quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"...porquê que demoraste tanto tempo..."




"...porquê que demoraste tanto tempo..."



Não há maré que te traga,

Não há chegada triunfante... entrada majestosa

ou sorrateira e silenciosa...

tipo ninja

Aquele teu toque suave no meu ombro

Ou uma placagem Chabaliana...

Marcando a tua presença, vincando-te
Sublinhando.

Travo quente que saboreio

Inspiro,

Inspiro-te... e inspiro-me.

Passo ao lado mas não distante, divago...

... naquele outro sítio que não aqui,
outro sítio sem ti.

(olha eu cheio de entusiasmo)

ah... olha-me aqui tão quieto.

Agora e em muitos outros...
outros tantos...
outros tantos e demasiados dias.

Quieto e derrotado

Vencido por gesto nenhum, pela ausência deste ou qualquer gesto

e de qualquer outra coisa...

... ou então dá-se o caso de poucas actividades com que preencher os tempos livres.

Mas é pior no movimento, quando venço a inacção
no gesto audaz

Como quem tenta ver se consegue qualquer coisa de diferente, que não isto.

que não isto assim...

Mas nada muda, nada se cria, nada se perde e nada se transforma.

Nada.

Ficando eu, somente eu
Singelo e bonitão

nem um pouco revoltado (somente um pouco magoado)

sim, magoado contigo...

até que tu finalmente, presente e desconcertante...

me enlaces no enredo dos teus braços e perguntes com toda a lata (sorridente) do mundo porquê que eu demorei tanto tempo...

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