She grab his shirt pulling him to her face
- last week you said you miss me one time, this week... you said you love me two times... you talk like it, you touch me like it... but I want more! MORE!
- more? like what? i do what i feel like... naturally, when I need to say something...
- No! I want to know how you really feel inside, that you are crazy that you cant stand to be without me and... i want to know how you burn inside when you are next to me, when you touch me or see me
he took her arms from the shoulders, smilled and start to walk way
- where are you going?- she grab him by the arm - dont leave me here... talk to me
he turns, he grab her by the hips, rub the unshaved beard to her face while closing down to her body, stop the move when his lips touch her ear
- my love...
I jizz right in my pants ...
Every time you're next to me,
And when we're holdin hands ...
Its like havin sex with me ...
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
"...porquê que demoraste tanto tempo..."
"...porquê que demoraste tanto tempo..."
Não há chegada triunfante... entrada majestosa
ou sorrateira e silenciosa...
tipo ninja
Aquele teu toque suave no meu ombro
Ou uma placagem Chabaliana...
Marcando a tua presença, vincando-te
Sublinhando.
Travo quente que saboreio
Inspiro,
Inspiro-te... e inspiro-me.
Passo ao lado mas não distante, divago...
... naquele outro sítio que não aqui,
outro sítio sem ti.
(olha eu cheio de entusiasmo)
ah... olha-me aqui tão quieto.
Agora e em muitos outros...
outros tantos...
outros tantos e demasiados dias.
Quieto e derrotado
Vencido por gesto nenhum, pela ausência deste ou qualquer gesto
e de qualquer outra coisa...
... ou então dá-se o caso de poucas actividades com que preencher os tempos livres.
Mas é pior no movimento, quando venço a inacção
no gesto audaz
Como quem tenta ver se consegue qualquer coisa de diferente, que não isto.
que não isto assim...
Mas nada muda, nada se cria, nada se perde e nada se transforma.
Nada.
Ficando eu, somente eu
Singelo e bonitão
nem um pouco revoltado (somente um pouco magoado)
sim, magoado contigo...
até que tu finalmente, presente e desconcertante...
me enlaces no enredo dos teus braços e perguntes com toda a lata (sorridente) do mundo porquê que eu demorei tanto tempo...
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
1935
Estava em silêncio há 10 minutos, exasperava e desenvolvia uma relação de desconforto com a cadeira enquanto o ouvia para sua frustração falar empolgado, a voz descer o tom e descobrir nele algo nunca antes escutado em todo o tempo... anos que estavam juntos
ele estava emocionado...
- Não... não não e não! NÃO PORRA, Juro que me apetece bater-te... tu ás vezes crias em mim impulsos violentos que... merda para ti tou farta, tou farta de tar à tua espera, à espera que sejas um gajo decente e deixes cair essa tua máscara machista idiota que só me irrita... só me dá raiva... faça o que fizer... e não podes, não admito que tu...
agitou as mãos negativamente, fechou o casaco levantou-se para partir sustendo o movimento quando o viu capturar refém as suas chaves de casa, não podia ir a lado nenhum
- mas o quê que eu te fiz agora?? onde é que tu vais? o que se passa?
- o que se passa?- sentou-se- perguntas o que se passa? tens noção do que acabaste de fazer?
- de responder à tua pergunta...
- não estupor... a pergunta era...
- e eu respondi-te... eu estava a responder...
Passou os dedos pelo cabelo, suspirou. Fitou o tampo da mesa e depois os olhos confusos que aguardavam uma explicação
- eu sei... eu sei que ai dentro no fundo... atrás dessas camadas e camadas, eu quero acreditar que ...
- ou sabes ou queres acreditar?
fitou-o irada, fechou a mão e deixou-a bater na mesa
- foda-se...
-olha a linguagem... é suposto seres uma lady... até fazes o mindinho style a beber café
- devia-te ter deixado cair ao rio e não te ter tirado de lá
segurou-lhe as mãos nas suas, estavam consideravelmente mais frias que as dele como era normal, anormal o gozo que lhe descobrira de as enfiar gélidas entre a sua pele e a roupa sem o avisar.
- olha,diz-me... diz-me o que fiz, explica-me o que fiz agora para eu não voltar a fazer
retirou as mãos e cruzou os braços contra o peito
- o que te perguntei?
- pediste-me para ter contar um momento emocionalmente forte que me lembrasse...
- o que me respondeste?
- final Intercontinental Porto- Once caldas...
- e isso é resposta?
- para mim é! gajas vão e vêem, o clube... o clube acompanha-nos desde... olha, a mim desde que me lembro, foi intenso e importante e...
- estás a dizer que eu vou ser...
- não! qual é o problema de te contar a história?
- eu quero... quero que me mostres o teu lado sensível...
- hey! no homo! nada de gayzices...
- ... o teu lado romântico, o teu lado que eu amo. Não precisas de te esconder comigo, eu não te vou magoar, não te escondas... eu vejo o que me pintas, como me tocas, como dizes certas coisas tanta vez e depois... depois disfarças como se isso fosse estranho, como se tivesses vergonha... tens vergonha de mim? de namorares comigo? é isso? tens vergonha que eu seja a tua namorada???
- pelamordedeus... eu a isso nem te respondo... pediste-me um momento e eu respondi, se querias um discurso... se querias que te citasse o Romeu e Julieta.. primeiro não sou fã da historia, mas sim da música, dos Dire Straits... Sou fã de a ouvir e lembrar-me de ti quando oiço- i cant do everything...
but ill do anything for you...
i cant do anything... except be in love with you...
lembrar-me de ti e ficar frustrado por não saber o que te dizer ou fazer para que me algemes novamente... e não, não te ponhas com ideias, foi apenas e somente um exemplo, mas que te faça gostar de mim e me deixes tocar-te na ponta do teu cabelo, nas tuas coxas quando me abraças e me leves a descobrir qualquer coisa perfeita para te dizer e fazer ficar comigo... e eu não consigo eu não sei, estou longe de ser perfeito e saber inventar o encadeamento de palavras certo para te conquistar...
abriu a carteira, retirou um calendário, deslizou-o para o lado dela da mesa
- os meus avós namoraram 16 anos, em 1935 o meu avô teve que ir para longe, não me recordo se para o porto ou ou seja para onde for, estava longe... ele cortou neste calendário os dias em que ia escrever à minha avó e foi o que fez, sem falhar durante um ano...
eu trago isto comigo para todo o lado porque acho simplesmente delicioso olhar para este calêndário...
eu não sei o que queres de mim... que gesto romântico ou frases poéticas queres que te diga ...
eu não sei como te fazer acreditar que é real e enorme em mim o que sinto por ti...
saltou sobre a mesa e beijou-o, amarfanhou-lhe a roupa, despenteou-o... sorveu-lhe os lábios e sussurou-lhe- amo-te porra...
fechou a porta do café e ajeitou a roupa, deixou que o beija-se novamente
- queres vir jantar a minha casa?? pleeease, diz que sim...
