sexta-feira, 28 de março de 2008

Lady in red... ou grená... ( Ou a sra de roupão)

Queria um bife, de vaca preferencialmente.
após tanto tempo perdido na companhia da ex namorada nos restaurantes vegetarianos que ela frequentava tinha qualquer coisa no sob-consciente que lhe dava a vontade de se empanturrar com carne sempre que ia almoçar fora.
sentou-se. Aguardou e pediu a lista.
Lembrou-se de uns meses antes após umas horas de confronto que perdera como sempre desabafar ao empregado com cara de quem precisava de soro devido à sub-nutrição - Quero um bitoque!
- não sejas parvo, estamos num vegetariano... come bacalhau à brás que gostas...
- e bacalhau é o quê?
- não é bacalhau... é um alho françês a fazer de bacalhau...
- bacalhau à brás ... sem bacalhau...
- de resto é igual... garanto-lhe, está muito bom - interviu o empregado
- tem ovo?
- claro que sim não sejas parvo - retorquiu triunfante sob o sorriso complacente do empregado
- então ainda é pior! o que são os ovos senão os bebes por nascer? crianças cujos sonhos vocês monstros destruíram para um bacalhau à brás que nem isso o é! recusam-se a matar animais crescidos porque é selvagem mas uma criatura por nascer... tudo ok! venha lá esse bacalhau...

"podia ser a punchline mas não me apetece, logo como consequência vou estragar isto... não que estivesse grande espingarda"

estava disperso, serviu-se da salada mas não se concentrava nem na conversa nem no que comia.
sabia que fora um acaso, um feliz mas absorvente acaso que agora o levava em passeio para a sua memória, a sua constante recordação como uma música que nos ficou na cabeça, não uma música que não gostamos porque a recordação era magnifica.

eis como lera a cena:
Provavelmente a amiga não estava a dar com a casa, ligara ou avisara de algum modo a dificuldade de encontrar o prédio apesar de estar na rua e tivera a necessidade de se expor na varanda da sua sala para acenar à amiga.
fizera-o de roupão.

quis o destino que nesse instante o tivesse notado e ir do lado de dentro do passeio e não do lado de fora, se tivesse a posição trocada com a do pai nunca teria olhado para a sua esquerda, para o segundo andar e nunca a teria visto de roupão...

Roupão grená.
fixou-se na imagem do cabelo que se soltara com o gesto, o contraste deste sobre a cor, sobre os ombros, e ela... fixando-o, capturando-o em flagrante, recolhendo o braço embaraçada, como se tingisse o rosto com a cor que a cobria.
Ténue. Rápido vislumbre do acaso. verde claro, sobre o grená revelante por um curto instante a descoberto o recheio, aaaaaaaahh mujer... endoideceu por esse instante de luxúria, de beleza tão grande e tão tamanha...
Mousse? sim pode ser, teria sido a mesma resposta se lhe tivessem perguntado se queria um biqueiro nos dentes ou se o Paulo Madeira era um beckenbauer incompreendido



Passaram-se os dias. uma força magnética levava-o a ir almoçar mais vezes ao mesmo sitio, ao mesmo restaurante onde as vaquinhas coitadas eram deglutinadas por selvagens... selvagens mas não hipócritas...

Passaram-se os dias e a janela não se abriu de novo, não se viu grená, uma burca, ou mesmo o batman.

passaram-se os dias, não a memória mas sim a sua presença... como se esta se tivesse ido sentar na sala já que estavamos cheios de fome que o bacalhau à brás era insipido como tudo na comida vegetariana - por algum motivo eles metem soja em tudo... sabe mal... mas sabe!


Girou o leite com café na chávena.
sentiu o frio dar-lhe um calduço quando a porta se abriu atrás de si e virou para esta a sua atenção.

Ela reconheceu-o primeiro.

Ela corou...

e tinha um casaco vermelho.


