isso, e sim, estou a por-te a culpa em cima da minha ultima relação

- Ah... como é que eu tenho culpa?

- Ele não tinha a tua piada, ao pé de ti era uma menina, eu batia-lhe e ele ficava "ai... magoaste-me, aleijaste-me..." e ficava quase a chorar todo nenuco, eu dizia "é demasiado comprido, foi por detrás à bruta" ou qualquer coisa do género e ele não era capaz de me devolver um "isso foi o que ela disse!" como é de lei e d'homem fazer nesses momentos...
Eu até pensei em comprar uns bollycaos e esquecer-me deles no meu quarto a ver se ele os comia só para fazer uma cena e... e depois ele gostava de John Mayer, o que se fosse uma gaja se percebia e eu devia ter percebido que dai era sempre a descer... é que ele gostava de Coldplay! e...

E estou a ser muito injusta, ele não era assim tão mau... o problema é que eu comprava-o contigo a toda a hora, nem era com o meu ex antes dele, era mesmo contigo, era uma situação que ele não tinha como vencer e... eu só me podia resignar ao ridículo da minha pessoa, do patético da minha situação de ele às vezes, quando o fitava meio desfocado ou assim um pouco ao longe... até ser fisicamente parecido contigo, o que era totalmente creepy quando percebi e por isso não fui capaz de fazer sexo com ele nos 3 meses que andámos a sair e tu nem me aceitas-te no facebook meu cabrão, nem isso me deste! e agora fala e diz qualquer coisa, só não me levanto e fujo embora porque ainda não paguei.

- Fujo embora?

- Xiuu, responde, fala... oh... o alivio, não tens noção, parece que respiro melhor... até tou a suar!

Esboçou 3 vezes que ia começar a falar sem conseguir encontrar maneira de pegar no assunto.

- É que começamos de um modo errado... e eu...

- "if you don't start somewhere you're gonna go nowhere"

- Isso é de?

- Bob Marley, mas não achas que a maneira como começou é um pouco irrelevante agora? não será melhor reagir perante a situação que temos à frente em vez de...

- A situação? estás a chamar "situação" a tudo que acabei de dizer?????? ao menos dizias qualquer coisa de jeito, chamavas-me parva ou dizias que eras gay... isso, diz-me que és ultra gay e eu fico mais... estás a fazer?

Levantou-se, contornou a mesa, desviou-lhe o cabelo do rosto e respondeu-lhe na boca, demorando-se, respirando e inspirando-a.

Voltou ao seu lado da mesa e sorriu, aguardando que ela voltasse ao sítio ou pestanejasse.

Ela arqueou as costas, esticou os braços, fitou-o de baixo para cima.

- Tens noção que eu vou-me levantar e tu... bem, eu sei que tens que ir trabalhar e não tá a tocar Nina Simone... mas... baby... you are gonna miss that plane...

Sorriu, encostou-se na cadeira e chamou-a com o dedo.

- I know...




Nota - Eu sei, este texto não correu nada como tínhamos combinado mas não lhe resisti, sorry.