- oh... não posso, sabes que já combinei com o meu pai hoje...
largou-lhe o cachecol e colocou as mãos nas ancas- não podes adiar? hoje deixaste-me... quente
- não... eu queria, mas não dá... amanhã.. .amanhã combinamos cedo, eu venho ter contigo e...
- deixas a tua gaja assim? a precisar de ti desta maneira ?
- o meu pai pediu-me há uma semana, não achas que não queria estar contigo?
abraçou-a, suave e com força depois.
abraçava-a e controlou a informação no relógio
disse-lhe que tinham mesmo que se despachar...
beijou-a novamente na porta da rua, e outra vez na viagem do elevador.
fugiu-lhe dos braços que o puxavam, repetiu que tinha mesmo que ir
entrou no carro
voou até casa, correu pela rua e subiu pelas escadas na rapidez do tempo que se escoava.
abriu a porta de casa, atirou o casaco para a cadeira e saltou para o sofá onde o seu Pai o aguardava
- então? quem é que tá a jogar melhor? como é que o Porto ainda não tá a ganhar a estes gajos?? foda-se que perdi os primeiros sete minutos...
ele estava emocionado...
- Não... não não e não! NÃO PORRA, Juro que me apetece bater-te... tu ás vezes crias em mim impulsos violentos que... merda para ti tou farta, tou farta de tar à tua espera, à espera que sejas um gajo decente e deixes cair essa tua máscara machista idiota que só me irrita... só me dá raiva... faça o que fizer... e não podes, não admito que tu...
agitou as mãos negativamente, fechou o casaco levantou-se para partir sustendo o movimento quando o viu capturar refém as suas chaves de casa, não podia ir a lado nenhum
- mas o quê que eu te fiz agora?? onde é que tu vais? o que se passa?
- o que se passa?- sentou-se- perguntas o que se passa? tens noção do que acabaste de fazer?
- de responder à tua pergunta...
- não estupor... a pergunta era...
- e eu respondi-te... eu estava a responder...
Passou os dedos pelo cabelo, suspirou. Fitou o tampo da mesa e depois os olhos confusos que aguardavam uma explicação
- eu sei... eu sei que ai dentro no fundo... atrás dessas camadas e camadas, eu quero acreditar que ...
- ou sabes ou queres acreditar?
fitou-o irada, fechou a mão e deixou-a bater na mesa
- foda-se...
-olha a linguagem... é suposto seres uma lady... até fazes o mindinho style a beber café
- devia-te ter deixado cair ao rio e não te ter tirado de lá
segurou-lhe as mãos nas suas, estavam consideravelmente mais frias que as dele como era normal, anormal o gozo que lhe descobrira de as enfiar gélidas entre a sua pele e a roupa sem o avisar.
- olha,diz-me... diz-me o que fiz, explica-me o que fiz agora para eu não voltar a fazer
retirou as mãos e cruzou os braços contra o peito
- o que te perguntei?
- pediste-me para ter contar um momento emocionalmente forte que me lembrasse...
- o que me respondeste?
- final Intercontinental Porto- Once caldas...
- e isso é resposta?
- para mim é! gajas vão e vêem, o clube... o clube acompanha-nos desde... olha, a mim desde que me lembro, foi intenso e importante e...
- estás a dizer que eu vou ser...
- não! qual é o problema de te contar a história?
- eu quero... quero que me mostres o teu lado sensível...
- hey! no homo! nada de gayzices...
- ... o teu lado romântico, o teu lado que eu amo. Não precisas de te esconder comigo, eu não te vou magoar, não te escondas... eu vejo o que me pintas, como me tocas, como dizes certas coisas tanta vez e depois... depois disfarças como se isso fosse estranho, como se tivesses vergonha... tens vergonha de mim? de namorares comigo? é isso? tens vergonha que eu seja a tua namorada???
- pelamordedeus... eu a isso nem te respondo... pediste-me um momento e eu respondi, se querias um discurso... se querias que te citasse o Romeu e Julieta.. primeiro não sou fã da historia, mas sim da música, dos Dire Straits... Sou fã de a ouvir e lembrar-me de ti quando oiço- i cant do everything...
but ill do anything for you...
i cant do anything... except be in love with you...
lembrar-me de ti e ficar frustrado por não saber o que te dizer ou fazer para que me algemes novamente... e não, não te ponhas com ideias, foi apenas e somente um exemplo, mas que te faça gostar de mim e me deixes tocar-te na ponta do teu cabelo, nas tuas coxas quando me abraças e me leves a descobrir qualquer coisa perfeita para te dizer e fazer ficar comigo... e eu não consigo eu não sei, estou longe de ser perfeito e saber inventar o encadeamento de palavras certo para te conquistar...
abriu a carteira, retirou um calendário, deslizou-o para o lado dela da mesa
- os meus avós namoraram 16 anos, em 1935 o meu avô teve que ir para longe, não me recordo se para o porto ou ou seja para onde for, estava longe... ele cortou neste calendário os dias em que ia escrever à minha avó e foi o que fez, sem falhar durante um ano...
eu trago isto comigo para todo o lado porque acho simplesmente delicioso olhar para este calêndário...
eu não sei o que queres de mim... que gesto romântico ou frases poéticas queres que te diga ...
eu não sei como te fazer acreditar que é real e enorme em mim o que sinto por ti...
saltou sobre a mesa e beijou-o, amarfanhou-lhe a roupa, despenteou-o... sorveu-lhe os lábios e sussurou-lhe- amo-te porra...
fechou a porta do café e ajeitou a roupa, deixou que o beija-se novamente
- queres vir jantar a minha casa?? pleeease, diz que sim...