Gagejou o pedido, e sentou-se na mesa diante da dele, não resistiu a ficar rosto com rosto.

era uma mulher curiosa... ( se encontrarem uma que afirme não o ser e esteja a ser sincera... vejam a maçã de adão... só naquela....)

já tinha reparado nele muitos dias antes de fazer a bonita figura de roupão. reparara na maneira tranquila com que falava, como sorria... adorava quando o via com o blusão preto.

ok, já se conformara e resignara que tinha uma crush por ele... amor platónico ou resumidamente... Stalker... o que era crime.

quer dizer, não andava propriamente atrás dele, somente tinha reparado que por volta das 11h ele ia ao café e acabava por também a essa hora, mera coincidência óbvio, sentir a vontade de beber café... deve ser um fenómeno de massas que acontece todos os dias a essa hora.

apesar de desde que se pavoneara de roupão - que rica imagem que ele teria de si- na varanda ficara com vergonha e evitara qualquer tipo de aparição pública onde se pudessem cruzar.

deixaram-se estar mais tempo que o era suposto, mas como estava numa curta pausa ( que já durava à quarenta e cinco minutos) do trabalho, e por mais delicioso que fosse tê-la ali tão perto tinha que se ir embora, levantou-se e ela também, pareceu-lhe surpresa que ele se tivesse levantado no mesmo instante.

cedeu-lhe a vez para pagar, pensou que seria melhor dar a imagem de ser cavalheiro, o que era para que conste.

viu-a remexer por uma carteira que não encontrou no casaco, o rosto novamente avermelhado e sentiu que era o seu momento, o instante não só de marcar pontos como quiçá apagar o embaraço do fatídico instante.

primeiro como seria de esperar, recusou, teimou em recusar, mas sendo somente um café, e na promessa que depois poderia retribuir o café (encontro para o dia seguinte - who's the men!?!?!?!)
aceitou.

- não sei como te agradecer... não sei onde pus a carteira... ah..

corou.
corou com força.

- o que foi? o que se passa? estás bem? perguntou-lhe ao ver tal subida de sangue ao rosto...

- ah... já sei onde pus a carteira... deixei-a na cama debaixo do roupão antes de sair de casa...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Meravigliosa Creatura

Quarenta e oito horas depois regressou ao local do crime. Entrou na cozinha onde tudo começara e deslizou os dedos sobre a bancada de pedra. sorriu no pensamento -aglomerado, não pedra pura ou um bloco como na mesa da antiga casa da sua avo.
ficou nessa paragem, nesse pensamento. ao centro da cozinha da avó uma mesa enorme, um bloco de marmore ja gasto com o uso e o tempo de quem muito nela trabalhou. tinha saudades dessa casa, dessa cozinha. de acordar para um café com leite que bebia ainda em piloto automático antes de encarar o frio da rua sempre a subir até à graça.
encostou-se na bancada e olhou em seu redor. O passaro saltitava curioso fitando-o, o sol entrava pela janela de batente e basculante e visualizou-a diante de si, no espaço vazio, recordou-a de casaco preto comprido, mãos nos bolsos e olhar de desafio, cabelo solto sobre os ombros, esvoaçante, adorava o cabelo dela.
Era angustiante a sua ausência, o recordar de algo tão bom e mágnifico...principalmente porque era uma emoção normal no afastamento, na ruptura, não quando tudo estava bem.
Estava-lhe tão entranhado o ser dela que rejeitava a separação fosse por que tempo fosse.
Controlava-se em não sufocar, em não se angustiar nessa distância, pois em breve, pouco mais de uma hora estariam de novo juntos, e seria presenteado com aquele sorriso triunfante que o domava e enfeitiçava.
como no dia do crime, da cozinha saiu para a sala, comprimentou o cacto que se concentrava na sua fotosintese diaria e sentou-se no sofá.
mais uma vez foi invadido de recordações.
o Calor do corpo dela na sua mão entre as roupas dela, a sofreguidão com que as tirava, as afastava para... sentiu-se a ficar com a taquicárdia que ela lhe dava e afastou a imagem da sua mente, levantou-se e procurou o telémovel.
Encontrou-o no quarto, o terceiro mas não ultimo cenário do crime, involuntáriamente repetia a sequência, cozinha-sala-quarto.
Tinha duas mensagens. Sorriu ao ler a primeira - "não percebi nada da tua mensagem, mandas-me citações de séries que não vi e tás à espera que perceba...se tas com saudades minhas diz logo..."- e riu-se da segunda - "AH! já percebi, és um tarado..."
Estranhou o silêncio na casa, não pelas cadelas que como sempre se comportavam como "gremlins at a pool party", mas pela ausência de música.
Era uma escolha fácil tendo em consideraçãos os seus ultimos pensamentos, Bryan Adams - thought I'd Died and gone to heaven.
Saiu do quarto e parou diante da porta da casa de banho, olhou para a banheira, cenário final onde se desfizeram das provas num longo banho de imersão.
Quando se termina uma relação da-se ou uma angustia porque se vai romper um ritmo, uma ligação até então segura que em principio nos sabia bem, nos aconchegava. por outro lado também se pode sentir o alivio de finalmente não perdermos horas com dialogos idiotas sobre séries lamechas de médicos ou a amiga disse que a outra disse que a outra fez qualquer coisa sobre a amiga que disse que a outra fez aquela coisa que a outra contou.
Em qualquer dos casos com o passar dos dias, dos meses, é chegado um dia em que surgirá o escolhido que irá trazer o equilibrio à força... chegará o dia em que independentemente de ser bom ou mau o terminar da relação sentimos o peso do vazio entre esse dia e o ultimo em que tudo se perdeu, sentimos o peso do tempo, o peso de haver todo um mundo que podia ter sido em comum e não foi, o peso de a gaja ter apanhado uma dst com um badalhoco qualquer e acharmos bem feita ou o ciume de a ver-mos em pequenas coisas que já não partilha connosco ou nós com ela. Acima de tudo há ausência da pessoa e era isso que sentia nesse instante, ausência com o peso de uma longa viagem, e isso preocupava-o e muito.
Afinal se lhe custava tanto assim em tão pouco tempo como seria se terminassem um dia?
caraças, tinha mesmo que mudar de pustura, esta pessimista era uma camisa que começava a picar-lhe no pescoço. Olhou para o rambo "o Cacto", imaginou-o de oculos e camisa florida sentado ao curtir o sol... e era esse o espirito, o rambo tinha razão! chill out and relax...CHILLAX!
Ligou a playstation, entrou na master league, preparou o timão que montara com o porto e deu um tratamento à-lá-marlon-brando no ultimo tango em paris a todos os que lhe apareceram pela frente " e sem manteiga!".


