Sentia-me satisfatóriamente cansado. Correra mais um pouco que pensara ser capaz de o fazer, com esforço mas sem dor, sempre em crescendo de velocidade, intenso... estava satisfeito.
saí do banho e mentalmente revi a lista de todas as coisas que pensava em fazer. Talvez ravioli para o almoço, era uma boa ideia apesar de demasiado reincidente... talvez não fosse a melhor opção.
Ouvi o alarme do microondas e retirei deste a caneca fomegante, disolvi o pó do cupccino lenta e morosamente, espuma pretendia-se e espuma se conseguiu.
Há algo inerente a uma caneca quente e fumegante que me leva à contemplação... a aproximar-me das janelas e procurar algo onde divagar a vista por largos e dispersos instantes.
O som da mota no seu aproximar chamou-me à atenção. Pouco depois via-a em contramão, parada, o condutor olhava para a esquerda, para o banco.
Nesse instante surge, capacete na cabeça, saco de dinheiro na mão pela porta quem era aguardado com ansiedade, estupidamente enganou-se no lado por onde fugir, ridiculamente viu-o contornar o desnecessário canteiro - podia e devia ter seguido em linha recta para a mota mas não... fui presenteado com um cabeçudo fugitivo em pleno trote na minha contemplação serena.
Saltou para a mota finalmente e esta arrancou... via-o a escorregar do banco, desesperado agarrando-se ao camarada em contra-mão, contornaram a esquina e deixei de os ver.
Bebi entre um sorriso o resto do cupccino, passei pelo cabelo os dedos como se o gesto trouxesse algo de novo ao pensamento... algo novo à imagem de um cabeçudo apressado de dinheiro na mão.
Um comentário:
you're back!!! após tanto tempo é bom ler-te! se continuares a misturar assim realidade e ficção...até nem me importo de andar trocada entre essas duas 'realidades'! eheheh
baci
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