- oh... não posso, sabes que já combinei com o meu pai hoje...
largou-lhe o cachecol e colocou as mãos nas ancas- não podes adiar? hoje deixaste-me... quente
- não... eu queria, mas não dá... amanhã.. .amanhã combinamos cedo, eu venho ter contigo e...
- deixas a tua gaja assim? a precisar de ti desta maneira ?
- o meu pai pediu-me há uma semana, não achas que não queria estar contigo?
abraçou-a, suave e com força depois.
abraçava-a e controlou a informação no relógio
disse-lhe que tinham mesmo que se despachar...
beijou-a novamente na porta da rua, e outra vez na viagem do elevador.
fugiu-lhe dos braços que o puxavam, repetiu que tinha mesmo que ir
entrou no carro
voou até casa, correu pela rua e subiu pelas escadas na rapidez do tempo que se escoava.
abriu a porta de casa, atirou o casaco para a cadeira e saltou para o sofá onde o seu Pai o aguardava
- então? quem é que tá a jogar melhor? como é que o Porto ainda não tá a ganhar a estes gajos?? foda-se que perdi os primeiros sete minutos...
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Legendary #6
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Armadilha
Doía-lhe demasiado o corpo para se espreguiçar, doía-lhe do lado direito para onde dormia, doíam-lhe os tríceps os bíceps e se as orelhas acabassem em íceps também lhe estariam a doer.
Respirou o mais fundo que o seu peito conseguiu sem dor.
Levantou-se e procurou o telemóvel.... seis chamadas não atendidas... três mensagens...
Era recorrente e sufocante quando não atendia à primeira a sucessão paranóica com que lhe ligava até ter resposta, mesmo ela sabendo que estava a dormir, a ver um jogo... nas aulas ou no wc.
gajas...
Deixou o calor da água envolve-lo, deixou a sua mente desligar e esquecer as dores no corpo, o peso de todos os seus problemas que o rodeavam antes de adormecer e o atormentavam assim que acordava.
Não tinha tempo para nada nem para pouca coisa.
Conseguira uma hora em duas semanas, uma singela e catita hora de ginásio em duas semanas de exercício nenhum.
E o corpo como se ressente...
e a mente... o cansaço acumulado de tanta semi-discussão, mais um monologo sobre si que um esgrimir de argumentos...
mas ai o problema é masculino, numa discussão temos o handicap de precisarmos de fazer sentido nos argumentos.
Queria mais dela, queria-a não diferente, mas apenas em instantes uma faceta diferente.
Não era a intensidade ou o toque carinhoso, o decote e a ponta da lingua no seu pescoço, não era o cheiro perfumado que lhe deva taquicárdia quando passava diante do seu nariz...
não era o sabor na sua boca, a voz suave com que o chamava de estúpido ou dizia- estou farta de ti
não era o jeito com que enrolava o cabelo quando estava ansiosa, não era isso...
era o lamento de ver tudo isso fugir-lhe das mãos entre os dedos... era tudo aquilo que podiam ter sido e sabia futuro vão na sua vontade... apenas desejo sem terreno sólido onde firmar os pés no chão...
como quando corria para o abraçar saltando-lhe para o colo, indiferente se o atirava ao chão.
era tudo isso, todas essas coisas que o prendiam destruídas no intervalo de um beijo, em tantas coisas que moeram e o levaram a decidir-se por um fim.
era o fim de ambos como um nós.
queria-a mais, queria tudo dela com mais força...
mas assim não.
Abriu a tampa do telemóvel, suspirou.
atendeu.
- Estava no banho... bom dia.
- estás a demorar imenso... não atendeste quando te lig..
- estava a dormir, vou para ai agora.
Desligou, um pouco rude talvez, mas era cansaço, era mais do mesmo e não tinha a paciência de antes.
Deixou-se deslizar pelo trânsito, incrível o sucesso com que furava entre a Praça de Espanha em dia de temporal, pelo Marquês... Rato até Alcântara em menos de 20 minutos na confusão de hora de ponta, era senão um excelente tempo um tempo récord.
Queria ser menos forte, fraco um pouco mais.
Desesperar e estravazar a tristeza que o invadia no gesto da sua mão ao toque na campainha, em que formalizava a sua presença ali... trágico e rendido à evidência de não poder mais continuar naquela batalha que os destruía, que levava a recear todos os seus gestos ou não gestos... só para não surgir algo que os arranca-se para um novo conflito, outra discussão monologa em que distanciava no pensamento- cala-te sua mula e beija-me, cala-te e senta-te em silêncio comigo, cala-te e diz que gostas de mim e vai ficar tudo bem, damos a volta ao jogo na segunda parte e ganhamos por goleada 4-1...
Era demais, era irritante e um stress que a deixava com calor, comichão e em desesperante desconforto.
Perdera o sentido o controle a razão das coisas.
Não sabia como fazer, dizer ou materializar o turbilhão que a invadia na sua ausência, quando o sabia longe distante num outro sitio qualquer que não ali... ao pé dela.
O idiota não percebia que era complicado segurar as rédeas de tudo que queria... o que queria dizer, caramba, olhava para ele apetecia-lhe morder-lhe o pescoço... não uma trinca ligeira... afinfar-lhe os dentes até lhe arrancar um pedaço enorme e suculento... a dieta que se foda, tinha que o morder, saborear, mastigar... arrancar-lhe os cabelos e adormecer perdida no cheiro dele...
Queria controlar tudo isso e não sabia como.
Apetecia-lhe gritar ás vezes com ele, precisava de lhe arrancar uma qualquer reacção, sentir a bem ou a mal que mexia com ele, que era qualquer coisa nele.
E sentia que o perdia pelos dedos das mãos.
Sentia que não sabia como o puxar para si e dar-lhe a vontade de ficar do seu lado... mesmo calado sem piadas idiotas, mesmo quieto sem as suas mãos no seu corpo... mas estar ali consigo e para si.
Mas hoje tinha um plano.
Era terrível, mas hoje seria o dia em que iria libertar aquela vontade que acumulava no passar dos dias, era hoje e desse por onde desse...
ele seria seu.
Literalmente.
Encontrou a porta aberta sem que ela esperasse por si como era normal.
Não foi recebido com um abraço, beijo e tentativa de procriação in loco diante da casa cheia de convidados.
