quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Iris

Ajoelho-me e deslizo a mão direita sobre os pulmões que não se mexem.

Viro-lhe o corpo, com cuidado.

Deixo-a de lado, como se estivesse somente a dormir.

Sinto-lhe as patas a ficarem frias.

Deslizo pelas orelhas e... fecho-lhe os olhos.

Levanto-me e respiro pesado, fito o meu irmão.

Digo-lhe que fique ali, eu vou partilhar a notícia.

-

O sol já nasceu, tenho os braços cansados de um peso inerte que carreguei no custo do que tem que ser feito e não do esforço que é pedido ao corpo fazer.


Faço-lhe uma última festa e sei que tenho que ir.

e pronto.

Acabou.



Nota - "a gente vai continuar..."

Nenhum comentário: