sexta-feira, 11 de maio de 2012

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Pedi, desejei com força e empenho que fosse um saco no meio da estrada.

Era coisa das 03h30, Lisboa vazia de gente e carros e descia a Estados Unidos da América quando o vi.

Um gato, caído, imóvel na faixa do meio pouco depois da saída do túnel.

Não tenho como parar o carro, contorno a rotunda prestes a passar o vermelho que entretanto se abriu.

Paro do lado do quarteto, corro na sua direcção.

Coloco o joelho sobre a estrada, vejo-lhe uma pata com sangue, aproximo-me e é então que lhe vejo o focinho... não havia nada a fazer.

Recordo-me do rosto de um casal que abrandou ao ver-me de mãos na cabeça ali no meio da estrada...
Não me lembrei até estacionar há pouco ao pé de casa que estava pouco depois da saída de um túnel no meio da estrada.

Não me lembrei de piscas ou de ligar o rádio ou de qualquer coisa que não fosse o vento a despentear o pelo do gato ali tombado sem vida, sem reacção até estacionar na minha rua...



Olhem... foda-se!



Nota - tinha um texto para publicar hoje muito idiota, fiquei sem disposição e há momentos que é preciso é por para fora e desintoxicar de nós certas coisas.

Retomo amanhã a idiotice do costume, hoje não.

2 comentários:

Pusinko disse...

:(

AnAndrade disse...

Não sei se isto vai soar a terrível, mas o meu pior pesadelo consiste na possibilidade de atropelar um cão ou um gato.
Já andei de rabo para o ar, carro parado na Circunvalação em hora de ponta, quando vi um gato minúsculo atravessar a estrada; os outros carros não paravam por causa do gato, pararam por minha causa e ainda esperaram que tentasse agarrá-lo (acabei por conseguir que atravessasse a estrada e me fugisse).
Não sei por que estou a contar isto, mas foi assim.