Ouviu-a chamar do quarto.
Fechou a porta atrás de si e ganhou mentalmente balanço.
Percorreu tenso o corredor e abriu a porta. Estava sentada diante do espelho, escovava o cabelo negro solto sobre os ombros. Viu-a sorrir para si em reflexo pelo espelho, viu-a erguer-se e virar-se na sua direcção.
Estava um vagalhão... um rotativo no queixo, simplesmente deslumbrante. Vestido verde escuro decotado, a saia do mesmo solta em roda no andar flutuante dos seus passos na sua direcção...
O sorriso triunfante com que o conquistara sentada do outro lado do vidro quando a viu no café, primeira vez que a vira sorrir para si.
Sentia-o vibrar, estaria com frio? nervoso? ansioso? sentia-o distante nos seus braços quando o beijou suave mas carinhosa.
Não se demorou, era importante manter a mente concentrada no plano, era importante se queria ter sucesso na missão...
- estás melhor dos braços? - virou-se e puxou-o atrás de si pela mão
- não é bem os braços, é nos Tríceps e nos..
- é no teu corpo, faço-te uma massagem queres?
- ah... deitado adormeço...
- não dumb dumb, sentaste na cadeira...
sentou-o, tinha-o no centro da sua teia... no X da sua armadilha
Deu-lhe um beijo na nuca, depois no rosto, levantou-se e fitou-o pelo espelho.
Sorriu.
deslizou as mãos pelos ombros, abriu os dedos e pressionou, devagar e em círculos.
com convicção, com intensidade deslizou dos ombros para os braços, devagar, primeiro o esquerdo depois o outro.
deixou-o desligar, distanciar a mente do corpo, baixar a guarda...
ajoelhou-se sem parar de massajar o braço atrás da cadeira.
Sentia o coração bater intenso, nervoso na ânsia do momento crucial do plano, do beijo ali no meio do aperto da multidão um ano antes quando denunciara os desejos emocionais da sua pessoa à pessoa dele.
Num gesto rápido e sem hesitação segurou-lhe o pulso e encaixou a abertura felpuda da algema num braço e depois no outro com a corrente presa na cadeira.
Primeira parte do plano - prende-lo à cadeira... Checked
- hhaam?? o que estás a fazer? - agitou os braços surpreendido
- já vais ver
debruçou-se e deu-lhe um beijo no rosto.
Viu-a sair do quarto, debateu-se na cadeira sem sucesso, ouviu as chaves rodarem na porta da rua trancando-a.
Reconheceu ao torcer o pescoço para visualizar como estava preso as algemas felpudas cor de rosa que lhe dera pelo Carnaval quando ela se mascarara de agente da autoridade, arrependeu-se no instante da qualidade e resistência do material, arrependeu-se do felpudo, uma corrente de ferro era de macho, agora felpudo e... cor de rosa...
viu-a entrar no quarto.
Puxou-o pelas costas da cadeira para o meio deste.
Sorria.
- isto é alguma piada que não estou a perceber??
- não é piada - mordeu o lábio, aproximou-se e levou a mão ao rosto dele, levou aos dele os seus lábios... devagar... sem pressa.
Tentou desviar o rosto sem sucesso. Estava confuso e ligeiramente preocupado.
via-a deambular pelo quarto sem lhe prestar muita atenção, viu-a prender o cabelo, parar o gesto a meio enquanto olhava para si, viu-a dobrar duas camisolas, fazer a cama...
- o que estás a fazer...
- neste momento a arrumar o quarto, já te dou atenção...
- não quero atenção, quero é que me tires esta porcaria...
- não queres a minha atenção? -colocou as mãos nas ancas, avançou até ficar atrás da cadeira- e que eu saiba não lhes chamavas porcaria quando querias prender-me com elas e ter sexo comigo...
Deu-lhe um caldo - DiNozzo!!
- atão?!? eh pá... tira-me isto, se me queres bater ... bate logo, se me queres tirar um rim... despacha-te, mas não vim aqui para estar algemado à cadeira no meio do teu quarto...
-vieste aqui para o quê então? é preciso tapar-te a boca? não sabes estar calado e saborear a minha companhia???
- vim aqui para conversarmos... e ...
enfiou-lhe uma meia na boca.
- não te preocupes, está limpa... acho eu....- virou-lhe costas
retomou as arrumações, primeiro as camisolas dobradas sobre a cama, depois as botas ao canto, de tempos a tempos dava-lhe um beijo no rosto, uma festa no cabelo, perguntava-lhe qualquer coisa e ria-se do silêncio na resposta
- levo isso como um sim... bem, acho que já estás no ponto... vou-te tirar a meia e tu... caladinho
retirou-lhe a meia, ele não sorria
- tou farto desta mer...
suspirou, acenou-lhe negativamente em desapontamento
- coopera... não faças isto mais difícil do que pode ser... vou tentar mais uma vez... tu consegues estar calado... vais ver que consegues
retirou a meia, sorriu.
- vês? não custa assim tanto
deu dois passos criando distância entre os dois. fitou-o.
Segunda parte do plano - Doma-lo e tê-lo calado à sua mercê... Checked
Via-a diante de si... esmagadora.
Lia a sua imagem dos pés descalços às sobrancelhas, dos ombros à cintura, do decote ao sorriso que encontrava no rosto dela.
via-lhe qualquer coisa no olhar, nos olhos castanhos que o fitavam em silêncio.
não sabia ler o que era, sabia ler todos os sinais, quando estava triste ou prestes a explodir, quando estava presente ou num outro sitio qualquer, era pela primeira vez... um enigma.
Já perdera o desconforto de estar preso, perdera o desconforto da meia ser limpa ou usada, não havia nada para além da imagem dela diante de si.
deu-lhe vontade de não respirar para focar melhor o momento, parar o momento, ficar ali... preso... não pelas algemas, não tinha forças para contrariar a sua imagem e esboçar qualquer gesto que não fosse respirar o que apesar de mecânico se tornava difícil -e atrapalhava-se em certos momentos quando se perdia a olhar para as custuras do vestido na curva dos ombros para o peito...
