Onze anos atrás...
O pessoal estava empenhado no treino.
Já era de noite e há coisa de duas horas que era suposto estarmos a caminho de casa.
Aconteceu que na "peladinha" depois do treino, que era suposta terminar sempre aos 10, o resultado ficou entalado num épico 6-6 e no espírito de antes quebrar que torcer, ninguém aceitava perder o jogo.
O génio do treinador lembrou-se da mítica frase - "quem marcar ganha."
3 Segundos depois há um remate do meio campo.
Golo.
Fez-se silêncio por uns segundos.
Coloquei as mãos nas ancas, respirei fundo, desviei a franja dos olhos.
Virei costas e fui-me embora do campo.
Entro no balneário, estou repleto de lama - chovera durante coisa de uma hora , o campo era pelado.
Tiro as chuteiras e ato os atacadores de uma nos da outra para as levar sobre o ombro.
Agarro na minha roupa à civil e coloco-a no saco do equipamento, calço os ténis e viro-me para partir, para ir para casa.
Desvio e despeço-me de um colega de equipa e fico diante de mim, em reflexo no espelho.
Estava ensopado, sujo, tinha a t-shirt com a mancha king size do sangue do nariz que limpei à roupa, estava violentamente despenteado e estava ainda a tentar acertar o passo com o fôlego.
Aproveito a porta aberta e vou-me embora.
Nota - neste treino fiz um golo, uma assistência e atirei uma bola à barra, oficialmente de cabeça... na realidade foi mesmo de nariz.
Sim, estou mesmo é a falar de relações no texto, mais do que uma recordação, é para mim um exemplo a seguir- há momentos em que devemos mesmo aproveitar a porta aberta... e ir embora.
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