Chegou a casa dele e estranhou ser o irmão a abrir a porta. preparou-se para refilar mas notou a presença dos phones brancos que o ajudavam a entrar na "zona" quando jogava. não a recebeu porque não a ouviu.
Tirou o casaco, lentamente sem fazer barulho aproximou-se e sentou-se sobre ele sem aviso, frente a frente na cadeira.
ouviu o comando despenhar-se no chão enquando ele a puxava e envadia por onde quer que a sua roupa o permitisse, antes de poder falar já este a procurava em beijos atrapalhando-lhe as palavras
- Calma! não me... xiça, deixa-me falar, calma, não me vais receber à porta e agora tás a fingirque gostas muito de mim...
beijou-o, avisou-o que a porta do quarto estava aberta quando o sentiu a tentar desapertar o seu cinto. puxou-o pelo cabelo para trás, sorriu.
- calma, temos tempo e eu não vou a lado nenhum... e vais-me explicar primeiro as tuas mensagens...
lenvantou-se e tirou do casaco o telemovel.
virou-se mas sem que pudesse estrabuchar foi agarrada e levada pelo ar para a cama.
-o que escrevi na mensagem pode-se traduzir por um " Tu Gália, Eu César", agora cala-te e deixa-me fazer o meu trabalho.


Esforçou-se contra a sua vontade para não cair no cliché feminino e deu-lhe uns trinta minutos de descanso antes de lhe dizer que queria falar.
- já podes falar a sério comigo agora? - deitou-se em cima de dele.
- sobre o quê?
- sobre não conseguires falar sobre certos assuntos sem dizeres uma coisa idiota ou a gozar... como a da rainha Egypcia...
- ao pé de ti o cerebro para... eu esforço-me mas ele vai abaixo...
- então não és capaz de ter uma conversa a sério comigo é isso? mais vale desistir de ti? - tentou deslizar o corpo para o lado sem que ele a deixasse
- o que me queres perguntar afinal?
- oh, sei lá... queria que falasses comigo de coisas tuas... fantasias tuas sei lá.
- fantasias?
- sim... fantasias tuas que não envolvam vestires-te de coelho ou a Bonnie tyler...
- bem... tenho uma... acho que nunca a contei a ninguém...
- e vais-me contar!
- ok... estou numa sala de aulas com os meus colegas, e tenho uma minigun, começo a disparar... mas há um gordo que consegue fugir e vou atrás dele com a minigun...
- eu tava a falar de fantasias... eróticas!
- mas eles tão nús na fantasia!!!!!!

