quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Standing Still

Inacção.

noção sempre sempre em relação a algo que se move
todos parados, imóveis...é algo que todos fazemos juntos, se um se mover... todos os outros estão quietos de imediato e quem se moveu dono de uma qualquer acção.


dai a expressão - estava a fazer a fotossíntese...

desculpa para não me mover.

não ter que o fazer, não ter que dar aquele passo, e aturar, chatear, apanhar, irritar qualquer coisa em mim ou em meu redor.

é bom saltar de pés para a água e deixarmos esta nos embalar
abrir os olhos e sentirmos qualquer coisa fisica ao nosso redor que não nada... sentirmos algo frio ou quente, sentirmos que estamos ali, sem nos movermos e é o que nos rodeia que nos move...
e nos leva a fazer qualquer coisa.

não fazermos algo e recearmos o seu regresso, como espirrar deitados na cama de barriga para cima e lembrar-mo-nos disso nos milésimos seguintes ao espirro

(por demais nojento, mas sempre engraçado)

inversamente, posso ter um quadro parado... um fundo a negro, uma ligeira ideia sobre esse fundo e deixa-lo assim os anos e tempo que me aprouver...
estou a acabar de o pintar... estou a fazer algo na inacção.

(sim... estou a ser preguiçoso)

até ao dia que acordo e ainda é noite, mas um cinza azulado ténue de manhã, não o noite denso e alinhavado de dourado da noite

(horrível encontrar um dia perdido ao acordar de noite...)

acordar nesse azul acinzentado em crescendo para tudo ser luz em meu redor, e sair de casa tão cedo que tudo à volta é espaço, vazio de homens, cães, coisas a se moverem...

é apenas eu, eu a mover-me contra o mundo...

mesmo a saber que no fim talvez sinta que não vai valer a pena, podia ter ficado na cama mais uns cinco minuto
ser um gajo que se move, faz coisas, diz coisas, irrita coisas, e coisas faz errado.

dar aquela corrida enregelado e sente o corpo sorrir, mais uns metros... mais um minuto, talvez só até aquela árvore... e depois dela aquele poste e depois outra coisa qualquer, e outra, tudo sem parar de correr, sempre sem parar - é importante nunca parar, não vá o corpo achar excelente a ideia- e correr até não haver mais chão para onde o fazer, e ser o mundo que se verga derrotado

é o mundo que ficou quieto, porque por mim...

eu sei que a terra é redonda...

mas por maiores que sejam os continentes podemos sempre parar (ou voltar para trás) quando chegarmos ao oceano

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