Viu um ligeiro curvar dos lábios...
um sorriso desenhar-se no rosto
Seguiu-lhe as mãos com o olhar enquanto os joelhos se dobravam ligeiramente
Percorreu as pernas até não haver mais tecido e somente pele... viu as mãos dela subirem o tecido... devagar, sem pressas ou tempo de chegada, sem prazo para entregar o trabalho
deslizavam pela carne e queria ser ele a deslizar... e subir... subir e tocar no seu corpo até o Lost fazer sentido, saber falar alemão como se fosse a sua língua materna... ler o senhor dos anéis em 15 minutos, rever o golo do Alenichev contra o Monaco como se fosse a primeira vez ao vivo...
e ela... a língua a percorrer ligeiramente o lábio superior...
era demais, era impossível manter a coordenação motora
expira inspira?inspira expira? caramba, como é que se respira???
Os polegares chegados ao seu destino, colocados entre o elástico e a pele, puxando para baixo, soltando do corpo o tecido preto até este se perder no chão...
Sentou-se ao colo dele, uma perna para cada lado, face a face.
Ajeitou a posição do corpo, colocou as mãos no peito dele, deslizou-as até aos ombros e continuou o gesto até rodear-lhe o pescoço com os braços
Aproximou-se do rosto, roçou-lhe o nariz com o seu
- ah... isto trás-nos memórias...
abriu a boca e encostou-lhe nos dele os lábios sem os molhar, apenas o toque na pele.
Soltou a ponta da língua e percorreu-lhe primeiro em cima, depois em baixo o contorno dos lábios como se os desenhasse devagar.
Sentiu a mão dela descer-lhe pelo peito enquanto a esquerda se fixava na parte detrás do seu pescoço, sentia-a invadir-lhe a boca, sentia-a sorrir.
Sentiu-a abrir-lhe os jeans com a mão direita
Sentiu-a afastar-se da sua boca
Sentiu-se deslizar enquanto as ancas dela o encaixavam
Fitou-o
Beijou-o e afastou-se para o fitar novamente
Soltou-o das suas mãos e levou-as ao cabelo, puxou o elástico, espalhou o cabelo com os dedos
Beijo, e outro... e outro num ímpeto rápido, o cabelo ao redor de ambos como se fossem apenas o espaço dentro deste, o calor da respiração, o sabor da boca...
não havia música ou palavras, não havia nada para alem dela em seu redor
não conhecia nada para além do corpo dela ou da vontade de se libertar para a consumir, a segurar com as mãos e garantir que era sua e não ia a lado nenhum
Sem cessar o gesto, sem quebrar o ritmo lambeu-lhe a boca, o rosto, aproximou-se do ouvido, sem perder momento ou fluidez
encostou-se, colou-se o mais que pode pressionando-se sobre o corpo, beijou-o
sussurrou-lhe
-és meu...
nada disse em resposta
mas....
Incondicionalmente... era.
Respirou o mais fundo que o seu peito conseguiu sem dor.
Levantou-se e procurou o telemóvel.... seis chamadas não atendidas... três mensagens...
Era recorrente e sufocante quando não atendia à primeira a sucessão paranóica com que lhe ligava até ter resposta, mesmo ela sabendo que estava a dormir, a ver um jogo... nas aulas ou no wc.
gajas...
Deixou o calor da água envolve-lo, deixou a sua mente desligar e esquecer as dores no corpo, o peso de todos os seus problemas que o rodeavam antes de adormecer e o atormentavam assim que acordava.
Não tinha tempo para nada nem para pouca coisa.
Conseguira uma hora em duas semanas, uma singela e catita hora de ginásio em duas semanas de exercício nenhum.
E o corpo como se ressente...
e a mente... o cansaço acumulado de tanta semi-discussão, mais um monologo sobre si que um esgrimir de argumentos...
mas ai o problema é masculino, numa discussão temos o handicap de precisarmos de fazer sentido nos argumentos.
Queria mais dela, queria-a não diferente, mas apenas em instantes uma faceta diferente.
Não era a intensidade ou o toque carinhoso, o decote e a ponta da lingua no seu pescoço, não era o cheiro perfumado que lhe deva taquicárdia quando passava diante do seu nariz...
não era o sabor na sua boca, a voz suave com que o chamava de estúpido ou dizia- estou farta de ti
não era o jeito com que enrolava o cabelo quando estava ansiosa, não era isso...
era o lamento de ver tudo isso fugir-lhe das mãos entre os dedos... era tudo aquilo que podiam ter sido e sabia futuro vão na sua vontade... apenas desejo sem terreno sólido onde firmar os pés no chão...
como quando corria para o abraçar saltando-lhe para o colo, indiferente se o atirava ao chão.
era tudo isso, todas essas coisas que o prendiam destruídas no intervalo de um beijo, em tantas coisas que moeram e o levaram a decidir-se por um fim.
era o fim de ambos como um nós.
queria-a mais, queria tudo dela com mais força...
mas assim não.
Abriu a tampa do telemóvel, suspirou.
atendeu.
- Estava no banho... bom dia.
- estás a demorar imenso... não atendeste quando te lig..
- estava a dormir, vou para ai agora.
Desligou, um pouco rude talvez, mas era cansaço, era mais do mesmo e não tinha a paciência de antes.
Deixou-se deslizar pelo trânsito, incrível o sucesso com que furava entre a Praça de Espanha em dia de temporal, pelo Marquês... Rato até Alcântara em menos de 20 minutos na confusão de hora de ponta, era senão um excelente tempo um tempo récord.
Queria ser menos forte, fraco um pouco mais.
Desesperar e estravazar a tristeza que o invadia no gesto da sua mão ao toque na campainha, em que formalizava a sua presença ali... trágico e rendido à evidência de não poder mais continuar naquela batalha que os destruía, que levava a recear todos os seus gestos ou não gestos... só para não surgir algo que os arranca-se para um novo conflito, outra discussão monologa em que distanciava no pensamento- cala-te sua mula e beija-me, cala-te e senta-te em silêncio comigo, cala-te e diz que gostas de mim e vai ficar tudo bem, damos a volta ao jogo na segunda parte e ganhamos por goleada 4-1...
Era demais, era irritante e um stress que a deixava com calor, comichão e em desesperante desconforto.
Perdera o sentido o controle a razão das coisas.
Não sabia como fazer, dizer ou materializar o turbilhão que a invadia na sua ausência, quando o sabia longe distante num outro sitio qualquer que não ali... ao pé dela.
