sábado, 2 de abril de 2011

Apetecia-me chamar a este texto "47 minutos depois"

Calou-se e ouviu.
Esperou que terminasse de falar.
Reflectiu hesitante por uns segundos e perguntou-lhe se sim ou não.
Esperou.
Esperou por uma resposta que não veio, a uma pergunta que de tão simples deveria ser instantânea, imediata a reacção.
Esperou então encontrar um vazio, uma falta de emotividade que lhe justificasse as suas acções.

Encontrou uma mascara, uma simulação, uma teatralização nas resposta que o conduziam a um enredo que não estava a escrever, não eram suas as falas que lhe eram atribuídas, mas sim a um personagem que via lhe estar a pintado sobre o rosto, sobre as respostas que dava.

Reagia atiçado e era acusado de ser a acendalha, o agente motivador de uma acção na qual se via agora enredado, meio apatetado, varrido pelo vagalhão.

Decidiu reagir.

Respirou e tentou manter a postura. Tinha uma reputação de deprav... de classe a manter, tinha todos os seus dias pela frente, não queria fazer nada que mais tarde questionasse anos e anos de pura awesomeness que a sua inata aselhice tentava destruir.

Sentiu-se por breves instantes inocente e quase infantil na forma como se rendeu momentaneamente a uma tristeza pura, longe do calo de patine emocional que ganhara com os anos.

Foi apenas um momento...

Fitou-a bem nos olhos, sorriu.

Levantou-se, e foi embora.

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