quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Hey You!

Abriu-lhe a porta e virou costas, deixando-o no hall.
Fechou a porta atrás de si, abriu o casaco, seguiu-a e entrou na sala.

- Já estou arrependida de te ter dito para vires cá.

- Olá para ti também... não me dás um beijo?

Aproximou-se dele em passos pequenos - não te mexas!
Parou, inclinou-se ficando com a nariz a centímetros do pescoço dele e inspirou-o de olhos fechados.

- Ah não porra, tu hoje cheiras bem, não pode, tens que te ir embora! vais começar a chegar perto e a dizer-me merdas e não, não e não! vai-te embora!

- Eu acabei de chegar - disse, aproximando-se.

Virou-lhe costas - não me toques! não me podes tocar hoje.

- Mas tu fizeste almoço para os dois.. e... ok, é um desafio, não te toco.

Ficou de costas, cruzou os braços. Sentiu um formigueiro de curiosidade subir-lhe pela espinha até à nuca quando percebeu que ele andava atrás de si de um lado para o outro, colocando o casaco no sofá, descalçando-se, afinal, ela estava descalça.

- Estás a fazer?

- A não te tocar, mas já vês.

Passou por ela de ipod na mão, parou diante do armário onde estava o dela ligado ás colunas.

- Tu estás-me a irritar tanto! estás a fazer o quê?

- Já vês, chata! - carregou no play, encarou-a, ficaram de pé frente a frente no meio da sala - já te disse que ficas brutalmente sexy descalça?

- Ai o caralho... é assim, não me podes tocar... nem falar comigo! e eu não te posso tocar também... falar posso, a partir de agora... o que é isto? o quê que está a tocar? eu conheço isto!

- Claro que conh... - calou-se quando ela lhe esticou o indicador. Calado, sem lhe tocar.

" hey you... remember me... remember love..."

Ele sorriu, ela abanou o ombro, a anca depois, descruzou os braços.

- Odeio-te tanto.

"Hey you! hey you! can't you make this sane?"

Ele aproximou-se gingando, devagar mas insinuante.
Colocou-se atrás dela, perto sem encostar.

"I don't want to turn around, so come on baby... Come on and try to let it out..."

Ela subiu com as mãos pela cintura, abriu os braços e recolheu, deslizando pelo pescoço até ao elástico que lhe prendia o cabelo, soltando, despenteando-se, arrombando-lhe os sentidos com o seu perfume.

Virou-se, recuou dois passos, ele avançou um, ela recuou outro sem parar de dançar, ele sorriu e avançou dois e meio, tirando-lhe o espaço que ela criara.
Ela respondeu-lhe envolvendo-lhe o pescoço com os braços sem o prender, sem lhe tocar.

"Go go go go get out, get out of my memory...
...No no no not tonight, oh not tonight, oh not tonight."

Ela recuou, ele avançou mantendo a distância até não haver mais por onde recuar.

- Se me tocas... é game over... - disse quando sentiu a parede nas costas. - podes dizer uma frase, e apenas uma frase.

Ele sorriu, cheirou-a pelo pescoço para o rosto, parando no ouvido.

Sentia-lhe o calor do corpo, sentia-lhe tão perto o peito, as costas, o cabelo e a boca...

- Amanhã... amanhã levo-te a jantar a minha casa... e faço-te douradinhos!!!!

E ela explodiu a rir não conseguindo manter a distãncia.

- És tão estúpido...

- Eu? eu sou encantador...





 Nota - Haim- forever.

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