O idiota não percebia que era complicado segurar as rédeas de tudo que queria... o que queria dizer, caramba, olhava para ele apetecia-lhe morder-lhe o pescoço... não uma trinca ligeira... afinfar-lhe os dentes até lhe arrancar um pedaço enorme e suculento... a dieta que se foda, tinha que o morder, saborear, mastigar... arrancar-lhe os cabelos e adormecer perdida no cheiro dele...
Queria controlar tudo isso e não sabia como.
Apetecia-lhe gritar ás vezes com ele, precisava de lhe arrancar uma qualquer reacção, sentir a bem ou a mal que mexia com ele, que era qualquer coisa nele.
E sentia que o perdia pelos dedos das mãos.
Sentia que não sabia como o puxar para si e dar-lhe a vontade de ficar do seu lado... mesmo calado sem piadas idiotas, mesmo quieto sem as suas mãos no seu corpo... mas estar ali consigo e para si.
Mas hoje tinha um plano.
Era terrível, mas hoje seria o dia em que iria libertar aquela vontade que acumulava no passar dos dias, era hoje e desse por onde desse...
ele seria seu.
Literalmente.
Encontrou a porta aberta sem que ela esperasse por si como era normal.
Não foi recebido com um abraço, beijo e tentativa de procriação in loco diante da casa cheia de convidados.
Ouviu-a chamar do quarto.
Fechou a porta atrás de si e ganhou mentalmente balanço.
Percorreu tenso o corredor e abriu a porta. Estava sentada diante do espelho, escovava o cabelo negro solto sobre os ombros. Viu-a sorrir para si em reflexo pelo espelho, viu-a erguer-se e virar-se na sua direcção.
Estava um vagalhão... um rotativo no queixo, simplesmente deslumbrante. Vestido verde escuro decotado, a saia do mesmo solta em roda no andar flutuante dos seus passos na sua direcção...
O sorriso triunfante com que o conquistara sentada do outro lado do vidro quando a viu no café, primeira vez que a vira sorrir para si.
Sentia-o vibrar, estaria com frio? nervoso? ansioso? sentia-o distante nos seus braços quando o beijou suave mas carinhosa.
Não se demorou, era importante manter a mente concentrada no plano, era importante se queria ter sucesso na missão...
- estás melhor dos braços? - virou-se e puxou-o atrás de si pela mão
- não é bem os braços, é nos Tríceps e nos..
- é no teu corpo, faço-te uma massagem queres?
- ah... deitado adormeço...
- não dumb dumb, sentaste na cadeira...
sentou-o, tinha-o no centro da sua teia... no X da sua armadilha
Deu-lhe um beijo na nuca, depois no rosto, levantou-se e fitou-o pelo espelho.
Sorriu.
deslizou as mãos pelos ombros, abriu os dedos e pressionou, devagar e em círculos.
com convicção, com intensidade deslizou dos ombros para os braços, devagar, primeiro o esquerdo depois o outro.
deixou-o desligar, distanciar a mente do corpo, baixar a guarda...
ajoelhou-se sem parar de massajar o braço atrás da cadeira.
Sentia o coração bater intenso, nervoso na ânsia do momento crucial do plano, do beijo ali no meio do aperto da multidão um ano antes quando denunciara os desejos emocionais da sua pessoa à pessoa dele.
Num gesto rápido e sem hesitação segurou-lhe o pulso e encaixou a abertura felpuda da algema num braço e depois no outro com a corrente presa na cadeira.
Primeira parte do plano - prende-lo à cadeira... Checked
- hhaam?? o que estás a fazer? - agitou os braços surpreendido
- já vais ver
debruçou-se e deu-lhe um beijo no rosto.
Viu-a sair do quarto, debateu-se na cadeira sem sucesso, ouviu as chaves rodarem na porta da rua trancando-a.
Reconheceu ao torcer o pescoço para visualizar como estava preso as algemas felpudas cor de rosa que lhe dera pelo Carnaval quando ela se mascarara de agente da autoridade, arrependeu-se no instante da qualidade e resistência do material, arrependeu-se do felpudo, uma corrente de ferro era de macho, agora felpudo e... cor de rosa...
viu-a entrar no quarto.
Puxou-o pelas costas da cadeira para o meio deste.
Sorria.
- isto é alguma piada que não estou a perceber??
- não é piada - mordeu o lábio, aproximou-se e levou a mão ao rosto dele, levou aos dele os seus lábios... devagar... sem pressa.
Tentou desviar o rosto sem sucesso. Estava confuso e ligeiramente preocupado.
via-a deambular pelo quarto sem lhe prestar muita atenção, viu-a prender o cabelo, parar o gesto a meio enquanto olhava para si, viu-a dobrar duas camisolas, fazer a cama...
- o que estás a fazer...
- neste momento a arrumar o quarto, já te dou atenção...
- não quero atenção, quero é que me tires esta porcaria...
- não queres a minha atenção? -colocou as mãos nas ancas, avançou até ficar atrás da cadeira- e que eu saiba não lhes chamavas porcaria quando querias prender-me com elas e ter sexo comigo...
Deu-lhe um caldo - DiNozzo!!
- atão?!? eh pá... tira-me isto, se me queres bater ... bate logo, se me queres tirar um rim... despacha-te, mas não vim aqui para estar algemado à cadeira no meio do teu quarto...
-vieste aqui para o quê então? é preciso tapar-te a boca? não sabes estar calado e saborear a minha companhia???
- vim aqui para conversarmos... e ...
enfiou-lhe uma meia na boca.
- não te preocupes, está limpa... acho eu....- virou-lhe costas
retomou as arrumações, primeiro as camisolas dobradas sobre a cama, depois as botas ao canto, de tempos a tempos dava-lhe um beijo no rosto, uma festa no cabelo, perguntava-lhe qualquer coisa e ria-se do silêncio na resposta
- levo isso como um sim... bem, acho que já estás no ponto... vou-te tirar a meia e tu... caladinho
retirou-lhe a meia, ele não sorria
- tou farto desta mer...
suspirou, acenou-lhe negativamente em desapontamento
- coopera... não faças isto mais difícil do que pode ser... vou tentar mais uma vez... tu consegues estar calado... vais ver que consegues
retirou a meia, sorriu.
- vês? não custa assim tanto
deu dois passos criando distância entre os dois. fitou-o.
