sábado, 9 de junho de 2012

Qualquer coisa

Não era o melhor dos seus momentos, sabia disso.
Ela por sua vez, precisa de alguém que lhe dissesse que era bonita... afagasse o ego um pouco.
- Minha querida, olha... - começou por lhe dizer - "quem for suficientemente temerário e paciente para olhar de frente para a escuridão, ao longo da sua vida, será o primeiro a ver nela um raio de esperança", sabias disso? são palavras que não são minhas, estranhamente são presumo de Genghis Khan, descobri naquele livro do Metro que te falei... não especificava o Khan, presumo que seja o mais importante deles todos, presumo que percebas o que te digo assim, tão sem jeito, tão em jeito meu de fazer as coisas contigo...
Não quis ficar mais um bocado, mesmo que fosse essa a sua vontade. Não quis perder e demorar mais um minuto ou sequer aguardar que a música chegasse ao fim.

Sorriu-lhe até perder paciência de saber se ela tinha perdido a sua ideia, a sua declaração.

Era pouco provável que o tivesse feito, era pouco provável que tivesse jeito, era pouco.

Virou-lhe costas sem dizer mais qualquer coisa, largou-a naquele quadrante e zarpou.
Ela correu, pediu-lhe atenção.
Culpou-o novamente, pediu-lhe meio implorando- dá-me atenção!!!

Mas ele sabia que ela o que queria era que lhe dissesse que era bonita, lhe desse um jeito naquela solidão que ela tinha.
Não estava com paciência, afinal, estava bem disposto.

Não lhe respondeu e foi embora e sentiu-se triste...

Era tão triste...

Ela pediu-lhe mais qualquer coisa...

Encarou-a.

Abraçou-a e desviou-lhe o cabelo do caminho.

- "We've given each other some hard lessons lately...But we ain't learnin'! - disse-lhe baixinho e afastou-se. - "We're the same sad story that's a fact..."

Levantou a mão como despedida acenando-lhe com uma certa ternura um último adeus  - " One step up and two steps back..."

E o silêncio foi o seu último argumento para ela refutar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amei, a seguir, segues o meu ?