domingo, 2 de março de 2008

A dona do meu 18...

atraves do vidro, meio perdida no reflexo do sol mas suficientemente presente para lhe captar o olhar, a atenção, ao ponto de apenas por acaso não ter tropeçado nos degraus.
confirmou o numero da porta e entrou.
sentou-se o mais discreto possivel, primeira aula, turma nova, queria primeiro estudar o espaço, as facções sociais em confronto, quem era quem antes de tomar posição ou opinar sobre o que quer que fosse.
lembrou-se do Boss - you ain't a beauty but hey... you're alright, num pensamento sobre a rapariga que se sentou ao seu lado. sorriu, afastou da mesa desta os seus pertences libertando-lhe o espaço para que se sentasse ao seu lado.
subitamente, na penumbra da sala durante a projecção da construção de um museu em berlim, demasiado conceptual e teórico na sua opinião, quando vagueava o olhar pela sala em seu redor fixou-se num 18.
gostava do numero sem saber bem o porque de gostar desse numero.
era aniversário da avó a 18, assim como o da sua primeira namorada, mas porquê gostar desse numero? não tinha uma certeza ideia que o justificasse.
fixara a atenção apenas por segundos, instantes, e notou que dentro do casaco, acima deste lhe devolviam a atenção.
era a mesma rapariga que por pouco antes quase patinara antes de entrar na sala -teria sido épica a entrada
Morena de olhos azuis, cabelo apanhado, encontrou-o e fixou-o, sorria com o rosto todo, sem ser uma pornografia dentaria, um sorriso simples mas sincero.
atrapalhou-se ou atrofiou-se... ficou encavacado e desviou o olhar.
porcaria do 18, agora a rapariga iria ficar com a ideia que estava a procurar nela algo mais que um numero... bela imagem que estava a dar...
tentou controlar sem sucesso a curiosidade e olhou novamente para ela...
viu-a esquiva mas o suficiente para ela perceber que olhava de novo...
"sinceramente... parece que tas de novo na primária..."
lembrou-se da àgata, a primeira rapariga por quem se apaixonou no primeiro dia de aulas da sua vida... a primeira rapariga real por quem se apaixonou, afinal a namorada do He-man não conta nesta equação.
a àgata também tinha olhos azuis...
concentrou-se no museu em berlim, pouco práctico, raio de museu mais preocupado em dizer - olhem para mim sou uma cagadela de um arquitecto que não percebeu que museu é para servir a sua função - ser um museu- e não salas e salas e espaços ninjas para sair numa revista escrita por outros arquitectos ninjas a justificarem as cenas ninja que fazem ...