Segunda parte do plano - Doma-lo e tê-lo calado à sua mercê... Checked
Via-a diante de si... esmagadora.
Lia a sua imagem dos pés descalços às sobrancelhas, dos ombros à cintura, do decote ao sorriso que encontrava no rosto dela.
via-lhe qualquer coisa no olhar, nos olhos castanhos que o fitavam em silêncio.
não sabia ler o que era, sabia ler todos os sinais, quando estava triste ou prestes a explodir, quando estava presente ou num outro sitio qualquer, era pela primeira vez... um enigma.
Já perdera o desconforto de estar preso, perdera o desconforto da meia ser limpa ou usada, não havia nada para além da imagem dela diante de si.
deu-lhe vontade de não respirar para focar melhor o momento, parar o momento, ficar ali... preso... não pelas algemas, não tinha forças para contrariar a sua imagem e esboçar qualquer gesto que não fosse respirar o que apesar de mecânico se tornava difícil -e atrapalhava-se em certos momentos quando se perdia a olhar para as custuras do vestido na curva dos ombros para o peito...
Viu um ligeiro curvar dos lábios...
um sorriso desenhar-se no rosto
Seguiu-lhe as mãos com o olhar enquanto os joelhos se dobravam ligeiramente
Percorreu as pernas até não haver mais tecido e somente pele... viu as mãos dela subirem o tecido... devagar, sem pressas ou tempo de chegada, sem prazo para entregar o trabalho
deslizavam pela carne e queria ser ele a deslizar... e subir... subir e tocar no seu corpo até o Lost fazer sentido, saber falar alemão como se fosse a sua língua materna... ler o senhor dos anéis em 15 minutos, rever o golo do Alenichev contra o Monaco como se fosse a primeira vez ao vivo...
e ela... a língua a percorrer ligeiramente o lábio superior...
era demais, era impossível manter a coordenação motora
expira inspira?inspira expira? caramba, como é que se respira???
Os polegares chegados ao seu destino, colocados entre o elástico e a pele, puxando para baixo, soltando do corpo o tecido preto até este se perder no chão...
Sentou-se ao colo dele, uma perna para cada lado, face a face.
Ajeitou a posição do corpo, colocou as mãos no peito dele, deslizou-as até aos ombros e continuou o gesto até rodear-lhe o pescoço com os braços
Aproximou-se do rosto, roçou-lhe o nariz com o seu
- ah... isto trás-nos memórias...
abriu a boca e encostou-lhe nos dele os lábios sem os molhar, apenas o toque na pele.
Soltou a ponta da língua e percorreu-lhe primeiro em cima, depois em baixo o contorno dos lábios como se os desenhasse devagar.
Sentiu a mão dela descer-lhe pelo peito enquanto a esquerda se fixava na parte detrás do seu pescoço, sentia-a invadir-lhe a boca, sentia-a sorrir.
Sentiu-a abrir-lhe os jeans com a mão direita
Sentiu-a afastar-se da sua boca
Sentiu-se deslizar enquanto as ancas dela o encaixavam
Fitou-o
Beijou-o e afastou-se para o fitar novamente
Soltou-o das suas mãos e levou-as ao cabelo, puxou o elástico, espalhou o cabelo com os dedos
Beijo, e outro... e outro num ímpeto rápido, o cabelo ao redor de ambos como se fossem apenas o espaço dentro deste, o calor da respiração, o sabor da boca...
não havia música ou palavras, não havia nada para alem dela em seu redor
não conhecia nada para além do corpo dela ou da vontade de se libertar para a consumir, a segurar com as mãos e garantir que era sua e não ia a lado nenhum
Sem cessar o gesto, sem quebrar o ritmo lambeu-lhe a boca, o rosto, aproximou-se do ouvido, sem perder momento ou fluidez
encostou-se, colou-se o mais que pode pressionando-se sobre o corpo, beijou-o
sussurrou-lhe
-és meu...
nada disse em resposta
mas....
Incondicionalmente... era.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Desconheço
Desconheço e estranho o que ando a escrever, não que renegue... que negue o nome ou filiação conjugal com o mesmo...
alias, escrever Para ou inspirado em alguém é sempre correr de olhos vendados na praia, não se sabe onde se acaba ou se alguém se aleija.
Sinto a carência na ausência do canalha
também sou eu, é parte mim.
Mas é um mundo cruel, uma cruz pesada de carregar a solo sem esses devaneios ou ausência de humor estilo "que se foda" que tanto aprecio e gosto de em mim encontrar
o pensamento- não acredito que acabei de escrever esta merda ahahaa lindo!
quero acreditar que não se perdeu ou que não está adormecido... apenas a ganhar balanço
talvez passar menos tempo com mulheres realmente interessante e mais com "quero ir tomar um café contigo mas primeiro quero ver o teu mapa astral para vermos se somos compatíveis"
deste género.
Sempre conseguia mais material para trabalhar...
"- mas tás a a falar a sério? tu gostas da Lady Gaga????
- eh pa.. sim... já disse que sim, não me peças para te explicar porquê... gosto, ponto final
-mas ... mas ela tem um penis!!!!
- não sabes, é um rumor... e eu acho que é um golpe publicitário...
- e se ela tiver um pénis??? não te faz confusão????
- não, nenhuma... só se for maior que o meu..."
Criminal
O que é no meu léxico Criminal?
Como tal palavra se torna um elogio... uma elevação, um momento emocional de sublime perfeição... que me leva tantas vezes a adjectivar- melhor que bom, Criminal...
É parte de um momento meu mui lindo ( citando Luana ) em Buenos Aires, horas antes de regressar a curitiba, o som distante mas presente do passar de um comboio tão perto mas sem o ver, Criminal é o recordar esse instante.
É portal para esse final do dia em Buenos Aires
É o meu tango.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Em terras de Verdi ( e de Cipião, e da Monica Belucci, de Del Piero, Buffon e Luana)
Mais de uma década depois, finalmente reencontro-me com as perdidas fotos.
Perdida-partida, quebrada- a estátua de merano, resta-me nas prateleiras o belo do copo legalmente furtado do bar Magenta em milão - Convenci o empregado de seu nome Roberto que acreditava que o Simeone era crack e ele fez-me o beneplácido favor de piscar o olho e olhar para o lado enquanto gamava o copo.
Sorriso
Lutava em silencio com a colher.
Deslizava-a de dedo para dedo sobre a chávena, mexia e remexia e olhava-o sorrateiramente.
Aguardava que não olhasse para observar detalhes e tentar perceber que forma estava a tomar, como seria que a via
- não te mexas! podes beber o chá, mas mantêm ao menos os ombros quietos...
-mas eu quero ver!
- vês no fim... chata
levou a chávena aos lábios, e fitou-o.
fitou-o de baixo para cima sem desviar o olhar, pensou para si que era urgente olhar para outra coisa, mas queria saber... queria encontrar os olhos que a viam, que a liam e a desenhavam, queria encontra-lo.
viu-o levantar e parar o movimento nos seus olhos, fixou-a
ficaram estáticos e em silêncio, não em desconforto mas em sintonia... diluindo-se
- sim... - disse rompendo o silêncio ao sentir-se corar
- não consigo acabar o desenho... desculpa...
- não estejas sempre a pedir-me desculpa... vou acabar por te agredir de tantas vezes que me pedes desculpa... mas porquê que não o consegues acabar? fiz alguma coisa?
- não... não é isso... apenas falta qualquer coisa... qualquer coisa que não estou a conseguir ler para por no desenho...
olho para ti, olho para o desenho e... ainda não és tu.
- o quê? estou sentada há trinta minutos e tu não me estás a desenhar? estás a desenhar quem? outra?
- não... óbvio que não, eu receio é não conseguir desenhar... o teu sorriso, não é fácil...
- mas eu não estou a sorrir... tu não me disseste que era para sorrir, tenho que sorrir? porquê que me estás a desenhar a sorrir?
- porque tu abres o sorriso de dentro para fora...
como se partisse do fundo de ti abrindo-te o rosto feliz...
como se deslizasses dos ombros para o chão um manto que te cobrisse o corpo e te revelasse deslumbrante
como se fazer-te sorrir fosse uma vitória minha sobre a distância desta mesa entre nós os dois e ao desenhá-lo...
ele fosse meu...
Deslizava-a de dedo para dedo sobre a chávena, mexia e remexia e olhava-o sorrateiramente.
Aguardava que não olhasse para observar detalhes e tentar perceber que forma estava a tomar, como seria que a via
- não te mexas! podes beber o chá, mas mantêm ao menos os ombros quietos...
-mas eu quero ver!
- vês no fim... chata
levou a chávena aos lábios, e fitou-o.
fitou-o de baixo para cima sem desviar o olhar, pensou para si que era urgente olhar para outra coisa, mas queria saber... queria encontrar os olhos que a viam, que a liam e a desenhavam, queria encontra-lo.
viu-o levantar e parar o movimento nos seus olhos, fixou-a
ficaram estáticos e em silêncio, não em desconforto mas em sintonia... diluindo-se
- sim... - disse rompendo o silêncio ao sentir-se corar
- não consigo acabar o desenho... desculpa...
- não estejas sempre a pedir-me desculpa... vou acabar por te agredir de tantas vezes que me pedes desculpa... mas porquê que não o consegues acabar? fiz alguma coisa?
- não... não é isso... apenas falta qualquer coisa... qualquer coisa que não estou a conseguir ler para por no desenho...
olho para ti, olho para o desenho e... ainda não és tu.
- o quê? estou sentada há trinta minutos e tu não me estás a desenhar? estás a desenhar quem? outra?
- não... óbvio que não, eu receio é não conseguir desenhar... o teu sorriso, não é fácil...
- mas eu não estou a sorrir... tu não me disseste que era para sorrir, tenho que sorrir? porquê que me estás a desenhar a sorrir?
- porque tu abres o sorriso de dentro para fora...
como se partisse do fundo de ti abrindo-te o rosto feliz...
como se deslizasses dos ombros para o chão um manto que te cobrisse o corpo e te revelasse deslumbrante
como se fazer-te sorrir fosse uma vitória minha sobre a distância desta mesa entre nós os dois e ao desenhá-lo...
ele fosse meu...
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Do you wish... a dance while I'm the front...?
oh
"...I'm coming to much more ...
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you... now
What if they came down crushing ...
Remember when I used to play for
All of the loneliness that nobody
Notices now
I'm begging slow... I'm coming here !
Only waiting
I wanted to stay
I wanted to play,
I wanted to love you
I'm only this far
And only tomorrow leads my way ...
I'm coming waltzing back and
Moving into your head
Please, I wouldn't pass this by
I wouldn't take any more than
What sort of man goes by
I will... bring water
Why won't you ever be glad
It melts into wonder
I came in praying for you
Why won't you run
In the rain and play
Let the tears splash all over you "
Um pequeno ponto negro rodeado se uma suave envolvente a castanho (pintado primeiro a amarelo e depois o castanho), diluído até a um verde que ainda não encontrei nome para lhe dar- se tal for humanamente possível
...ainda não percebi como pintar.
... e como me espremem facilmente o sumo sem eu conseguir espernear qualquer resistência.
ao mesmo tempo que me arrebata e leva a sentir...
...assim.
(acordar com a #41 é divinal... criminal, é melhor que bom)
"...I'm coming to much more ...
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you... now
What if they came down crushing ...
Remember when I used to play for
All of the loneliness that nobody
Notices now
I'm begging slow... I'm coming here !
Only waiting
I wanted to stay
I wanted to play,
I wanted to love you
I'm only this far
And only tomorrow leads my way ...
I'm coming waltzing back and
Moving into your head
Please, I wouldn't pass this by
I wouldn't take any more than
What sort of man goes by
I will... bring water
Why won't you ever be glad
It melts into wonder
I came in praying for you
Why won't you run
In the rain and play
Let the tears splash all over you "
Um pequeno ponto negro rodeado se uma suave envolvente a castanho (pintado primeiro a amarelo e depois o castanho), diluído até a um verde que ainda não encontrei nome para lhe dar- se tal for humanamente possível
...ainda não percebi como pintar.
... e como me espremem facilmente o sumo sem eu conseguir espernear qualquer resistência.
ao mesmo tempo que me arrebata e leva a sentir...
...assim.
(acordar com a #41 é divinal... criminal, é melhor que bom)
domingo, 3 de janeiro de 2010
Apetece-me
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