Como se tudo que o envolvia fosse uma visão, sentado ao sol de fim de tarde num dia porreiro de primavera, daqueles em que o vento não chateia mas refresca, não está sol demais mas aquece em lume brando, como uma namorada sem cordas vocais... era perfeito.
aumentou o volume da música para ouvir melhor o trabalho do piano de fundo sob a voz do Boss, thunder road...
A dona do 18 saiu da sala, via-a pela primeira vez de corpo inteiro, como se esta flutuasse no meio da multidão, viu-a soltar o cabelo sobre os ombros "let the wind blow back your
hair", fechar o casaco e ajeita-lo sobre o corpo.
antes que se virasse na sua direcção desviou dela o olhar, fixando-o em dois pombos que não disfarçavam o consumo exagerado de ecstazy ao som de trance psicadélico no seu andar pastilhado.
Passou diante dele, passo calmo sem pressas assustando os pombos. parou, virou-se na sua direcção e avançou.
sentou-se diante dele, na pedra ao sol.
-olá... - disse aguardando que ele tirasse os phones dos ouvidos - és novo na turma?
o coração batia veloz dentro do peito, estranhou a presença mesmo que intimamente a desejasse, mesmo que fosse bom demais para ser verdade, e caramba... acabara de conhecer visualmente a rapariga, não era motivo para estar assim surpreso, ancioso e... desejoso, desejoso como quem hà muito deseja uma coisa boa, como quem espera que lhe digam que vai ficar tudo bem " Don't turn me home again I just can't face myself alone again", e sentir esse desejo por alguém assim recente no seu mundo...
não percebia, não sabia porquê...
como se esperasse por um sonho neste mundo onde somos sombras e trevas segundo o Boss, mas somos desejo de um escape, que mesmo que não ilumine... oriente e guie... "Waste your summer prayin' in vain for a savior to ride from these streets"
-olá... sim sou... mudei de turma ontem...
- Joana... e tu?
apresentou-se, sorriu-lhe. sentiu vontade estremecendo com a noção do insólito e precipitado que o invadia... a vontade de a beijar, de a puxar para si e saborea-la, beija-la havidamente, percorrer e comprimir o corpo dela contra o seu... quiça possui-la ali mesmo...
acima de tudo te-la nos braços, como se isso tornar-se real qualquer coisa estúpida que estava a sentir por ela... pela joana segundo o que ela dizia - não lhe pediu BI ou documento comprovativo.
ela questionou-o sobre banalidades, estudando-o, quando as respostas seguiam as perguntas com fluidez atacou o que realmente lhe queria perguntar:
- porquê que sorrias para mim na sala? reparei que estavas a olhar para mim e estavas a sorrir... mas não era... sei lá... estavas a sorrir de uma maneira... querida... não sei...
- querida? maneira querida? eu? sorrir?
caraças, tinha sorrido? tinha tido alguma expressão estupida quando reparou nela na sala?
- não sei... tavas com uma expressão... oh... esquece...
pensou em responder - gazes filha, tava com gazes... - mas sentiu ser demasiado estupida a real explicação... o 18...
- não me lembro de tar a sorrir... mas sim, olhei para ti...
- e porquê?
- porquê que olhava para ti? pelo teu casaco... via-se que era malha da boa...
chamou-o estupido,sorriu... e como sorria... quis fugir dali, enfiar-se num sitio qualquer abraçando-se em posição fetal de modo a sentir-se menos... envergonhado, menos numa situação em que voltava a estragar tudo "Don't run back inside, darlin' you know just what I'm here for So you're scared and you're thinkin' that maybe we ain't that
young anymore", estava farto de fazer asneiras em pequenas coisas... principalmente de estar dominado com a presença dela...
sentiu os dedos dela na sua mão, levantou-se e puxou-o atras de si
- anda, vamos beber um café... eu deixo que tu pagues o meu...
generosa... ao menos era sincera... seguiu-a, com a proximidade cheirou-a, absorveu-a e como lhe cheirava bem... estranhamente não se lembrou de tirar da dela a sua mão e esta... não o afastou até que se tornou demasiado estranho estarem de mão dada " Climb in back heaven's waitin' down on the tracks, Oh, oh come take my hand"
sentaram-se, conversaram e esqueceram-se (ou não) de voltarem para a aula, como se retomassem uma conversa antiga e lhes fosse natural estarem um com o outro.
fazia-a rir, quer pelo prazer que tinha em ve-la esbugalhar os olhos e mais uma vez... presentea-lo com o sorriso.
subitamente, fitou-o e perguntou:
- conta-me algo... estranho de ti
- como?
- algo que não faça sentido de ti que tenhas...
- tu primeiro... para ver se percebo que raio de pergunta é essa...
- bem... - corou, rodeando o sorriso com um suave avermelhado muito muito, incrivelmente e magestosamente sensual avermelhar - tenho uma fixação com o numero 18... não sei porquê...



"It's a town full of losers, And I'm pullin' outta here to win"









Todas as frases que cito são parte da música(magnifica) Thunder Road de Bruce Springsteen a quem me refiro como Boss (piada ribeirinha que hà muito partilho com sra dona Ana Vieira... El Patron), e espero que quando ela subitamente o fixa para o dialogo final, estejam a ouvir a thunder road... minuto 4...
quase tão sublime como em pleno estádio de Alvalade após o golo do jankauskas a claque do benfica cantar (outra vez... outra vez... foi a festa co ... outra vez...)
ou para ser justo... a claque do porto a cantar (Campeões... Campeões...) mas isso nós cantamos sempre em todo lado e em todos os anos... já perde a piada...



a Joana da História é real e é dona de um casaco com um 18...
(e tem um sorriso... eh pa... )